IBM comunica aos gestores em home office: 'mudem-se para perto de um escritório ou saiam da empresa'

• Contratações: Brasil cria 1,4 milhão de empregos com carteira assinada em 2023. Número é menor que o registrado em 2022
• Emprego dos sonhos: em quais profissões as pessoas são mais felizes? Veja ranking com 8 áreas de trabalho

Todos os gestores da IBM nos EUA devem ir a um escritório da empresa ou ao encontro de clientes pelo menos três vezes por semana, “independentemente da situação atual do local de trabalho", de acordo um memorando enviado em 16 de janeiro.

A presença individual dos executivos será avaliada por meio de ponto e compartilhada com gerentes e recursos humanos, escreveu o vice-presidente sênior da IBM John Granger em nota.

Aqueles que trabalham remotamente — exceto funcionários com exceções como questões médicas ou serviço militar — que não moram perto o suficiente para se deslocarem para uma instalação devem se mudar para perto de um escritório da IBM até o início de agosto. Segundo uma fonte, essa distância geralmente significa um raio de 80 quilômetros.

Aqueles que não concordam em se mudar e não conseguem garantir uma aprovação superior para trabalhar remotamente devem “sair da IBM”, escreveu Granger.

— A IBM está focada em fornecer um ambiente de trabalho que equilibre flexibilidade com interações presenciais que nos tornem mais produtivos, inovadores e mais capazes de atender nossos clientes, disse um porta-voz da empresa.

O CEO, Arvind Krishna, há tempos elogia a importância do trabalho presencial. Em entrevista à Bloomberg em maio de 2023, o empresário disse que as promoções serão mais raras para quem não está no local de trabalho.

Algumas equipes da IBM já haviam instituído requisitos de frequência no escritório. Um memorando de novembro dizia aos funcionários da unidade de negócios de infraestrutura para ir à empresa pelo menos três dias por semana.

• Desenrola: governo faz mudanças para deslanchar programa de renegociação de dívidas. Tire suas dúvidas

A IBM reduziu as suas operações para se concentrar em software e serviços nos últimos anos, introduziu novos produtos para capitalizar o interesse na inteligência artificial e retirou investimentos dos seus negócios de infraestruturas geridas, clima e saúde.

Os executivos deram uma perspectiva positiva para 2024 com os lucros do quarto trimestre na semana passada, levando as ações ao seu melhor dia em quase quatro anos.

A IBM espera reduzir empregos este ano, gastando uma quantia semelhante em reestruturação como fez no ano passado, quando planejou demitir 3.900 trabalhadores, disse o diretor financeiro James Kavanaugh na semana passada.

Os mandatos de regresso ao cargo são frequentemente vistos como um fator de desgaste. A IBM tinha cerca de 288.000 trabalhadores globalmente no final de 2022.

• Seguro-desemprego: calculadora do GLOBO mostra se você tem direito, valores e número de parcelas

A empresa fechou vários escritórios desde o início da pandemia, complicando seus planos de regresso ao trabalho presencial, incluindo instalações em Filadélfia, em Nova York, Southbury, Connecticut e Iowa. A redução de imóveis faz parte de esforços contínuos de expansão de margem da IBM, disse Kavanaugh durante uma teleconferência de resultados na semana passada.

Não foi possível determinar quantos gestores seriam obrigados a mudar sob as novas regras.

Muitas empresas aumentaram os requisitos para o retorno aos escritório no ano passado, substituindo incentivos favoráveis ​​aos funcionários, como happy hours e subsídios de transporte, por medidas mais punitivas, incluindo ações disciplinares ou progressão limitada na carreira se as metas de frequência não forem cumpridas.

A indústria tecnológica, em particular, teve regras mais rigorosas à medida que o mercado azedou e o risco de cortes de empregos fez a balança pesar a favor dos empregadores, que ordenaram que alguns trabalhadores se mudassem para perto dos escritórios.

Apesar das novas regras, o comparecimento aos escritórios permaneceu estagnado ao longo de 2023, de acordo com dados da Kastle Systems. Nos 10 maiores distritos empresariais dos EUA, o número de trabalhadores no escritório oscilava em torno de 50% do que era antes da pandemia, com regiões com forte presença tecnológica, como a área da Baía de São Francisco, a reportar percentagens ainda mais baixas.