As nações mais desenvolvidas do mundo serão instruídas a reduzir seu apetite excessivo por carne como parte do primeiro plano abrangente para alinhar o setor agroalimentar global ao acordo climático de Paris. Já países em desenvolvimento, onde o baixo consumo de carne contribui para um desafio nutricional persistente, precisarão melhorar sua pecuária, segundo a Organização das Nações unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
O plano de ação dos sistemas alimentares globais para o limite de 1,5°C de aumento da temperatura deverá ser publicado pela FAO durante a COP28 no próximo mês.
Do campo ao prato, os sistemas alimentares são responsáveis por cerca de um terço das emissões globais de gases de efeito de estufa, principalmente devido à pecuária — uma importante fonte de metano, desmatamento e perda de biodiversidade.
Embora não vinculante, espera-se que o plano da FAO informe decisões políticas e de investimento e impulsione a transição climática da indústria alimentícia, que tem ficado para trás em comparação com outros setores em termos de compromissos.
Os efeitos da mudança climática pelo mundo
![Ondas atingem um paredão em frente a edifícios em Taizhou, província de Zhejiang, leste da China. Os mesmos oceanos que nutriram a evolução humana estão prontos para desencadear a miséria em escala global alerta um projeto de relatório da ONU — Foto: AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/svVUCEDG3nkqDbAHEqxCbZzqK6I=/0x0:1265x760/648x248/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/B/G/necTXnT6O9WvEFdTd8kQ/relatorio-onu-mudanca-climatica2.jpg)
![Ondas atingem um paredão em frente a edifícios em Taizhou, província de Zhejiang, leste da China. Os mesmos oceanos que nutriram a evolução humana estão prontos para desencadear a miséria em escala global alerta um projeto de relatório da ONU — Foto: AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/zUB_WiohpBHwZlLZW1j_vVIMRFQ=/1265x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/B/G/necTXnT6O9WvEFdTd8kQ/relatorio-onu-mudanca-climatica2.jpg)
Ondas atingem um paredão em frente a edifícios em Taizhou, província de Zhejiang, leste da China. Os mesmos oceanos que nutriram a evolução humana estão prontos para desencadear a miséria em escala global alerta um projeto de relatório da ONU — Foto: AFP
![Iceberg perto da ilha de Kulusuk, na costa sudeste da Groenlândia. Aquecimento global causado pelas atividades humanas terá consequências dramáticas para os oceanos e a criosfera, que inclui gelo marinho, geleiras, calotas polares e permafrost (tipo de solo encontrado na região do Ártico, constituído por terra, gelo e rochas permanentemente congelados) — Foto: JONATHAN NACKSTRAND / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/Uj_7UE-3BQhVeq8p3gZC5QJCcXw=/0x0:1265x760/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/9/y/VDtOnQThOrjSTMAjRiYQ/relatorio-onu-mudanca-climatica3.jpg)
![Iceberg perto da ilha de Kulusuk, na costa sudeste da Groenlândia. Aquecimento global causado pelas atividades humanas terá consequências dramáticas para os oceanos e a criosfera, que inclui gelo marinho, geleiras, calotas polares e permafrost (tipo de solo encontrado na região do Ártico, constituído por terra, gelo e rochas permanentemente congelados) — Foto: JONATHAN NACKSTRAND / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/xFsS1mLOUqgaOjvACuqIGJ1_3ac=/1265x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/9/y/VDtOnQThOrjSTMAjRiYQ/relatorio-onu-mudanca-climatica3.jpg)
Iceberg perto da ilha de Kulusuk, na costa sudeste da Groenlândia. Aquecimento global causado pelas atividades humanas terá consequências dramáticas para os oceanos e a criosfera, que inclui gelo marinho, geleiras, calotas polares e permafrost (tipo de solo encontrado na região do Ártico, constituído por terra, gelo e rochas permanentemente congelados) — Foto: JONATHAN NACKSTRAND / AFP
Publicidade
![Geleira na região do Everest, no Nepal, no distrito de Solukhumbu, a 140 km a nordeste de Katmandu. As montanhas devem perder uma parcela significativa de sua cobertura de neve, com impactos significativos na agricultura, no turismo e no suprimento de energia — Foto: PRAKASH MATHEMA / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/ZavuYQjNoQNZfDkuHCP6ptadsvA=/0x0:1265x760/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/a/o/qeeDrSS1axWTmuxANgew/relatorio-onu-mudanca-climatica5.jpg)
