Economia
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Por — Rio de Janeiro

Ao mesmo tempo em que enalteceu a iniciativa de buscar acordos comerciais com países e blocos de outros continentes, o vice-presidente Geraldo Alckmin defendeu nesta quarta-feira a ampliação da integração dentro do Mercosul, bloco formado por Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela. Um acordo comercial com Cingapura deverá ser o maior resultado da reunião de cúpula do Mercosul, que ocorre no Rio, após as negociações de um tratado comercial com a União Europeia (UE) atrasarem mais uma vez.

— O mundo está globalizado, mas o comércio continua a ser principalmente regional. A densidade do comércio intrabloco é um sinal de avanço na integração. Na União Europeia, cerca de 60% do comércio é intrabloco — afirmou Alckmin, no discurso de abertura da 63ª Reunião Ordinária do Conselho do Mercado Comum do Mercosul, iniciada de manhã, no Museu do Amanhã.

Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, representou o Brasil na reunião, ao lado do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

Segundo o vice-presidente, o comércio intrarregional no Mercosul é importante para as exportações brasileiras. Alckmin lembrou que, somados, os países do bloco são o quarto maior destino das vendas do país no exterior. E que cerca de 80% da pauta comercial das exportações para o Mercosul é de produtos manufaturados e semimanufaturados.

— Nossos parceiros no bloco são essenciais no projeto de neoindustrialização — disse Alckmin.

Esse comércio intrarregional deverá se beneficiar da adesão plena da Bolívia ao bloco, completou o vice-presidente. O país vizinho, atualmente, é estado associado do Mercosul. A adesão plena está em negociação. O Congresso Nacional aprovou essa adesão plena recentemente.

Reunião Ordinária do Conselho do Mercado Comum e Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados — Foto: Cadu Gomes/VPR
Reunião Ordinária do Conselho do Mercado Comum e Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados — Foto: Cadu Gomes/VPR

— O Congresso brasileiro acaba de aprovar a entrada da Bolívia ao bloco, o que permitirá mais comércio, mais investimento e mais desenvolvimento conjunto — afirmou Alckmin.

Em seu discurso, o ministro Vieira ressaltou que a adesão "ainda depende da aprovação do Protocolo de Adesão pelo Legislativo boliviano" e que o governo do Brasil apoiará o país vizinho ao longo do processo.

Já o vice-presidente também cobrou maior integração da infraestrutura entre os países do Mercosul, com rodovias, hidrovias e ferrovias que liguem os países e maior intercâmbio de energia elétrica:

— Tão importante quanto baixar tarifas e harmonizar padrões e sistemas é prover os meios físicos para garantir as trocas comerciais. É a integração real, base para o restante.

Acordo com Cingapura

Sobre os acordos comerciais com outros países e blocos, Alckmin enalteceu a assinatura do acordo comercial com Cingapura:

— Este será o primeiro acordo de livre comércio do Mercosul em mais de 10 anos e o primeiro com um país asiático. Essa integração fortalece os laços econômicos entre o Brasil, o Mercosul e a região asiática, criando oportunidades para maior diversificação das exportações e investimentos.

Previsto para ser assinado na quinta-feira, o tratado deverá ser o principal resultado concreto da 63ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, que se segue à reunião desta quarta-feira.

Inicialmente, a expectativa é de que a cúpula do Rio, que marca o encerramento da presidência temporária do Brasil no Mercosul, tivesse como resultado novos avanços no acordo com a União Europeia (UE), mas o governo argentino, que terá uma nova administração com a posse de Javier Milei no próximo domingo, pediu para adiar as negociações.

Nos últimos dias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o chancele da Alemanha, Olaf Scholz, saíram em defesa do acordo com os europeus, após o presidente da França, Emmanuel Macron, se posicionar contra.

— Quero também ressaltar os avanços importantes nas negociações entre Mercosul e União Europeia. Destaco os compromissos de ambos os lados em prol de um entendimento equilibrado no futuro próximo e a partir das bases sólidas que construímos nos últimos meses de engajamento intenso — disse Alckmin.

O ministro Vieira afirmou que a expectativa do governo é assinar o acordo com a UE "muito em breve".

— Para o Mercosul, o Acordo de Associação com a União Europeia possui uma dimensão estratégica inequívoca. Com esse instrumento, estamos reforçando a identidade do nosso bloco como um ator econômico global. O Acordo será um ponto de inflexão não apenas na relação birregional como também na dinâmica econômica das duas regiões. Estamos lançando as bases de uma integração de cadeias produtivas nos dois lados, e nos dois sentidos. Há ganhos a serem obtidos pelas economias do Mercosul no mercado europeu, tanto para ampliar as exportações, como também para aquisição de tecnologias que deverão aprimorar a nossa competitividade — disse o chanceler brasileiro, em seu discurso na abertura da reunião.

Uruguai reclama

A demora de mais de dez anos para firmar um acordo comercial, interrompida com o tratado com Cingapura, serve de argumento para reclamações do governo do Uruguai, que vem fazendo movimentos independentes. No fim do mês passado, o presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, fez uma viista oficial à China, em mais um passo nas negociações de um acordo comercial com o gigante asiático.

Na reunião desta quarta-feira, no Rio, o ministro de Relações Exteriores do Uruguai, Omar Paganini, aproveitou os elogios ao acordo com Cingapura para cobrar os demais sócios do Mercosul.

– Estamos forjando um caminho com a China, para mencionar um exemplo muito importante para nós. Nosso presidente tem reiterado que queremos todo o Mercosul com a China, mas se o Uruguai puder avançar primeiro, cremos que isso também serve a todos – disse Paganini, em seu discurso. – Não obstante, as possibilidades de dar passos concretos entre China e o Mercosul em conjunto são muito valorizadas por nós. Nesse sentido, propomos que o Mercosul reative seu mecanismo de diálogo com a China.

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