Economia
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Por — Brasília

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira, em regime de urgência, o projeto de lei que regulamenta o setor de geração de energia eólica em alto-mar (offshore). Às vésperas do início da Conferência do Clima em Dubai, a COP 28, o deputado Zé Vitor (PL-MG), relator do projeto, incluiu no texto um "jabuti" que prorroga a contratação de energia movida a carvão no Sul do país até 2050, a um custo estimado em R$ 5 bilhões, segundo associações do setor.

Os vários "jabutis" inseridos no texto, além do carvão, podem encarecer a conta de luz em até R$ 39 bilhões (veja a lista abaixo), segundo especialistas. O deputado Zé Vitor, no entanto, refuta essa conta e diz que haverá redução de custos.

Jabutis são propostas que "pegam carona" no projeto original e que não tem relação direta com o texto. Um deles prorroga subsídios para o uso das linhas de transmissão pela geração eólica, solar e PCHs. Na semana passada, fontes do setor chegaram a se posicionar contra a edição de uma Medida Provisória com esse tema, que acabou não sendo promulgada. O mesmo texto, no entanto, voltou agora dentro do PL das eólicas. A conta da Frente Nacional dos Consumidores de Energia é de que esse subsídio pode custar mais R$ 6 bilhões.

Segundo o presidente da Frente, Luiz Eduardo Barata, ex-diretor-geral do ONS, a maior despesa que recairá sobre os consumidores será o fim do preço-teto para a contratação de energia por térmicas em regiões onde não há fornecimento de gás. A construção dessas usinas foi tornada obrigatória durante o processo de privatização da Eletrobras. O problema é que não há combustível nessas regiões, e agora o custo para viabilizar o funcionamento dessas térmicas pode se recair sobre os consumidores.

Luiz Eduardo Barata afirma que há R$ 8,6 bilhões em custos extra para a contratação de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), mais R$ 500 milhões para a contratação de energia eólica no Sul do país, e a contratação de térmicas a hidrogênio verde, por mais R$ 3 bilhões.

- Inauguramos a agenda cinza, aprovamos um projeto de eólica, mas com incentivos à geração movida a carvão, às vésperas da COP 28. O presidente Lula vai a Dubai, com essa aprovação na Câmara. O governo não entrou na discussão, nem o PT nem partidos de esquerda - disse Barata.

Veja abaixo a lista da "jabutis" e os custos estimados por pela Frente Nacional dos Consumidores de Energia e pela Abrace.

  • Prorrogação de contração de térmicas a carvão: R$ 5 bilhões
  • Fim do preço teto para térmicas a gás nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste: 16 bilhões
  • Subsídio para o uso de linhas de transmissão por fontes renováveis: R$ 6 bilhões
  • Contratação de energia eólica no Sul do país: R$ 500 milhões
  • Contratação de térmicas a hidrogênio verde: R$ 3 bilhões.
  • Contratação de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs): R$ 8,6 bilhões
  • Tota: R$ 39,1 bilhões

Projetos aprovados em regime de urgência vão diretos a plenário e não passam pelas comissões temáticas. Ao aprovar o PL dessa forma, e com a inclusão de jabutis a poucos minutos da votação, a Câmara dos Deputados impediu que houvesse um debate técnico sobre o assuno. O texto agora será analisado pelo Senado.

Emenda para geração distribuída

Na mesma sessão, a Câmara também aprovou uma emenda que amplia de 12 para 24 meses o prazo para que geradores de geração elétrica distribuída (como painéis solares, eólica e hídrica) finalizem seus projetos para vender às distribuidoras de energia.

A emenda foi incluída de una últimia e hora pegou a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) de surpresa.

O novo artigo estabelece como início de medição do prazo não mais o parecer dado pela distribuidora, mas a assinatura do contrato. Além disso, amplia de 12 para 24 meses o período para início da injeção da energia no sistema.

Os geradores reclamavam que as distribuidoras não tinham interesse em cumprir o prazo. Na prática, elas perdem rentabilidade, na medida em que mais pessoas passem a gerar a própria energia e vender ao sistema.

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