![Geleira na região do Everest, no Nepal, no distrito de Solukhumbu, a 140 km a nordeste de Katmandu. As montanhas devem perder uma parcela significativa de sua cobertura de neve, com impactos significativos na agricultura, no turismo e no suprimento de energia — Foto: PRAKASH MATHEMA / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/Fkt-f2ZjyQe0W_lh6A6hFXKWROk=/1265x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/a/o/qeeDrSS1axWTmuxANgew/relatorio-onu-mudanca-climatica5.jpg)
Geleira na região do Everest, no Nepal, no distrito de Solukhumbu, a 140 km a nordeste de Katmandu. As montanhas devem perder uma parcela significativa de sua cobertura de neve, com impactos significativos na agricultura, no turismo e no suprimento de energia — Foto: PRAKASH MATHEMA / AFP
![Imagem fotografada por Steffen Olsen, do Centro de Oceano e Gelo do Instituto Meteorolítico Dinamarquês, mostra cães de trenó andando pela água parada no gelo do mar durante uma expedição no noroeste da Groenlândia. Relatório da ONU sobre oceanos e mudanças climáticas destaca efeitos que China, Estados Unidos, União Europeia e Índia enfrentarão — Foto: STEFFEN OLSEN / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/G7jlGXThZgoiO9102hIk6u7a9YU=/1265x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/b/g/opSgOtTbWqj58rbMWXsQ/relatorio-onu-mudanca-climatica4.jpg)
Imagem fotografada por Steffen Olsen, do Centro de Oceano e Gelo do Instituto Meteorolítico Dinamarquês, mostra cães de trenó andando pela água parada no gelo do mar durante uma expedição no noroeste da Groenlândia. Relatório da ONU sobre oceanos e mudanças climáticas destaca efeitos que China, Estados Unidos, União Europeia e Índia enfrentarão — Foto: STEFFEN OLSEN / AFP
Publicidade
![Calotas polares da Antártica e da Groenlândia perderam uma média de 430 bilhões de toneladas por ano desde 2006, tornando-se a principal fonte do aumento do nível do mar Foto mostra uma a geleira Apusiajik, perto de Kulusuk, na ilha de Sermersooq, na costa sudeste da Groenlândia — Foto: JONATHAN NACKSTRAND / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/_yH20Jgh3NI30BKKCBjkodauNko=/1265x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/k/E/j5FskwTcut6b1JVieAQQ/relatorio-onu-mudanca-climatica6.jpg)
Calotas polares da Antártica e da Groenlândia perderam uma média de 430 bilhões de toneladas por ano desde 2006, tornando-se a principal fonte do aumento do nível do mar Foto mostra uma a geleira Apusiajik, perto de Kulusuk, na ilha de Sermersooq, na costa sudeste da Groenlândia — Foto: JONATHAN NACKSTRAND / AFP
![Dunas ao pé do edifício "Le Signal", em Soulac-sur-Mer, sudoeste da França, estão sendo lavadas devido às importantes marés do Atlântico — Foto: JEAN-PIERRE MULLER / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/s-DRyHjKogbZ3blWW22xIsapxm8=/1265x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/K/d/V4BKL6Tsex3mx7ILi4WA/relatorio-onu-mudanca-climatica7.jpg)
Dunas ao pé do edifício "Le Signal", em Soulac-sur-Mer, sudoeste da França, estão sendo lavadas devido às importantes marés do Atlântico — Foto: JEAN-PIERRE MULLER / AFP
Publicidade
![Áreas da Nona Ala, em Nova Orleans, inundadas após os furacões Katrina e Rita. O aumento do nível do mar pode deslocar 280 milhões de pessoas em um cenário otimista de um aumento de 2°C na temperatura global em comparação com a era pré-industrial. Com um aumento previsível da frequência de ciclones, muitas megacidades costeiras, bem como pequenas nações insulares, seriam inundadas todos os anos a partir de 2050 — Foto: ROBYN BECK / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/G_Yr7TLGufQ0z1rVxamqyKNubaE=/1265x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/N/f/MTwER9TCakPNJhNcvADw/relatorio-onu-mudanca-climatica8.jpg)
Áreas da Nona Ala, em Nova Orleans, inundadas após os furacões Katrina e Rita. O aumento do nível do mar pode deslocar 280 milhões de pessoas em um cenário otimista de um aumento de 2°C na temperatura global em comparação com a era pré-industrial. Com um aumento previsível da frequência de ciclones, muitas megacidades costeiras, bem como pequenas nações insulares, seriam inundadas todos os anos a partir de 2050 — Foto: ROBYN BECK / AFP
