Num movimento inédito na história, capitais e grandes municípios brasileiros, localizados em regiões metropolitanas, começam a ver sua população encolher. Capitais como Salvador (BA), Rio de Janeiro (RJ), Fortaleza (CE), Belo Horizonte (MG) amargam queda no número de habitantes, um fenômeno que vai na contramão das estatísticas anteriores sobre população nas grandes cidades no país.
- Salvador foi a capital que mais perdeu população: 257 mil moradores a menos, um recuo de 9,6%.
- Municípios como São Gonçalo e Nilópolis também tiveram retração na população.
- Dos dez municípios mais populosos do país, cinco tiveram recuo no número de habitantes.
É o que revelam os primeiros resultados do Censo Demográfico 2022, divulgado pelo IBGE nesta quarta-feira. A pesquisa apontou que o país chegou a 203 milhões de habitantes, com seu ritmo de crescimento cada vez menor.
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Esgotamento das cidades
Segundo o IBGE, municípios tidos como "núcleos" de concentrações urbanas estão perdendo dinamismo ou perdendo população. Isso ocorre, em grande parte, pelo próprio esgotamento territorial do município núcleo. Nesse sentido, a expansão da população ocorre nas cidades vizinhas às cidades núcleo:
— Não é um fato novo em concentrações metropolitanas mundo afora, mas é uma novidade no país — diz Claudio Stenner, diretor de geociências do IBGE.
A pesquisa aponta ainda que cinco dos dez municípios mais populosos do Brasil tiveram queda no número de habitantes. Enquanto São Paulo (1,8%), Brasília (9,6%), Manaus (14,5%), Curitiba (1,2%) e Goiânia (10,4%) ampliaram seu contingente de residentes, as capitais Rio de Janeiro (-1,7%), Fortaleza (-1,0%), Salvador (-9,6%), Belo Horizonte (-2,5%), Recife (-3,2%) registraram perdas.
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Entre as capitais, Salvador (BA) registrou a maior perda de habitantes em números absolutos. Em seguida aparece o Rio de Janeiro (RJ), Belém (PA) e Porto Alegre (RS). Já entre as cidades com mais de 100 mil habitantes e que mais perderam população estão São Gonçalo (RJ), Salvador (BA), Itabuna (BA), Maranguape (CE), Olinda (RJ) e Nilópolis (RJ), na Baixada Fluminense.
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Estas são os primeiros resultados do Censo Demográfico 2022, e que ajudam a traçar uma fotografia do Brasil depois da pandemia de Covid-19. A pesquisa deveria ter ido a campo em 2020, mas a crise sanitária e o impasse orçamentário com o governo federal, durante a gestão de Jair Bolsonaro, atrasaram a coleta. O último Censo foi realizado em 2010 e, de lá pra cá, o instituto realizava projeções para estimar o tamanho da população brasileira.