A mansão que pertenceu ao ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira e deve ser demolida em São Paulo abrigou uma coleção milionária de arte. Com obras e mobiliário de artistas e arquitetos como Victor Brecheret, Antonio Poteiro e Oscar Niemeyer, o acervo foi leiloado para cobrir parte dos prejuízos causados a credores após o Banco Santos falir e deixar um rombo de R$ 3,4 bilhões.
- Veja imagens: Uma das maiores mansões de São Paulo será demolida
- Além do palácio dos Guinle: conheça outras coberturas a partir de R$ 35 milhões à venda no Rio; fotos
Ferreira era dono do Banco Santos, que teve a falência decretada em 2005. A mansão do ex-banqueiro também foi a leilão e acabou arrematada pelo bilionário Janguiê Diniz, dono da Ser Educacional, por R$ 27,5 milhões. No terreno será construído um conjunto de prédios residenciais, conforme informou a coluna do Lauro Jardim.
A casa tem oito mil metros quadrados de área construída, cinco andares, pé direito de nove metros, heliponto, adega para cinco mil garrafas e gerador de energia com capacidade para abastecer uma cidade de 20 mil habitantes.
Veja fotos do acervo milionário de arte do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira
Em suas paredes e cômodos, na época de Ferreira, havia uma eclética coleção de obras de arte, reunindo nomes significativos da arte nacional e internacional, mas também mapas, antiguidades e peças de arqueologia e etnografia.
Uma das obras chegou a ser incluída na lista de alerta vermelho da Interpol. A tela "Hannibal", do artista pop americano Jean-Michel Basquiat (1960-1988), foi apreendida pelo FBI em novembro de 2007 em Connecticut, nos Estados Unidos. A suspeita é de que houve uma tentativa de venda da obra, mas o comprador denunciou ao tomar conhecimento de que a tela tinha pendência judicial.
A tela de Basquiat, que pertenceu a Ferreira, foi leiloada em julho de 2020 pela Sotheby’s, em Londres. "Hannibal" foi arrematada por R$ 42 milhões.
Leilões para pagar credores
Dois leilões foram realizados para levantar dinheiro aos credores. No primeiro, realizado em novembro de 2016, um total de 138 peças foram vendidas. As obras pertenciam a artistas como Tunga, Bruno Giorgi, Brecheret, Tomie Ohtake, Aldo Bonadei, Amilcar de Castro, Daniel Senise, Iberê Camargo, Jorge Guinle, Nelson Leirner, Oscar Niemeyer e Rubens Gerchman.
Mansão de ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira será demolida
Um segundo leilão aconteceu em setembro de 2020 e rendeu cerca de R$ 16 milhões. Na ocasião, foram vendidas obras de arte espontânea, com peças de Heitor dos Prazeres, Antonio Poteiro, Agostinho Batista de Freitas e Francisco da Silva, das pinturas de chineses contemporâneos, como Zhang Linhai, 2003, e Jiang GuoFang, 2001.
Também foi leiloada uma coleção de fotografias que reunia mestres nacionais e internacionais, como Man Ray, Bert Stern, Steve McCurry, German Lorca, Geraldo de Barros, Thomas Farkas, Mário Cravo Neto, Claudia Andujar, Claudia Jaguaribe e ainda a “Serie EnelCielo”. de 2001, reunindo 11 fotos de artistas contemporâneos como Olafur Eliasson, Glenn Ligon, Gabriel Orozco, Paul McCarthy e Janet Cardiff.