![Moradores usam barcos para atravessar um rio Ganges inundado, à medida que os níveis de água nos rios Ganges e Yamuna aumentam, em Allahabad, Índia. Relatório do IPCC diz que chuvas de monção do verão indiano, uma fonte vital para regar as culturas destinadas a alimentar centenas de milhões de pessoas, enfraqueceram significativamente desde 1950, provavelmente devido ao aquecimento do Oceano Índico — Foto: SANJAY KANOJIA / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/QZ6cWuaK2H72wdppfTtycA8ZBRo=/1265x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/G/R/JPY2blS1a9P9AjS26Agw/relatorio-onu-mudanca-climatica9.jpg)
Moradores usam barcos para atravessar um rio Ganges inundado, à medida que os níveis de água nos rios Ganges e Yamuna aumentam, em Allahabad, Índia. Relatório do IPCC diz que chuvas de monção do verão indiano, uma fonte vital para regar as culturas destinadas a alimentar centenas de milhões de pessoas, enfraqueceram significativamente desde 1950, provavelmente devido ao aquecimento do Oceano Índico — Foto: SANJAY KANOJIA / AFP
Publicidade
![A elevação dos níveis dos mares também já provocou o desaparecimento de ao menos cinco ilhas nas Ilhas Salomão, país no Oceano Pacífico considerado um dos mais ameaçados pelas alterações climáticas no planeta — Foto: REPRODUÇÃO](https://s2-oglobo.glbimg.com/5RnHtgwwiLYWnUc1l_UdtKV7mh0=/1265x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/3/v/oJ8HzlT0qtpBBqCSQnDg/solomons-etm-2000249-lrg.jpg)
A elevação dos níveis dos mares também já provocou o desaparecimento de ao menos cinco ilhas nas Ilhas Salomão, país no Oceano Pacífico considerado um dos mais ameaçados pelas alterações climáticas no planeta — Foto: REPRODUÇÃO
![Um urso polar pula entre pedaços de água congelada no Canadá. O fotógrafo Florian Ledoux capturou o momento usando um drone em agosto de 2018. Animais estão enfrentando uma série de ameaças que estão afetando seu futuro status populacional. "Eles estão entre os primeiros refugiados da mudança climática", escreveu Ledoux — Foto: Florian Ledoux](https://s2-oglobo.glbimg.com/f25j7hQu2hQJJV-MBXRBMJV9-dg=/1265x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/V/R/ktuGnmRQ6qmJjqe2yyaQ/foto1.jpg)
Um urso polar pula entre pedaços de água congelada no Canadá. O fotógrafo Florian Ledoux capturou o momento usando um drone em agosto de 2018. Animais estão enfrentando uma série de ameaças que estão afetando seu futuro status populacional. "Eles estão entre os primeiros refugiados da mudança climática", escreveu Ledoux — Foto: Florian Ledoux
Publicidade
![Rio sub-glacial vindo de dentro de uma geleira e caindo num grande buraco — Foto: Florian Ledoux](https://s2-oglobo.glbimg.com/nPmhf4kJLocQiuQLKa3DU8G6H1Q=/1265x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/y/z/6kCSt1SHAbYtPNRDliAg/foto6.jpg)
Rio sub-glacial vindo de dentro de uma geleira e caindo num grande buraco — Foto: Florian Ledoux
![Imagem aérea mostra os corais brancos na Grande Barreira de Corais da Austrália, que está sendo destruída pelo aquecimento e acidificação dos mares — Foto: ARC Centre of Excellence for Coral Reef Studies / Terry Hughes](https://s2-oglobo.glbimg.com/JKImlVsHXGvDJt-Rkgl8PdUPrUc=/1265x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/6/V/3OAQkdTmeyB9AKK9wIgg/aerial-view-of-bleaching-northern-great-barrier-reef-march-2016-1024x768.jpg)
Imagem aérea mostra os corais brancos na Grande Barreira de Corais da Austrália, que está sendo destruída pelo aquecimento e acidificação dos mares — Foto: ARC Centre of Excellence for Coral Reef Studies / Terry Hughes
Publicidade
![Gelo flutuando na Groenlândia durante o inverno. Local costumava estar completamente congelado durante a estação — Foto: Florian Ledoux](https://s2-oglobo.glbimg.com/PnzXzpJMWW2q8-HJt4CfYd41b4c=/1265x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/W/J/c21dB8RO2nBxAFqFLJ7A/foto4.jpg)
Gelo flutuando na Groenlândia durante o inverno. Local costumava estar completamente congelado durante a estação — Foto: Florian Ledoux
![Manguezal com 7.400 hectares morreu de "sede" no Golfo de Carpentária, na Austrália — Foto: AFP / NORMAN DUKE](https://s2-oglobo.glbimg.com/jqYbc8WAxE0VMVVLa3xRrs2ylnU=/1265x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/c/G/pkJrVdT5CkaRcjHuyTXA/australia-environment-conservation-climate-mangroves.jpg)
