O presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá se encontrar com representantes da montadora chinesa BYD e da gigante tecnológica Huawei em Xangai. Lula embarca para China na próxima terça-feira, 11, e terá agendas em Xangai no dia 13.
O roteiro de Lula ao país asiático inclui pelo menos oito encontros com grupos empresariais chineses dos setores de infraestrutura, tecnologia e da indústria automobilística.
Como mostrou O GLOBO, com a BYD, Lula deve levar os detalhes finais de uma negociação que já está avançada. Uma das maiores fabricantes de carros elétricos do mundo, a BYD está em tratativas com o Brasil para retomar da antiga fábrica da Ford, em Camaçari, na Bahia.
No fim do ano passado, o governo da Bahia e a montadora chinesa assinaram um protocolo de intenções nessa direção. Para reativar fábrica da Ford, a BYD se comprometeu a investir R$ 3 bilhões na planta. A Ford fechou as portas no estado há pouco mais de um ano.
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, já está na China e participará das conversas. A reindustrialização da economia brasileira é um assunto caro ao Palácio do Planalto, que trabalha para tentar fortalecer o setor e gerar empregos.
Momentos de Lula pelas lentes de Ricardo Stuckert
No final de março, Lula tinha previsto uma visita à fábrica da Huawei. O presidente embarcaria para a China no dia 25 de março e o roteiro previa uma agenda na empresa que está a frente da tecnologia de telecomunicações 5G. A viagem acabou adiada devido ao diagnóstico de pneumonia de Lula.
Desta vez, Lula não deverá ir até a fábrica, mas representantes da Huawei deverão ir encontrar o presidente brasileiro em Xangai. O contato do Brasil com a empresa chinesa pode gerar desconforto com os Estados Unidos. A gigante chinesa é considerada um risco de segurança pelas autoridades americanas por suspeita de usar seus equipamentos de espionagem.
Em visita a Brasília em agosto de 2021, o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, pressionou o governo brasileiro para não incluir a Huawei no leilão da tecnologia 5G no país.
Em Xangai, Lula também participará da posse da ex-presidente Dilma Rousseff no comando do New Development Bank (NDB), o banco do Brics, que representa o bloco Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Na prática, Dilma assumiu a presidência do banco em 28 de março, mas aguarda a chegada de Lula para a cerimônia oficial.