Economia
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Por Bloomberg

Segundo maior banco suíço, o Credit Suisse preocupa o mercado ao atravessar uma longa crise - agora acentuada pela falência decretada pelo Silicon Valley Bank (SVB). A instituição financeira enfrenta nos últimos anos uma série de escândalos, além de mudanças de liderança e questões legais.

A queda das ações foi um dos alertas mais recentes para o Credit Suisse, que busca uma reestruturação complexa na tentativa de devolver o banco à lucratividade após polêmicas que fizeram o preço das ações despencar na bolsa e clientes sacarem bilhões do credor. Um processo que agora está sob o risco de emperrar em meio às perdas do setor financeiro associado ao caso SVB.

Em mais um capítulo dessa crise que se arrasta nos últimos trimestres, o Credit Suisse afirmou ter encontrado “fraqueza material” em seus balanços ontem e descartou o pagamento de bônus a executivos após o pior desempenho anual da instituição desde a crise financeira global.

Fraqueza material é um jargão do setor contábil que indica que algum dos controles internos da companhia não foi eficaz, que a empresa tem controles inadequados, o que aumenta o risco do banco, segundo o consultor Renato Chaves.

Segundo Gustavo Flausino Coelho, sócio do Bastilho Coelho Advogados, a divulgação dessa "fraqueza material" vem logo depois de incidentes recentes, como a postergação para publicação do relatório anual:

_ O reconhecimento por parte da administração e da auditoria de que há uma fraqueza no procedimento interno gera um burburinho de mercado. Mas, em nenhum momento, disseram que os números do banco estão errados.

O Credit Suisse foi forçado a adiar na semana passada a divulgação do relatório anual após a Securities and Exchange Commission (SEC, órgão que regula o mercado de capitais nos EUA) apresentar questionamentos de última hora sobre a evolução do fluxo de caixa de 2019 e 2020, discussões que o banco disse terem sido concluídas.

Queda histórica das ações

As ações do Credit Suisse caíram até 15% em dois dias, sendo a maior queda de qualquer grande banco europeu em meio ao colapso do Silicon Valley. O custo do Credit Default Swaps (CDS) do Credit Suisse, uma espécie de derivativo de crédito que oferece ao comprador proteção contra inadimplência, subiu para o nível mais alto já registrado.

Isso porque a falência do SVB despertou preocupações sobre um contágio mais amplo no setor bancário, num momento em que o Federal Reserve, banco central americano, realiza um agressivo aperto monetário.

Noticiário sobre aprofundamento da crise do Credit Suisse despertou cautela nos investidores — Foto: Bloomberg
Noticiário sobre aprofundamento da crise do Credit Suisse despertou cautela nos investidores — Foto: Bloomberg

Reestruturação

Outro desafio é o rebaixamento das classificações, que aumentam os custos de financiamento. Enquanto isso, a reformulação da instituição depende de uma força-tarefa anunciada em outubro do ano passado. A reestruturação inclui o corte de 9 mil empregos e captação de US$ 4 bilhões com investidores. Além disso, depende da decisão de partes do negócio do banco de investimento sob a marca Credit Suisse First Boston, que o banco busca desmembrar sob um clima de difícil negociação.

Tudo isso acentua uma grave crise enfrentada pelo banco suíço, fundado em 1856. Em 2021, o Credit Suisse sofreu uma perda de US$ 5,5 bilhões diante do colapso envolvendo o fundo Archegos Capital Management, ligado ao investidor Bill Hwang. O Credit Suisse reformulou completamente o alto escalão desde então e está em seu segundo plano de reorganização em dois anos.

Acordos na justiça também mancharam a imagem do banco, como o pagamento de US$ 495 milhões para encerrar uma acusação nos Estados Unidos e o de US$ 234 milhões na França para evitar processos por lavagem de dinheiro agravada, fraude fiscal e recrutamento ilícito de clientes.

CEO pede paciência para concretizar plano de recuperação

O Credit Suisse registrou perda de 7,3 bilhões de francos suíços no ano passado e eliminou os lucros da década anterior. Foi o maior prejuízo desde a crise financeira de 2008, quando o Credit Suisse sofreu perdas de mais de 8 bilhões de francos suíços. E as saídas de dinheiro dos clientes em níveis sem precedentes desde outubro ainda não foram revertidas, embora tenham se estabilizado em níveis muito mais baixos após o início de uma grande campanha para recuperar os depósitos dos clientes, de acordo com o relatório anual.

O CEO do Credit Suisse, Ulrich Koerner, segue no esforço para que o banco volte a dar lucro, um processo agora sob o risco de emperrar em meio às perdas do setor financeiro associado ao Silicon Valley Bank, dos EUA.

O CEO do Credit Suisse, Ulrich Koerner, pede paciência para orquestrar sua reviravolta radical do banco. O executivo busca tempo para executar seu plano de recuperação e sinalizou que não está focado no preço das ações, negociadas perto de uma mínima recorde:

“Ninguém está satisfeito com o desenrolar dos preços das ações, mas administramos o que podemos e esta é a execução do nosso plano”, disse Koerner, acrescentando que o banco está adiantado em várias metas, inclusive demissões e venda da unidade de produtos securitizados. “Dissemos que seria uma transformação de três anos, e você não pode vir depois de dois meses e dizer: ‘Por que não está tudo concluído?’”, disse.

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