Manguezal com 7.400 hectares morreu de "sede" no Golfo de Carpentária, na Austrália — Foto: AFP / NORMAN DUKE
Publicidade
![No Brasil, o atual período de estiagem no Nordeste, considerado o pior em um século, transformou a barragem mais antiga do país num cemitério de tartarugas — Foto: AFP / EVARISTO SÁ](https://s2-oglobo.glbimg.com/0uO-egfh_Sths4ZaZpwN3A2XN18=/1265x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/J/W/5OKRUaSrq56Nh4lz5AaQ/brazil-drought-reservoir.jpg)
No Brasil, o atual período de estiagem no Nordeste, considerado o pior em um século, transformou a barragem mais antiga do país num cemitério de tartarugas — Foto: AFP / EVARISTO SÁ
![Carcaças de renas mortas cobertas pelo gelo. Um estudo da Universidade de Oxford mostrou que 80 mil renas morreram na Sibéria por causa das alterações no ciclo das chuvas — Foto: Universidade de Oxford](https://s2-oglobo.glbimg.com/8U9Lu05CjkEa-j7FEfmmrbJP36o=/1265x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/H/n/Ub3ZlBRJegZVH3AT8kBw/sorotettoicing-1.jpg)
Carcaças de renas mortas cobertas pelo gelo. Um estudo da Universidade de Oxford mostrou que 80 mil renas morreram na Sibéria por causa das alterações no ciclo das chuvas — Foto: Universidade de Oxford
Publicidade
A orientação sobre a carne tem o objetivo de enviar uma mensagem clara aos governos. Mas os políticos das nações mais ricas geralmente evitam políticas que visam influenciar o comportamento do consumidor, especialmente quando isso envolve a redução do consumo de itens do cotidiano.
"A pecuária é politicamente sensível, mas precisamos lidar com questões sensíveis para resolver o problema", disse Dhanush Dinesh, fundador da Clim-Eat, que trabalha para acelerar a ação climática nos sistemas alimentares. "Se não resolvermos o problema da pecuária, não resolveremos a mudança climática. O principal problema é o consumo excessivo."
O americano médio consome cerca de 127 quilos de carne por ano, em comparação com 7 quilos na Nigéria e apenas 3 quilos na República Democrática do Congo, de acordo com os dados da FAO. A Comissão Eat-Lancet recomenda que as pessoas não consumam mais do que 15,7 quilos de carne por ano.
A agência da ONU sediada em Roma, encarregada de melhorar o setor agrícola e nutricional, está tentando encontrar um equilíbrio entre a transição climática e a garantia de segurança alimentar para a crescente população global.
![FAO vai pedir aos países mais ricos que diminuam o consumo de carne — Foto: Bloomberg](https://s2-oglobo.glbimg.com/hsT6FEzdANhVhA56PDD57mrVU1E=/0x0:4000x2666/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/g/z/u5kDUURjS45dFMzJ2C6g/404864525.jpg)
Portanto, além de exigir menos consumo de carne para as pessoas bem alimentadas do mundo, o plano também incentivaria os fazendeiros dos países em desenvolvimento a aumentar a produtividade de seus rebanhos e a fornecer de forma mais sustentável.
Outras recomendações abrangerão questões que vão desde a forma como os agricultores se adaptam a um clima cada vez mais irregular até o combate às principais fontes de emissões, como desperdício de alimentos e perda pós-colheita ou uso de fertilizantes, de acordo com a FAO.
- Reforma Tributária: Fazenda diz que precisa do apoio dos estados para aprovação
O plano será implementado em três partes ao longo dos próximos anos para, por fim, incluir recomendações específicas para cada país.
O plano de ação tem o potencial de oferecer uma “direção compartilhada” para as empresas de pecuária e seus investidores, refletindo o papel do documento de emissões líquidas zero da Agência Internacional de Energia para o setor de energia, segundo a FAIRR Initiative, uma rede de investidores focada na produção animal intensiva.
“Quanto mais as empresas esperarem para agir, mais drástica e potencialmente disruptiva será a transição”, disse Sofia Condés, chefe de divulgação de investidores da FAIRR.
Os Emirados Árabes Unidos convocaram governos a assinarem uma declaração comprometendo-se a incluir a transformação alimentar em seus planos nacionais de redução e adaptação. A COP28 terá um Dia da Alimentação, Agricultura e Água em 10 de dezembro, o primeiro dedicado aos sistemas alimentares, que abrangem como alimentos são cultivados, processados, distribuídos, consumidos ou descartados. Dois terços do fornecimento para a cúpula serão à base de plantas.