Economia
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Por — São Paulo

O Salão Nobre do Estádio do Morumbi, em São Paulo, recebeu empresários, políticos, artistas e outras centenas de pessoas nesta segunda-feira para o último adeus a Abilio Diniz, que morreu ontem aos 87 anos.

A cerimônia começou às 8h, com uma missa reservada à família e, a partir das 9h, amigos mais próximos começaram a chegar. Às 11h, o local foi aberto para o público em geral. Empresários, políticos e funcionários de Abilio foram maioria.

Marcaram presença o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o ex-presidente Michel Temer, o governador do Pará, Helder Barbalho, o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes, o deputado estadual Eduardo Suplicy (PT), o apresentador Luciano Huck, o ex-piloto Felipe Massa, a apresentadora e chef Bela Gil, além de empresários como o CEO do Grupo Carrefour, Stephane Maquaire, o CEO da N Ideas Nizan Guanaes, e o sócio do grupo ABC de comunicação, Sérgio Gordilho.

O corpo de Abilio foi coberto por flores brancas. Do lado direito, uma bandeira do Brasil dividia espaço com uma foto do empresário, enquanto do lado esquerdo foi estendida uma bandeira do São Paulo Futebol Clube — cedido para realizar o velório. Em determinado momento, a despedida foi embalada pela canção “O Que É, O Que É”, de Gonzaguinha.

O empresário, que fez fortuna no ramo de supermercados — primeiro no Grupo Pão de Açúcar e depois no Carrefour — foi velado na sede de seu time do coração. Além de torcedor fanático, ele fazia parte do conselho consultivo do clube e ajudou a tornar Julio Casares presidente do time.

Casares se emocionou ao falar do amigo, a quem se referiu como “um grande otimista”:

— Além da nossa relação esportiva, a gente tinha uma relação de amizade, e fazer a despedida dele aqui no Morumbi, que é a casa dele, é um reconhecimento a um esportista, um brasileiro, um otimista, que deixou um vazio muito grande. Quando nós ganhamos a Copa do Brasil, eu liguei pro Abilio e disse 'não falta mais nada de título', e eu levei uma medalha do título que eu guardei pra ele. É um choque devastador — falou.

Suas inúmeras facetas foram destacadas por alguns dos presentes: de seu sucesso como empresário do varejo até seu amor pela prática de exercícios físicos.

Luciano Huck disse que Diniz deixa uma "contribuição enorme para o país" nas últimas décadas, e que é "uma luz a ser seguida". Huck estudou com Pedro Diniz, e conviveu com o empresário desde criança.

— O tempo e o amor fizeram muito bem a ele. Quanto mais o tempo passou, um homem que sempre gostou de falar, aprendeu a ouvir mais, ele soube viver a vida de maneira muito intensa e que soube ser um curador ao longo da vida, do que podia fazer bem pra ele e pra quem estava ao redor dele, não só na sua família, mas no país inteiro – disse.

Já o ex-presidente Michel Temer disse que ele fará falta pela “sensatez, equilíbrio e ponderação”.

O prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), chegou ao velório por volta das 11h40. Ele se referiu a Abilio como um “exemplo de empresário” , destacando que a prefeitura decretou luto oficial de três dias.

— A gente deve muito para esse exemplo de homem. É uma grande perda para a cidade de São Paulo, para o país e para o mundo, foi uma pessoa que levou o nome do nosso país muito positivamente para o mundo inteiro — disse à imprensa antes de entrar no velório.

O vereador Eduardo Suplicy, no velório de Abílio Diniz — Foto: Hyndara Freitas/O Globo
O vereador Eduardo Suplicy, no velório de Abílio Diniz — Foto: Hyndara Freitas/O Globo

O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT) também foi ao local, e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) era esperado na parte da tarde.

Outra presença no velório foi o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo o qual, Abilio Diniz foi um "exemplo de homem batalhador e íntegro".

---- Ele deixa essa semente nos filhos, nos netos, e a minha oração é para que Deus console a família e que a semente que ele deixou possa crescer e se multiplicar em tantos brasileiros que sonham em construir um país melhor e mais justo — disse.

O empresário e ativista Preto Zezé relembrou a ajuda de Diniz em projetos da Confederação Única das Favelas (Cufa) na época da pandemia.

— Além dele ser um parceiro, a gente ficou muito amigo, ele me apresentou à família, e ele sempre me falou para treinar as pernas, ele era muito amante dos exercícios — disse. — Quando eu levei ele nas favelas, eu o apresentava para as pessoas e o Abilio dizia que as pessoas também eram líderes. Ele inspirava as pessoas a partir do exemplo dele e eu espero que a gente mantenha essa coisa viva.

José Roberto Marinho, vice-presidente do Conselho de Administração do Grupo Globo, também compareceu ao velório e prestou solidariedade à família do empresário.

Quem foi Abilio Diniz?

Abilio Diniz nasceu em 28 de dezembro de 1936, em São Paulo. Casou-se pela primeira vez em 1960, com Auriluce, com quem teve os filhos Ana Maria, João Paulo, Pedro Paulo e Adriana. O segundo matrimônio, com Geyze Marchesi, veio em 2004. Da união, nasceram Rafaela e Miguel. Um dos mais duros golpes na vida pessoal do empresário foi a morte, em 2022, de seu filho João Paulo, aos 58 anos, vítima de enfarto.

Diniz queria ser professor, mas adiou o sonho após a proposta feita pelo pai para tocar o negócio da família. Formado em Administração de Empresas na Fundação Getúlio Vargas, recentemente o empresário montou um curso sobre liderança e gestão, onde lecionou presencialmente.

A história do varejo brasileiro e do empresário Abilio dos Santos Diniz estão entrelaçadas. Tanto que, há alguns anos, o jornal britânico Financial Times escreveu que Diniz era um 'herói' para os consumidores brasileiros dada sua perseverança à frente do negócio fundado por seu pai, o português Valentim dos Santos Diniz.

Sempre que era indagado sobre o legado que queria deixar para a sociedade, dizia que nunca se preocupava com isso. Sua principal preocupação em vida, afirmava, era ser uma pessoa feliz, que faz o bem e compartilha o conhecimento.

Qual foi a causa da morte de Abilio Diniz?

O empresário Abilio Diniz morreu no último domingo, em São Paulo, aos 87 anos. Ele foi vítima de insuficiência respiratória em função de uma pneumonite. Abilio estava internado há cerca de um mês no Hospital Albert Einstein com pneumonia e esteve na UTI durante todo este período.

Qual é a fortuna de Abilio Diniz?

Atualmente, ele era o 31º brasileiro mais rico do mundo, com patrimônio estimado em US$ 2 bilhões (R$ 9,9 bilhões, na cotação atual), de acordo com o ranking em tempo real da revista Forbes.

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