Avenues, escola de elite, vende suas unidades em São Paulo e em Nova York para grupo britânico

O negócio envolve ainda a aquisição da unidade de Nova York da Avenues. Os dois grupos têm filiais em outras cidades, mas elas não fazem parte do acordo.

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Com o acordo, a Nord Anglia amplia a presença em São Paulo, cidade onde já tem uma operação. Ela é dona da British College Brazil, localizada na capital paulista. O grupo britânico, com a operação, amplia para 87 o número de escolas internacionais que opera, em 33 países, com mais de 80 mil alunos.

“A visão da Nord Anglia complementa a nossa: educar as futuras gerações de cidadãos globais confiantes, resilientes e criativos que transformarão nosso mundo para melhor e de forma sustentável", disse Jeff Clark, presidente da Avenues em e-mail enviado aos pais e cuja cópia foi obtida pelo GLOBO.

O acordo ainda está sujeito a aprovações regulatórias. Na mensagem aos pais, Clark acrescenta que "a experiência do dia a dia" das famílias continuará a mesma, incluindo currículo, experiência em sala de aula, gestores e professores. O presidente também diz avalia "opções estratégicas" para os outros câmpus da rede.

Inaugurada em 2018, a Avenues São Paulo atende 1,2 mil alunos do ensino fundamental e médio. Os graduandos recebem diploma escolar americano e brasileiro. A mensalidade começa no patamar de R$ 109 mil anuais (cerca de R$ 9,1 mil por mês), no caso de crianças até dois anos. Para os níveis seguintes, o valor aumenta.

O corpo discente da Avenues New York, que fica em Manhattan, tem 2 mil estudantes, de um a 18 anos. Ao todo, as duas instituições somam 600 funcionários. A unidades da Avenues em Shenzhen, na China, e no Vale do Silício, nos EUA, não entraram no acordo.

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André Fitzmaurice, CEO da Nord Anglia, disse em comunicado separado aos pais que “sempre sentimos que a sua escola e a família Nord Anglia são uma combinação ideal, especialmente tendo em conta o nosso foco comum em fornecer uma educação que crie cidadãos globais em todos os sentidos da palavra”.

A aquisição faz parte do movimento de consolidação no mercado de educação básica, diz Paulo Presse, coordenador da área de estudos de mercado da consultoria Hoper Educação. Ele avalia que o momento atual é similar ao que viveu o setor de educação superior, com grandes grupos internacionais protagonizando uma onda de fusões e aquisições. A escala, no entanto, é menor.

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— Essas operações acontecem para que se possa ganhar mais volume. É mais fácil você adquirir uma marca local do que criar uma operação do zero. No mercado das escolas internacionais, esse público é bem limitado e nichado — afirma o consultor.

Outra tendência, segundo Presse, é a procura por grandes centros internacionais, especialmente as que oferecem formação dupla, com diploma nacional e estrangeiro.Ele nota que desde 2015 os investimentos em educação superior diminuíram, enquanto a educação básica ganhou espaço.

Em 2023, a Hoper projeta que o faturamento do mercado de R$ 92,3 bilhões na educação básica no Brasil. Desse montante, 20% são de escolas consideradas premium. Na categoria, entram instituições bilíngues, que têm uma parte do currículo em outro idioma, as internacionais, como é o caso da Avenues, em que oferecem graduação dupla.