Economia
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Por Renan Monteiro e Victoria Abel — Brasília

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, alertou que a solução para os juros cobrados no rotativo do cartão de crédito precisa considerar o impacto no consumo da população. O rotativo é oferecido quando não há o pagamento total da fatura do cartão até o vencimento. Essa é a linha de crédito mais cara do mercado e a liberação é automática.

Uma das causas apontadas para o juro alto, segundo Campos Neto, é o alto nível de parcelamentos sem juros. Mexer nessa modalidade popular dos brasileiros teria necessariamente impacto no consumo. No início do mês, em sessão no Senado, Campos Neto chegou a defender uma limitação no parcelamento.

— Precisamos achar uma solução que consiga diminuir o juro rotativo, mas afetando o mínimo possível o consumo brasileiro. É isso que está sendo estudado, eu não posso adiantar. E mesmo porque não depende somente do Banco Central, mas estamos tentando fazer um estudo para fazer uma transição — disse em entrevista à Revista Veja, gravada na última segunda-feira e divulgada hoje

Qual a relação do parcelamento sem juros com o rotativo?

Esse prolongamento no pagamento de uma conta aumenta o risco de crédito para as instituições financeiras (considerando o potencial dos consumidores não cumprirem com seus compromissos). A consequência são juros mais elevados para as diferentes linhas no cartão de crédito, incluindo o ratativo, que é a mais cara e apresenta o maior risco de inadimplência.

Campos Neto já chegou a mencionar uma média de 13 parcelas por consumidor. O que o presidente do BC sugeriu em sessão no Senado foi estabelecer um limite para o nível de parcelamentos.

A ideia de acabar com o parcelamento sem juros é automaticamente descartada pelo Ministério da Fazenda e Banco Central. Não está na mesa de negociação porque é uma modalidade muito popular e grande estímulo ao consumo.

— O universo de montante de crédito parcelado sem juros é três vezes maior do que o (parcelamento) com juros. Esse parcelamento, aliado a outros fatores como inadimplência alta e dificuldade de recuperação de crédito, acaba onerando muito o rotativo — disse, na entrevista divulgada hoje.

Outras causas

Outros fatores que estão pesando para a alta de juros no cartão de crédito, e mais especificamente na modalidade do rotativo: a inadimplência dessa linha, próxima de 54%, e o aumento da concessão de cartão de crédito (sem a devida educação financeira).

Nos últimos quatro anos, o número de cartões ativos no Brasil dobrou. Saltou de 98,9 milhões, em dezembro de 2018, para 208,7 milhões, no fim do ano passado, segundo o Banco Central.

— A Selic estava parada e, agora, começou a cair. No meio do caminho, o juro do cartão de crédito subiu quase 60% e está muito mais ligado a uma inadimplência que está muito alta. Você tem dificuldade de achar países no mundo que tem inadimplências em produtos de cartões acima de 25%, a gente tem o dobro disso — avaliou Campos Neto.

Discussão no Congresso

O relator do projeto de lei que limitará o rotativo do cartão de crédito, Alencar Santana (PT-SP), estipulou uma taxa de juros máxima de 100%. Ou seja, a dívida com juros não poderia ser maior que a dívida principal. Isso valerá caso o setor bancário não apresente uma proposta em até 90 dias da publicação da lei.

O BC está em diálogo com o setor bancário para formular essa proposta.

O PL entrará em discussão na Câmara dos Deputados a partir da semana que vem, de acordo com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).

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