Economia
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Por — Rio de Janeiro

O Brasil foi convidado para integrar a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados, a Opep +. O convite foi feito na quarta-feira, na passagem do presidente Luís Inácio Lula da Silva por Riad, capital da Arábia Saudita. E formalizado em uma carta entregue na quinta-feira ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em Dubai, onde ambos participam da conferência climática COP28.

O tema está em análise pelo ministério. O Brasil tem até junho para tomar uma decisão. Mas, afinal, o que é Opep, para que ela serve e o que o Brasil tem a ganhar com isso? Veja abaixo:

O que é a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep)?

A Opep reúne 13 países que são grandes exportadores de petróleo. Ela foi fundada em Bagdá, Iraque, em 1960, por cinco nações: Irã, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita e Venezuela. Estes são chamados de membros fundadores.

Ao longo dos anos, outros países aderiram à associação: Líbia (1962), Emirados Árabes Unidos (1967), Argélia (1969), Nigéria (1971), Gabão (1975), Angola (2007), Guiné Equatorial (2017) e Congo (2018). Esses são os chamados membros plenos, pois não faziam parte do grupo quando ele foi criado.

Veja abaixo o ranking global dos países exportadores. Clique aqui caso não consiga visualizar o gráfico abaixo.

Entre os membros da Opep há ainda os associados, que são países que não se qualificam para a adesão plena, mas que são admitidos sob condições especiais. De acordo com o estatuto da Opep, eles não têm direito a voto nas reuniões.

Os 13 países da Opep respondem por 30% da produção global de petróleo e por mais de 60% de todo o petróleo exportado no mundo. A Arábia Saudita é o maior produtor, com mais de 10 milhões de barris por dia.

Por que a Opep foi criada?

Ela foi criada com o objetivo de estabelecer uma política comum em relação à produção e à venda de petróleo, de forma a influenciar os preços do petróleo no mercado internacional. Por serem grandes produtores, seus membros são capazes mexer com as cotações, ao aumentar ou cortar a produção de forma coordenada.

Nesta quinta-feira, por exemplo, os preços do petróleo subiram pela manhã após decisão da Opep+ de cortar 2 milhões de barris diários a partir do ano que vem.

A organização foi criada em um momento de transição no cenário econômico e político internacional, com o movimento de descolonização e o surgimento de muitos novos Estados independentes, especialmente na África e na Ásia.

O mercado internacional de petróleo era dominado pelas multinacionais conhecidas como as "Sete Irmãs". Mas a Opep ganhou destaque internacional na década de 1970, à medida que seus países membros assumiram o controle de suas indústrias petrolíferas e passaram a desempenhar um papel mais significativo nos mercados mundiais de petróleo.

Com petrolíferas controladas pelo Estado, os governos conseguem determinar cortes ou aumentos na produção com facilidade, sem necessidade de prestar contas a investidores.

Durante a Guerra do Yom Kippur de 1973, membros árabes da Opep impuseram um embargo contra os Estados Unidos em retaliação à decisão americana de apoiar as forças militares israelenses.

Além do embargo, esses países deciciram realizar cortes na produção de petróleo, levando á alta de preços e ao primeiro choque do petróleo.

O que é a Opep +?

Em 2016, quando os preços do petróleo estavam particularmente baixos, a Opep uniu forças com outros dez grandes produtores de petróleo para criar a Opep+. Esses dez países são aliados ou membros associados.

Juntos, os países da OPEP+ produzem cerca de 40% de todo o petróleo bruto do mundo. Ao todo, são 23 países, sendo a Rússia o mais importante. Se o Brasil aceitar o convite, ele faria parte desse grupo, sem direito à voto portanto.

Veja abaixo os membros da Opep +:

  • Russia
  • Azerbaijão
  • Cazaquistão
  • Bahrain
  • Brunei
  • Malásia
  • México
  • Omã
  • Sudão do Sul
  • Sudão

O que o Brasil ganharia ao entrar para a Opep?

O Brasil é um dos 10 maiores exportadores de petróleo do mundo, segundo dados da própria Opep. A Petrobras é a maior produtora de petróleo nacional, mas, ao contrário do que ocorre na maioria dos países que integram a organização, a Petrobras é uma empresa de capital misto, com ações em Bolsa, o que dificultaria ordens para aumento ou corte de produção a partir de acordos entre países membros da Opep.

Além disso, há empresas privadas que produzem no país e que não seriam submetidas a esse tipo de determinação do governo brasileiro.

— Esses países (os que integram a Opep) têm mercados controlados por empresas estatais. Aqui, por mais que a Petrobras seja majoritária (na produção de petróleo), temos um mercado muito mais aberto e competitivo. Fico sem saber como o Brasil iria, por exemplo, operacionalizar qualquer decisão. A Petrobras teria que ser esse instrumento, e claramente seria prejudicada — disse David Zylbersztajn, ex-diretor geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e professor da PUC-Rio.

Para ele, o Brasil não teria nada a ganhar ao entrar na Opep+.

Analistas avaliam ainda que, ao entrar na Opep, o Brasil estaria sendo incoerente com o discurso da transição energética.

Na Petrobras, no entanto, a avaliação é diferente. Fontes consideram que “estar em fóruns como a Opep é estratégico”, pois garantiria “informação e poder de opinião”.

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