O diretor adjunto do Departamento do Hemisfério Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI), Nigel Chalk, comentou hoje a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que defende uma moeda alternativa ao dólar para comércio entre países do Brics. Para ele, essa é uma possibilidade viável, mas considera que é necessário muito investimento, ressaltando ser muito difícil se afastar desse “ecossistema”.
“Para que uma moeda seja utilizável, tanto no comércio quanto nas finanças, é necessário que haja muitos fundamentos institucionais que apoiem isso. É preciso ter mercados financeiros relativamente profundos e líquidos e ter a capacidade de disponibilidade de financiamento em dólares para fornecer recursos para o comércio”, comentou.
Em entrevista na sede do Fundo, em Washington, Chalk apresentou o cenário econômico da América Latina em 2023, que deve recuar para 1,6% neste ano, após atingir 4% em 2022. Ainda em relação ao Brasil, o diretor disse estar impressionado, favoravelmente, com o ajuste fiscal que está se desenhando no médio prazo.
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“Acho que isso dá um bom equilíbrio. É ambicioso, mas acho que também está consciente das necessidades sociais do país. Equilibrar essas duas coisas é muito importante”, comentou.
Chalk observa que há um esforço mais amplo para revisitar toda a estrutura fiscal e institucional em termos de regras fiscais. “O que podemos ver é que as ideias ainda estão evoluindo por lá (Brasil). Quero dizer, vimos algumas propostas e estamos analisando-as. Teremos uma discussão mais detalhada”, afirmou.