Economia
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Por — Rio

Líder mundial em vendas de carros elétricos, a chinesa BYD — que terá um complexo em Camaçari, na Bahia, com operação prevista para o segundo semestre de 2024 — tem planos de verticalizar a operação, alcançando a extração de lítio.

Já há três fábricas do grupo no país, afora comercialização de veículos e equipamentos e projetos de monotrilhos. A filial baiana, projeto de R$ 3 bilhões, terá três fábricas: de chassis para ônibus e caminhões elétricos, de automóveis híbridos e elétricos e de processamento de lítio e fosfato de ferro voltada para o mercado externo.

Técnicos da companhia avaliam projetos em mineração de lítio no país, chave para produção de baterias de veículos elétricos, diz Alexandre Baldy, conselheiro especial da BYD no Brasil. No alvo, novos projetos e os já funcionando, incluindo diálogo com a Sigma Lithium, que atua no Vale do Jequitinhonha.

Em reunião com o presidente Lula na China, em abril, o CEO e fundador da BYD, Wang Chuanfu, prometeu R$ 10 bilhões em investimento no Brasil. Para Baldy, a aprovação da Reforma Tributária pode acelerar esses investimentos ainda não anunciados.

Com Camaçari, a BYD planeja extrair lítio no Brasil?

É um sentimento da BYD poder verticalizar essa cadeia de forma total. Mas é uma afirmação ainda difícil de fazer pela complexidade na regulação do setor de mineração.

Há análise de oportunidade no país de projetos a serem construídos do zero e também daqueles já mais avançados ou em operação. Temos equipes que avaliam projetos, no Vale do Jequitinhonha ou outra área, oportunos para receber investimentos nessa verticalização, para que haja a extração efetiva do minério do Brasil, o beneficiamento em Camaçari e, posteriormente, a produção de baterias, que seria o objeto final para utilização dentro de um carro elétrico. Depois, a planta de Manaus passaria a produzir baterias de lítio.

Então virá a extração de lítio?

É o desejo da BYD. É o desejo do Mr. Wang quando anunciou sua intenção de investimento ao presidente Lula na China, que a BYD fizesse os investimentos necessários para que pudesse ser factível a verticalização da cadeia.

E isso seria feito no Vale do Jequitinhonha?

Há diversas possibilidades. Tem que se fazer uma análise dos potenciais dessas oportunidades que apareçam para tratar da viabilidade técnica.

Isso ampliaria competitividade?

A verticalização traz alguns aspectos de competitividade, porque muitas vezes o preço do lítio cai. E as minas acabam reduzindo o volume de extração. Para uma empresa como a BYD, compradora recorrente dessa matéria-prima, traz competitividade, mas traz segurança em seu insumo básico para a produção de baterias.

Com a alta demanda por lítio, pode ser divisor de competitividade no futuro?

É um potencial divisor. Mas, certamente, outros minérios vão ser desenvolvidos. A BYD tem 70 mil engenheiros, cientistas e pesquisadores para analisar se o lítio é a fronteira dessa produção energética ou se existirá outro minério que poderá substituir o lítio.

A BYD pretende extrair lítio no Jequitinhonha?

A BYD, mais do que competitividade, quer ter segurança no fornecimento. Vamos ter uma fábrica na Bahia. Então, ter aqui uma fábrica de automóveis elétricos, sendo que se consegue produzir baterias a base de lítio e o Brasil detém a matéria prima em abundância, de maneira competitiva e de fornecimento uniforme, claro que seria o melhor cenário possível.

A Sigma Lithium vem conversando com investidores.

Nos diálogos na área de mineração, nossa equipe técnica daqui, que se reporta à (matriz na) China, faz a incursão para fazer essa tratativa. Existe diálogo com a Sigma, mas não sei ponderar quais são a profundidade e os termos desse diálogo, se é uma parceria de fornecimento, uma parceria de entrar com capital efetivo para investimento em extração, exploração ou beneficiamento desse mineral ou se aquisição.

Pode ser qualquer delas?

A BYD, certamente, estará aberta não só para a Sigma, mas para todos os outros projetos a dialogar acerca do interesse efetivo de investimento para que haja essa verticalização de cadeia.

Mais investimento pode vir?

Na vinda da Stella (Li, vice-presidente global da BYD), ela mencionou que seria importante a Reforma Tributária para o Brasil, diante da complexidade tributária. Seria um aceno ao mundo de um passo importante em um assunto que há décadas se discute. Seria tema passível de apreciação pelo Mr. Wang e para elevar investimentos.

É uma perspectiva, não um fato. Ele mencionou na reunião em Xangai (com Lula) que o desejo da BYD seria chegar a R$ 10 bilhões em investimento. Isso, depois, nunca foi detalhado. Por isso nem tivemos autorização para mencionar esse valor. Mas o cenário sendo propositivo em aspectos estruturais como a Reforma Tributária, acredito que poderia elevar os R$ 3 bilhões (da Bahia) a algum número. Qual seria ele, só o Mr. Wang para poder ter em mãos.

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