Investimento estrangeiro no país recua 25% até novembro de 2023, com queda de US$ 19 bilhões

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Na avaliação mensal, o ingresso líquido (entradas superiores às saídas) foi de US$ 7,8 bilhões em novembro de 2023, ante US$7,6 bilhões em novembro de 2022. Os dados são do Banco Central do Brasil, divulgados nesta quarta-feira.

Nesta conta é considerada a participação no capital, com a entrada de recursos para a aquisição ou aumento do capital social de empresas residentes, por exemplo. Entram também nesse combo as chamas operações intercompanhia, como a concessão de créditos pelas subsidiárias ou filiais no exterior a suas matrizes no Brasil.

A queda no saldo líquido do Investimento Direto no País é explicada pela redução nos preços das commodities (cotadas em dólar) e também por fatores como o risco fiscal que impactam na atratividade do país.

— A queda (nos preços) das commodities afasta investimento (já que há menor perspectiva de lucro). Além do que, a falta de equilíbrio nas contas públicas e a busca por taxação cada vez maior faz com que os investidores busquem locais com mais controle financeiro. Além disso, a insegurança jurídica aumenta a desconfiança do rendimento — analisa Heder Bragança, especialista em M&A e valuation.

Por outro lado, as transações correntes no Brasil acumularam déficit menor. Houve saldo negativo de US$ 33,7 bilhões ou 1,62% do PIB nos últimos 12 meses até novembro de 2023.

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No mesmo período de 2022, o rombo acumulado era de US$ 49,9 bilhões (3,04% do PIB). A queda das importações e o aumento das exportações explicam esse resultado.

De janeiro a novembro de 2023, as exportações de bens somaram US$ 315,3 bilhões, recorde na série do BC. No mesmo intervalo em 2022 esse total foi de US$ 313,2 bilhões. Ou seja, na comparação anual, o crescimento não foi robusto.

Em contrapartida, as importações foram reduzidas em 11,02% na mesma base de comparação. Saíram de US$ 272 bilhões para US$ 242 bilhões, de 2022 para 2023.

— A balança comercial de bens trouxe um equilíbrio maior para a equação, porque as importações de bens reduziram bastante. Não é que exportou (bem) mais, e sim que importou menos e isso impactou no saldo final — avalia Catharina Sacerdote, economista e consultora econômica.

• A balança comercial de produtos entre o Brasil e outros países, isto é, as exportações e importações;
• A balança de serviços das contas externas considera, sobretudo, as compras de brasileiros no exterior, incluindo gastos com importações de serviços financeiros, fretes e aluguel de equipamentos e até gastos de turismo;
• A renda primária é o terceiro dado e trata das remessas de dinheiro e pagamentos (lucros, juros e dividendos) que as empresas multinacionais, com filial no Brasil, enviam para o exterior. Nesse cálculo, também estão as remessas que empresas brasileiras recebem do exterior.

No caso da balança comercial, houve superávit de US$ 6,7 bilhões em novembro de 2023, ante saldo positivo de US$ 4,7 bilhões no mesmo período em 2022.

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O déficit na conta de serviços totalizou US$3,6 bilhões em novembro de 2023. Em 2022, no mesmo mês, foram US$ 2,6 bilhões deficitários.

Já na chamada renda primária houve saldo negativo de US$4,7 bilhões em novembro de 2023, aumento de 16% na comparação com o déficit de US$4,0 bilhões em novembro de 2022.