A China Evergrande Group — incorporadora imobiliária que virou símbolo da crise imobiliária chinesa — entrou, nesta quinta-feira (17), com um pedido de proteção contra credores em um tribunal de falências dos Estados Unidos.
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A empresa acionou o chamado "“Chapter 15”, que protege companhias estrangeiras em processos de recuperação judicial internacional. A petição faz referência a processos de reestruturação em Hong Kong e nas Ilhas Cayman.
A Evergrande vem tentando há meses concluir seu plano de reestruturação de dívida offshore. Em abril, divulgou que ainda não tinha o nível de suporte de credor necessário para implementar o plano e, em julho, recebeu autorização judicial para realizar votações sobre o acordo. As reuniões estão marcadas para o final deste mês.
Esse novo movimento da companhia ocorre em meio ao crescente medo de que a crise do setor imobiliário da China se espalhe para outras áreas da economia. Com consumo baixo, deflação e queda nas exportações, o país fez nesta semana o maior corte de juros desde o auge da pandemia.
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A Tianji Holdings, empresa relacionada, também recorreu à proteção do "“Chapter 15” no tribunal de falências de Manhattan. No ano passado, a incorporadora Modern Land China Co., com sede em Pequim, também acionou o mecanismo depois de entrar com pedido de reembolso de um título de US$ 250 milhões e declarar que iria seguir com um acordo de reestruturação de dívida offshore.
O advogado de falências de Evergrande foi procurado pela Bloomberg, mas não respondeu ao pedido de comentário até o fechamento da matéria.