Economia
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Por O Globo — Los Angeles

A contratação de profissionais superespecializados movimenta a economia — e as relações pessoais — de milionários pelo mundo há décadas. No entanto, a busca pelo "autoaperfeiçoamento" levou essa tendência a outro patamar. Reportagem do Washington Post relata como o materialismo direto dos anos 1980 deu lugar a um "perfeccionismo holístico", alavancado pelo pós-pandemia de Covid-19.

Profissionais como monge particular, químico pessoal, corretor de imóveis especializado em Reiki e até casamenteiro passaram a fazer parte do dia a dia de magnatas.

Os papéis que cada um dos especialistas de cada nicho desempenha no dia a dia dos clientes as motivações dos ultrarricos para contratá-los mudaram. O jornal cita o exemplo de Jag Gill, fundadora contumaz de startups.

Com as viagens a trabalho e cerca de 25 reuniões por semana, a CEO de tecnologia recorreu a um monge particular para ajudá-la a manter o equilíbrio e a uma comunidade de respiração vinculada ao curandeiro xamânico Angell Deer. Isso sem falar nas idas ao Esalen, retiro na Califórnia famoso nas rodas americanas de maior poder aquisitivo.

Para além de Jag Gill, o Washington Post ressalta que os CEOs têm contratado químicos pessoais para "hackear" as próprias mentes com alucinógenos e gotas intravenosas de anestésicos. O objetivo declarado é a "otimização" dos recursos e funções do próprio corpo.

Os ultrarricos também se dedicam ao "aperfeiçoamento" com coaches esportivos — artista marcial misto Khai “The Shadow” Wu treina Mark Zuckerberg, por exemplo — e casamenteiros, para garantir futuros relacionamentos com pessoas de determinadas características (e futuros filhos, da mesma forma).

"Vastas equipes de conhecedores de cada nicho garantem que o mobiliário certo esteja na sala de casa, os carros certos estejam na garagem, os brinquedos certos estejam no iate, os vinhos certos estejam na adega e as obras de arte certas estejam nas paredes", resume o jornal.

Com a nova tendência, os agentes imobiliários passaram a sofrer concorrência de especialistas em cada parte da propriedade — seja um projetista, um sommelier de vinho ou um consultor de segurança, entre outros. Para se destacar nesse mercado, a corretora de imóveis Wendi Eckstein aliou o trabalho à prática de Reiki.

— Se um dos meus clientes estiver interessado em comprar uma propriedade, ajudarei, restringindo quais propriedades são mais adequadas energeticamente para eles — explicou ela ao Washington Post. — Ou se um cliente sentir que há um desconforto na casa, irei equilibrá-la [com o Reiki].

Otimização e luxo

Especialistas ouvidos pelo diário americano exemplificam: não se trata mais de contratar uma babá, mas sim, uma babá especializada "em esqui ou nas filosofias Montessori, Waldorf ou Reggio Emilia". Isso tudo para garantir que as crianças de que tomem conta tenham os processos de aprendizagem otimizados e se tornem a melhor versão possível de si mesmas.

Em outras palavras, busca-se inserir um suposto "propósito" no luxo.

"Umas férias numa villa de 20 mil dólares por noite na Polinésia – com funcionários a reboque – podem parecer fora de moda. Mas acrescente um biólogo marinho, um curandeiro indígena e um ambientalista para falar com você sobre o branqueamento de corais, e você estará um passo mais perto de ser uma pessoa melhor. A experiência deles deu um propósito à sua experiência", cita trecho da reportagem.

A tendência inclui, ainda, a busca cada vez maior por animais de estimação, carros e viagens exóticos. Com tantos profissionais especializados, também tem ganhado destaque o cargo de assistente pessoal. Não aquele tradicional, comum em filmes e seriados de famílias ricas, mas um posto de "chefe de gabinete". Emprestado da política, o título se refere a um funcionário responsável por gerenciar a vida doméstica — "o instrutor de fitness, o nutricionista, o domador de gatos" — e coordenador os "diretores" de cada aspecto da vida dos patrões, como explica o Washington Post.

A diferença, agora, é que os "chefes de gabinete" gastam menos tempo com planejamento, já que ferramentas de inteligência artificial auxiliam processos e agendamentos e a internet possibilita reservas online de viagens, restaurantes e outras experiências cujo preço não é o problema.

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