Economia
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Por João Sorima Neto — São Paulo

Com investimentos previstos de R$ 15,7 bilhões, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) promove, nesta sexta-feira, na B3, em São Paulo, o megaleilão de linhas de transmissão de energia. Pelo volume de recursos atraído, a própria Aneel classifica o certame como um dos maiores de sua história.

Especialistas avaliam que as grandes empresas do setor devem participar, embora acreditem que, pelo alto volume de investimentos necessários, os deságios de até 50% vistos em leilões anteriores não vão se repetir neste certame.

Serão licitadas as concessões para construção e manutenção de 6.184 quilômetros de linhas de transmissão (os chamados linhões). São 33 empreendimentos, com prazo de conclusão de 36 a 66 meses, que contemplarão os estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe.

No total, serão nove lotes leiloados, começando pelos menores — o 8 e o 9, que vão atender respectivamente os estados de Pernambuco e São Paulo.

No leilão por deságio, vence quem oferecer a menor proposta de receita anual permitida (RAP) em relação a um valor de referência. Essa infraestrutura vai atender as necessidades de exportação de energias renováveis, especialmente eólica e solar, dos estados do Nordeste para o Sudeste com a contratação de elevados volumes.

Para o sócio-diretor da consultoria Alvarez & Marsal, Filipe Bonaldo, dificilmente algum lote deixará de ser arrematado. Como alguns lotes são grandes e requerem investimento elevado, ele acredita que a probabilidade de uma empresa levar dois lotes ficam reduzidas.

O lote 2, por exemplo, que atenderá Bahia e Minas Gerais, tem 1.164 quilômetros de extensão e prevê investimentos de R$ 4,3 bilhões.

— Os lotes 8 e 9 são os menores. Por isso, serão leiloados primeiro. Depois, os demais sete lotes serão leiloados por ordem crescente. Acho que o grande vencedor será quem levar o lote 2, o maior deles — diz Bonaldo.

Ana Carolina Calil, sócia do Escritório TozziniFreire, que atua nas áreas de Energia e Infraestrutura, lembra que em leilões anteriores empresas especializadas em redes, do setor de telecomunicações, além de construtoras locais de cada estado também entraram. E isso também poderia se repetir neste certame através de consórcios.

— Devemos ter a participação de grandes players, até porque as garantias a serem oferecidas precisam ser robustas. A expectativa é que todos os lotes sejam arrematados — diz Cali.

No mercado, dá-se como certa a participação de empresas como Eletrobras, Cemig, Taesa, Cteep, Engie, EDP.

Bonaldo observa que há desafios num megaleilão com tantos projetos de transmissão. Primeiro, a estrutura de capital que as empresas precisam está mais cara com a alta dos juros.

E, no mercado, há desconfiança em relação à emissão de debêntures, especialmente depois dos casos de Americanas e Light, que pediram recuperação judicial.

Outro desafio apontado por ele está na capacidade de fornecedores de estruturas metálicas, cabos, das próprias empresas de construção pela envergadura dos projetos, o volume de matéria-prima é elevado.

— O risco é que os prazos de construção sejam alongados porque não poderão ser cumpridos por falta de capacidade dos fornecedores. Isso traz a possibilidade de as empresas não oferecerem grandes deságios. E o excesso de oferta de projetos vai reduzir a competitividade, já que arrematando um lote grande, as empresas vão "encher a barriga" — explica Bonaldo, que prevê deságios em torno de 40% ou até menos.

Ana Carolina, do TozziniFreire, também avalia que todos os lotes serão arrematados. Ela lembra que outros três leilões de transmissão estão previstos (dois neste ano e um no início de 2024). Portanto, haverá outras oportunidades de agregar novos ativos ao portfólio das empresas.

Ela também não crê em grandes deságios, até porque há áreas consideradas sensíveis, com questões ambientais.

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