Economia
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Por — São Paulo

A Enel Distribuição São Paulo, no alvo do Ministério de Minas e Energia pelas falhas constantes na distribuição de energia da maior cidade do país, atingiu em 2024 o maior tempo médio de preparação para atender as ocorrências de falta de energia na série histórica. Entretanto, a concessionária não é a pior do país neste quesito. A Light, que atua no Rio de Janeiro, é a empresa que mais demorou para atender as emergências de interrupção de energia elétrica no país.

Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), entre janeiro e fevereiro, a Light levou, em média, 1.013 minutos de tempo médio de preparação, segundo o indicador oficial, para atender as ocorrências — ou 16 horas e 8 minutos.

A taxa leva em consideração a comunicação, os fluxos de informação dos centros de operação e o tamanho das equipes das empresas. Mas houve uma redução em relação ao mesmo período do ano passado, já que a média para os dois primeiros meses daquele ano foi de 19 horas. Em 2023, o tempo médio foi de 1.186 minutos (19 horas e sete minutos), considerando os 12 meses.

A segunda pior concessionária neste quesito foi a Neoenergia de Pernambuco (antiga Celpe). Segundo os dados da agência reguladora, foram mais de 13 horas (837 minutos) em média de preparação para atender a ocorrência neste ano. A taxa dos primeiros dois meses do ano é muito maior do que a do ano passado inteiro, quando a companhia levava pouco mais de 7 horas para preparar os atendimentos das ocorrências.

Já a Enel SP, nos dois primeiros meses de 2024, levou em média mais de 12 horas (733,86 minutos) para resolver os problemas, um patamar que vem ficando pior a cada ano. Considerando todo o ano de 2023, o tempo médio de preparação da concessionária foi de pouco mais de 11 horas, enquanto em 2022, era de mais de 9 horas. Em 2021, a média era de 6 horas.

Nesta segunda (1º), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), enviou um ofício à Aneel em que pede a abertura de processo disciplinar para investigar o que ele chama de “transgressões reiteradas” da distribuidora de energia Enel em São Paulo. Ele cita a possibilidade de cancelamento do contrato por falhas na prestação do serviço de distribuição de energia, menciona o apagão de novembro de 2023 e as recentes quedas de energia no Centro de São Paulo.

O que dizem as empresas

Em nota, a Light informou que nos três primeiros meses de 2024 melhorou em 20% os índices de Tempo Médio de Atendimento na comparação com o mesmo período de 2023, e que nas chamadas Áreas de Severa Restrição Operacional (ASRO), o Tempo Médio de Atendimento "é impactado em função da própria estrutura das comunidades, que requer uma grande logística para o envio de equipamentos, como transformadores, que pesam, em média, 500 quilos, e precisam, muitas vezes, ser levados pelas equipes a pé, passando por vielas e escadarias".

Segundo a empresa, a necessidade de substituição de transformadores acontece nesses locais "por conta da sobrecarga dos equipamentos que acabam queimando por causa do excesso de ligações clandestinas".

A empresa ainda destacou que o índice que mede a duração das interrupções de energia em média para os clientes (DEC), a Light finalizou o ano de 2023 com 6,76 horas, inferior ao limite regulatório que era de 7,19, e no índice que mede a frequência das interrupções em média por cliente (FEC), "a empresa finalizou o ano de 23 como um dos melhores indicadores do Brasil, tendo alcançado o patamar de 3 vezes, também abaixo do limite regulatório que era de 4,86".

A Light ainda disse que vem tentando melhorar esse indicador com a implantação de atendimentos de emergência por motocicletas, "o aumento da produtividade das equipes por meio de uma gestão mais eficiente e eficaz dos seus recursos e o investimento em tecnologias de inteligência de rotas que auxiliam as equipes no deslocamento e reduzem o tempo de atendimento".

A Enel informou que os indicadores que compõem o tempo médio de atendimento "não capturam efeitos das tecnologias de automação, que tiveram impacto positivo nos serviços prestados aos consumidores", mas que ainda assim, neste ano, "a Enel SP desenvolveu um plano com foco em reduzir o tempo médio de atendimentos aos clientes".

A companhia ainda reforçou que fez "significativos investimentos para elevar a qualidade do serviço e enfrentar os enormes desafios por que passa o setor elétrico, sobretudo em função do avanço das mudanças climáticas", o que refletiu na duração média das interrupções (DEC) e na quantidade média das interrupções (FEC).

A Neoenergia pontuou que o tempo médio de atendimento dos dois primeiros meses do ano não refletem o desempenho histórico da concessionária e foi algo pontual.

"Entre dezembro de 2023 e janeiro deste ano, a área de concessão foi afetada por condições climáticas severas. No período relatado, a empresa registrou aumento superior a 30% no volume de chuvas e elevação de quase 200% na incidência de descargas atmosféricas. A concessionária intensificou ações do plano de manutenção preventiva, como instalação de equipamentos automatizados e ampliação de podas na vegetação próximas à rede de distribuição. Também houve reforço no número de equipes para o atendimento das emergências e aumento do efetivo de profissionais no centro de operações. Ainda no primeiro semestre deste ano, o tempo de preparação deve retornar aos patamares regulares praticados em 2023", destacou a empresa.

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