Economia
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Por João Sorima Neto — São Paulo

Na entrada do Transamérica Expor Center, na Zona Sul de São Paulo, um túnel tem hologramas dançantes para receber os visitantes do evento de tecnologia. Ao lado da entrada, Ada, a assistente virtual criada com inteligência artificial da IBM, responde perguntas, mostra o mapa com os estandes e as palestras aos interessados. Indica inclusive onde ficam os banheiros. Dois passos adiante, uma multidão se aglomera com celulares nas mãos para fotografar um cachorro robô, que deita, rola no chão e senta ao comando de voz de qualquer pessoa.

O cachorro-robô que fez sucesso na Febraban Tech — Foto: João Sorima Neto
O cachorro-robô que fez sucesso na Febraban Tech — Foto: João Sorima Neto

Bem-vindo ao Febraban Tech edição 2023, o evento que a cada ano reúne empresas de tecnologia, bancos, além de fintechs, as startups do setor financeiro. No ano passado, foram 25 mil visitantes em três dias. Este ano, espera-se bater o recorde com o tema "A bioeconomia e as oportunidades em uma sociedade digital".

O evento é uma espécie de rave da tecnologia para o setor financeiro. Ali, durante três dias, são discutidos temas como economia "tockenizada", Web3 e metaverso na prática, resiliência cibernética, Internet das Coisas (do inglês IoT), 5G. São assuntos ainda longe dos mortais comuns, mas temas recorrentes nesse universo de tecnologia em movimento. Para descontrair essa turma que se debruça sobre esses assuntos, no final de cada dia, estão programados shows de Mariana Aydar, Sambô e Titãs

Este ano, o cardápio oferece ainda palestras sobre ESG, sociedade inclusiva, diversa e sustentável, o que atrai também gente interessada em sustentabilidade e não só pessoas que usam o famoso coletinho de gomos para atenuar o inverno paulistano ou desenvolvedores de tecnologia. Estão na agenda de palestras, Ian Beacraft, fundador e futurista-chefe da Signal e Ciphe, além da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.

Há muitas previsões sobre o futuro: na arena dos novos negócios, um palestrante da Veritran, empresa global de tecnologia que lidera a transformação digital da indústria bancária e financeira, diz aos ouvintes que com a chegada do open finance (sistema que permite compartilhamento de dados bancários) em três cliques será possível programar a viagem de férias parcelada com PIX sem fazer uma operação bancária. É usar as finanças de forma invisível, define o palestrante.

Visitantes tentam a sorte no estande da Huawei Lara ganhar caneca de brinde  — Foto: João Sorima Neto
Visitantes tentam a sorte no estande da Huawei Lara ganhar caneca de brinde — Foto: João Sorima Neto

Nos estandes de empresas como Microsoft, por volta de 13h da terça-feira, data de abertura do evento, havia uma espécie de happy hour vespertino regado a café debaixo de totens com informações sobre inteligência artificial e hiperautomação. Na IBM, uma fila aguardava para responder um quiz e outros desafios que dão direito a brindes como caneca e pares de meias estampadas. Pelos corredores, há pessoas comendo pipoca, tomando sorvete e carregando sacolas com panfletos impressos com informações sobre as inovações dessas empresas.

Todo mundo enfrenta filas por esses brindes, mas em troca deixa os dados pessoais cadastrados após se identificar num QR Code. Que ninguém se engane: as empresas vão à Febraban Tech também para fechar negócios milionários.

— É o maior evento do setor. Aqui encontramos clientes, mas também fechamos negócios grandes — diz o presidente de uma multinacional brasileira de tecnologia.

'Temos zero vergonha de sermos bancos'

Na palestra de abertura, os presidentes dos chamados "bancões tradicionais" como Bradesco, Itaú, Caixa, BTG, Santander contam os investimentos milionários que estão fazendo em tecnologia, mas lembram que são as 18 mil agências físicas dessas instituições que mantêm o contato direto e humano com os clientes. O presidente da Febraban, Isaac Sidney, criticou os bancos digitais, sem agências físicas, que funcionam nos aplicativos e nos 0800, como ele mesmo citou em seu discurso.

— Os bancões tradicionais não vão sair de cena e, mesmo sendo provocados pela concorrência, recém-chegada, em tom jocoso e de demérito, estão na vanguarda da tecnologia e da bioeconomia. Temos zero vergonha de sermos bancos. A modernidade e a inovação também são importantes para nós — declarou o presidente da Febraban, enquanto drones sobrevoavam o auditório improvisado no centro do evento, que ficou lotado com muita gente em pé.

Internet lenta

Os números do setor financeiro sempre impressionam. E quando estão aliados à tecnologia se multiplicam. No estande da Fireblocks, uma plataforma global que interage com DeFi (sistemas que rodam em blockchain), permitindo investir, apostar, enviar, receber e dinheiro em diferentes redes, a informação pública é que US$ 40 trilhões já foram transferidos através da empresa e mais de 100 milhões de carteiras (contas) já foram criadas.

Assim como os números impressionantes da Fireblocks, os interessados na Febraban Tech, no primeiro dia do evento, certamente devem ter superado as expectativas. A internet estava lenta e não funcionava em alguns lugares, obrigando CEOS de empresas a correrem para fora do Expo Center para tentar fazer uma reunião virtual. Por volta das 14h, os fones de ouvidos usados para acompanhar as palestras haviam se esgotado e uma fila enorme de espera se formou. Quem estava saindo do evento e entregava os fones de volta era ovacionado pela fila.

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