Economia
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Por e — Rio, Washington e Brasília

O dólar comercial encostou nesta terça-feira em R$ 5,27 e encerrou em alta de 1,64%, a R$ 5,2697, a maior cotação desde 23 de março do ano passado. Analistas explicam que a perspectiva de juros altos por mais tempo nos Estados Unidos, o que se soma à preocupação com o equilíbrio fiscal aqui e as tensões no Oriente Médio. Globalmente, o desempenho do real só não foi pior que o do peso mexicano e da rúpia indonésia.

Ontem, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, afirmou que a taxa básica de juros do país — hoje no patamar entre 5,25% e 5,50% ao ano — vai permanecer alta por mais tempo.

— Dada a resiliência do mercado de trabalho e o progresso até agora com a inflação, é adequado dar mais tempo para que a política restritiva trabalhe — afirmou Powell em debate no Wilson Center, em Washington.

A fala do presidente do Fed desapontou o mercado, que projetava três cortes este ano. Agora, segundo a agência Bloomberg, fala-se em dois.

Real entre as maiores perdas

Também em Washington, para a reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que notícias externas explicam “dois terços” do que está ocorrendo no câmbio no Brasil:

— De acordo com último dado que eu recebi, nos últimos minutos, o México está sofrendo mais que o Brasil, o peso mexicano está sofrendo mais que o real brasileiro, a Indonésia também.

Haddad, porém, admitiu que a alta do dólar no Brasil também decorre, em parte, de uma turbulência causada pela divulgação de uma nova previsão para a meta fiscal. Na segunda-feira, o governo informou que, em vez de superávit de 0,5% do PIB, em 2025 a meta será déficit zero.

— É preciso explicar melhor, ao longo do tempo, o que vai acontecer com as contas públicas brasileiras — disse Haddad.

O ministro afirmou que a nova meta é realista e embute um aprendizado do governo nos últimos meses. E ressaltou que essa meta está em linha com o objetivo de longo prazo de estabilizar a dívida pública. Haddad ainda minimizou as fortes oscilações do mercado financeiro esta semana:

— Está tendo turbulência esta semana, e não é a primeira que o Brasil passa. No governo anterior, o dólar bateu R$ 6.

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, em entrevista à GloboNews, assegurou que o governo vai perseguir a meta de déficit zero, para garantir que o Brasil “nunca mais gaste além do que arrecada.”

Já Rodolfo Margato, economista da XP, alerta para “ruídos políticos”:

— Os sinais de dificuldade do governo na condução impactam a percepção de risco do mercado financeiro. Alguns ruídos políticos exercem pressão sobre a moeda local.

O economista-chefe da Genial Investimentos, José Márcio Camargo, considera a mudança da meta “um péssimo sinal para os investidores”, que “reduz a credibilidade do arcabouço fiscal.”

Bolsa perde 0,75%

No mercado acionário, o Ibovespa encerrou em queda pelo quinto pregão consecutivo, recuando 0,75%, aos 124.388 pontos. Segundo Celson Placido, analista e CEO da Asset Warren Management, pesaram situações internas e externas:

— Temos a piora fiscal no cenário interno. A incerteza no Oriente Médio, com a dúvida de contra-ataque por parte de Israel ao Irã. E o discurso do Powell, com o mercado já começando a jogar o ciclo de cortes para o início de setembro. Então, há fuga de ativos de risco e busca por segurança.

A maior alta do Ibovespa foi da fabricante de equipamentos elétricos WEG, que se beneficia da alta do dólar por ser exportadora. Seus papéis subiram 3%, a R$ 38,77.

As ações ordinárias (ON, com direito a voto) da Petrobras ganharam 0,49%, a R$ 41,09, e as preferenciais (PN, sem voto) avançaram 0,46%, a R$ 39,49.

Com o recuo do preço do minério de ferro nas bolsas asiáticas, a Vale caiu 0,89%, a R$ 61,44.

(*Especial para O GLOBO; colaborou Bernardo Lima)

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