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Por e — Brasília e São Paulo

A General Motors (GM) anunciou nesta quarta-feira investimentos de R$ 7 bilhões no país, entre 2024 e 2028. O anúncio foi feito em Brasília, com a presença do presidente internacional da companhia, Shilpan Amin.

Pela manhã, ele se encontrou com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin. A fabricante de automóveis americana completa 99 anos no Brasil na próxima sexta-feira.

O valor representa uma redução de 30% em relação aos R$ 10 bilhões do ciclo de investimentos anterior, mas, segundo o vice-presidente de Políticas Públicas, Comunicações e ESG da GM para América do Sul, Fabio Rua, poderá aumentar, de acordo com as condições de mercado.

Segundo a montadora, o foco do novo ciclo de investimentos será acelerar a mobilidade sustentável, com a renovação do portfólio de veículos e desenvolvimento de novas tecnologias. As atuais fábricas no país serão modernizadas, para serem mais "ágeis e sustentáveis", de acordo com o grupo.

Não foram divulgados, contudo, se haverá impacto no nível de emprego da empresa e que fábricas no país serão contempladas.

— O Brasil é estratégico para o plano global de expansão de negócios da GM. Além de ser um polo exportador de veículos para a América do Sul, conta com um amplo centro de desenvolvimento de engenharia e é um mercado com alto potencial de crescimento com vocação também para veículos de novas tecnologias — explicou Amin.

Além de Amin, o encontro com Lula incluiu o presidente da GM América do Sul, Santiago Chamorro, e Fabio Rua.

Sobre a conversa com Lula, os executivos da empresa afirmaram que houve sinergia e um dos temas abordados foi a segurança jurídica para o setor.

— Diálogo permanente com o governo para potencializar oportunidades no país. O programa Mover foi muito importante para dar clareza para os próximos anos — afirmou Rua.

A GM e subsidiárias vendem veículos sob as marcas Chevrolet, Buick, GMC, Cadillac, Baojun e Wuling.

Demissões em outubro

Em outubro, a empresa anunciou mais de 1.000 demissões nas fábricas de São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes. Os cortes depois foram cancelados, por decisão judicial, e a empresa abriu um programa de incentivo para demissão voluntária.

Questionado sobre o tema, Fábio Rua afirmou que elas foram pontuais e sob conjuntura específica.

— As demissões foram feitas em uma conjuntura específica. Foram ajustes pontuais e que deram dor no coração. Mas a visão de longo prazo é continuar empregando e investindo — afirmou.

Na época, sindicatos de metalúrgicos ligados à montadora recorreram ao governo e ao ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, para tentar reverter os cortes. O ministro determinou ao superintendente regional do Trabalho em São Paulo, Marcus Pontual, a realização de uma mesa de negociação da GM com Sindicatos para tratar desse assunto.

Por telegrama, a General Motors comunicou aos empregados, num final de semana, sobre as demissões, a partir do dia 23 de outubro, alegando adequação do quadro de funcionários.

Aposta em carros elétricos

Na contramão da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a GM defendia que o imposto de importação de veículos elétricos se mantivesse zerado por mais tempo. Com isso, o mercado de eletrificados, que hoje representa 5% das vendas da empresa, ganharia maior tração, além de atrair novas tecnologias. A GM defende maior escala que justifique uma produção local desses veículos.

A montadora americana vem apostando nos carros elétricos puros nos EUA, sem passar pelos modelos híbridos — e isso vale também para o Brasil. Mas não descarta que híbridos possam ser fabricados no país, dependendo da demanda dos consumidores.

Para a empresa, o cenário por aqui é muito favorável à eletrificação: há minérios para a fabricação das baterias, o parque industrial é robusto e a matriz energética é limpa. A GM defende que o Brasil pode ser um polo de produção e exportação de veículos elétricos e se reindustrializar com o avanço da eletrificação.

Mas, diferente do que pensava a montadora americana, o governo oficializou a retomada da cobrança do imposto de importação sobre os carros elétricos a partir de janeiro deste ano — começando em 10% e subindo gradativamente até chegar a 35% em 2026. Na visão de Brasília, isso pode ajudar a reindustrializar o país e atrair investimentos. A chinesa BYD vai produzir elétricos no Brasil.

A GM vendeu no mercado brasileiro um lote do eletrificado Bolt, por R$ 280 mil, mas o modelo sairá de linha para ser substituído por um novo modelo elétrico. Outros três carros elétricos da marca Chevrolet devem chegar ao Brasil este ano: SUVs Blazer e Equinox, além da picape Silverado. Todos importados. Com o aumento do imposto, os especialistas avaliam que o preço dos elétricos importados deve subir entre 15% e 20%.

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