Economia
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Por AFP

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), uma importante fonte de financiamento para a América Latina e o Caribe, quer ser um "guarda-chuva" para todos os projetos relacionados ao clima na Amazônia, afirmou o presidente da instituição, o brasileiro Ilan Goldfajn, em entrevista à AFP.

Os bancos multilaterais de desenvolvimento como o BID têm um papel crucial nos esforços em curso para integrar ainda mais os problemas climáticos na arquitetura financeira internacional, que serão debatidos na quinta-feira e sexta-feira (22 e 23) em um encontro de cúpula em Paris.

"A Amazônia não é um único país", destaca Goldfajn, que assumiu a presidência do BID em dezembro e aspira "criar um programa guarda-chuva no qual possamos nos unir a todas as iniciativas".

A Amazônia cobre quase 40% da América do Sul e abrange nove países. No último século perdeu quase 20% de sua superfície devido ao desmatamento, mas há iniciativas para recuperar a floresta.

"Brasil, Colômbia e Peru tem iniciativas bilaterais que envolvem países europeus, como a França, iniciativas do nosso banco de desenvolvimento e ONGs", afirma o economista, ex-presidente do Banco Central do Brasil e que também trabalhou no FMI.

No início de junho, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva apresentou um plano para combater o desmatamento na Amazônia, uma das prioridades de seu governo.

Empréstimos mais eficientes

O BID, criado em 1959, se tornou a principal instituição internacional de financiamento a longo prazo para os países da América Latina e Caribe.

No ano passado aprovou 14 bilhões de dólares (67 bilhões de reais) em empréstimos, em particular para Argentina, Brasil e México, para projetos em sua maioria relacionados com a água, energia e desenvolvimento de negócios.

"Estes bilhões são importantes, mas o mais importante é o que fazemos com eles", destaca Ilan Goldfajn, que deseja um financiamento mais eficiente para projetos climáticos em escala internacional.

O argumento ganha ainda mais importância após diversos estudos internos sobre a efetividade dos empréstimos concedidos nos últimos anos pelo departamento de avaliação e controle do BID. Em 2022, entre 25% e metade dos projetos foram avaliados de maneira positiva.

O BID tem um objetivo duplo: conceder empréstimos em melhores condições na comparação com gestões anteriores e conceder mais empréstimos aos países que sofreram crises econômicas desde 2020 e desastres climáticos, como a seca que afetou grande parte da Argentina e seus vizinhos por três anos, com consequências catastróficas para a agricultura local.

"Quantas pessoas estão saindo da pobreza, quantas têm acesso a instalações sanitárias, água potável, quantas estão conectadas? Tudo isto é o objetivo final", disse Goldfajn, que defende um financiamento "inovador" e maior participação do setor privado, na ausência de financiamento público internacional.

Entre as possibilidades, ele cita, por exemplo, aliviar a dívida de um país com seus credores em troca do compromisso do governo de descarbonizar sua economia. Ou organizar de modo mais eficiente a ajuda ao desenvolvimento e os empréstimos concedidos pelo BID para tentar reduzir as taxas de juros sobre os pagamentos.

"Sabemos quanto precisamos para o clima, um trilhão de dólares (4,8 trilhões de reais), que é muito. Temos o dinheiro? Ainda temos que ver o quanto conseguimos arrecadar", acrescentou o presidente do BID.

Ilan Goldfajn também defende a aposta no lítio - cujas reservas são imensas na região, avaliadas em dois terços das reservas mundiais -, um mineral essencial para a economia do futuro, em particular para a produção de baterias.

"Aplicando as políticas públicas corretas, as abordagens corretas, nos transformaremos em um dos principais fornecedores de minerais necessários para o futuro", destaca, antes de recordar que 30% da energia produzida na América Latina e Caribe já é limpa.

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