Economia
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Por João Sorima Neto — São Paulo

Volta do carro popular "verde", com preço estimado entre R$ 45 mil e R$ 50 mil, uso de parte do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para compra de carros novos, além de outras medidas para renovação da frota de carros leves, estão na pauta da indústria automobilística e do governo atualmente.

O primeiro trimestre do ano terminou com vendas de veículos zero quilômetro abaixo do esperado, trazendo preocupação ao setor diante de um cenário de juros elevados, falta de crédito e perda de renda do brasileiro. Entre janeiro e março, houve paralisações em oito fábricas, e dois turnos de produção foram suspensos, incluindo os de montadoras de caminhões.

Uma das opções que está na mesa de discussão entre o setor e o governo, segundo Márcio de Lima Leite, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), é a possibilidade de uso de parte do FGTS para a renovação da frota. Essa medida foi adotada no Chile e, segundo ele, as vendas "estouraram".

- Se houvesse uma medida como essa, sem restrição e dentro de um programa do governo, seja para compra do primeiro carro, seja para renovação de frota, isso teria efeito no reaquecimento do mercado Se a pessoa tem R$ 100 mil no FGTS e o governo permite o uso de 25% (R$ 25 mil), talvez seja essa a diferença que o consumidor precise para passar de um usado para um carro novo. É uma das medidas que analisamos em conjunto para manter os fabricantes no país e o nível de emprego no setor - disse Leite.

Pauta da descarbonização

Reportagem do GLOBO mostrou que, atualmente, para cada carro zero quilômetro vendido são comercializados sete usados. Há alguns anos, essa relação era de um zero quilômetro para três usados. Um carro usado emite 23 vezes mais poluentes que um carro novo. A frota do país tem hoje, em média, 10,3 anos de uso, mesmo patamar de 1995.

Outra medida que visa a estimular o mercado de novos é a volta do carro popular "verde". Montadoras que atuam nesse segmento estão discutindo diretamente com o governo, disse Leite, sem intermediação da Anfavea.

O que se sabe até agora é que as simulações sobre esse carro "verde" de entrada (o famoso carro popular), que seria movido a etanol, mostram que ele custaria algo entre R$ 45 mil e R$ 50 mil. Seriam produzidas pelo menos 300 mil unidades, reaquecendo o mercado e atendendo as demandas de descarbonização.

- A expectativa de 300 mil unidades talvez seja otimista. Mas é um potencial importante. Se será a etanol, híbrido ou elétrico não importa. Apoiamos a agenda de baixo carbono - disse Leite.

Ele voltou a apontar os juros elevados como principal causa da fraqueza do mercado de novos. Leite afirmou que se não houver condições melhores de financiamento, o segmento não vai reagir.

Um quinto das vendas para locadoras

Ao final de março, disse o presidente da Anfavea, a indústria está 30 mil unidades abaixo do que seria necessário produzir para igualar este ano à produção de 2022, que já foi um ano ruim. No ano passado, o país fabricou 2,3 milhões de veículos.

De janeiro a março, foram produzidos 536 mil automóveis, apenas 8% a mais que no início do ano passado, quando a crise dos semicondutores estava no auge. Para veículos pesados, houve redução de cerca de 30% no volume de produção.

- Tivemos oito paralisações de fábrica e dois cancelamentos de turno neste trimestre, algo semelhante às paradas verificadas no início de 2022. A diferença é que no ano passado o motivo era somente a falta de componentes, enquanto agora já há outros fatores provocando férias coletivas, como o esfriamento da demanda - afirmou Leite, lembrando que se não fosse o aumento de vendas para as locadoras, os números seriam ainda piores.

De 472 mil veículos vendidos no primeiro trimestre deste ano, 107 mil foram para locadoras, ou seja, quase um quinto das vendas.

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