Economia
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Apresentada pelo governo na semana passada, após acordo com os estados, a regulamentação da Reforma Tributária será crucial para fechar uma das principais dúvidas sobre o novo sistema de impostos: qual será a alíquota padrão dos dois novos tributos sobre consumo?

Secretário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda e um dos pais do projeto, Bernard Appy afirma que o percentual sobre bens e serviços não deve ultrapassar 30% mesmo com as já esperadas mudanças feitas pelo Congresso Nacional. Ao enviar o texto, o governo estimou que a alíquota média seria de 26,5%.

Appy disse acreditar, em entrevista ao GLOBO, que as modificações feitas pelos parlamentares não devem desconfigurar a regulamentação da reforma a ponto de ultrapassar a alíquota padrão paga hoje, que gira em torno de 34%. Quanto mais exceções são inseridas na reforma, maior a alíquota.

O secretário de Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo
O secretário de Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo

O projeto apresentado trata de temas como itens da cesta básica, o imposto seletivo, produtos e serviços com descontos e regimes específicos (como setor financeiro). Outro item importante previsto na reforma é a previsão de um cashback, uma restituição de parte do imposto pago pelas famílias no consumo. A ideia é reduzir o impacto da tributação do consumo no bolso dos mais pobres.

Simulações do Ministério da Fazenda, feitas a pedido do GLOBO, mostram quanto uma família receberia de cashback, se as regras sobre o tema forem aprovadas pelo Congresso conforme propôs o governo. A medida garante a devolução de impostos, parte deles no ato do pagamento.

De acordo com os dados, uma família que consumir R$ 1 mil, por exemplo, arcaria com R$ 164,69 de imposto sobre bens e serviços e receberia de volta R$ 40,51. Neste caso, a família receberia de volta quase 25% do imposto devido.

Terão direito à devolução de parte de imposto famílias que ganham até meio salário mínimo (atualmente R$ 706) por pessoa, incluídas no Cadastro Único do governo federal (CadÚnico). Neste critério, estão incluídas 28,8 milhões de famílias, conforme o Ministério do Desenvolvimento Social.

Devolução de 50% da conta

As contas de luz, água e esgoto terão devolução de 50% do imposto automaticamente, enquanto para o gás de cozinha o cashback será de 100%. Nos demais casos, a devolução será de 20%. Um estado pode aumentar a devolução na sua localidade, mas não discriminar produtos — e nem dar cashback sobre produtos com Imposto Seletivo: bebidas alcóolicas, cigarros, veículos, petróleo e minério.

Em entrevista à Míriam Leitão, o secretário de Reforma Tributária, Bernard Appy, foi questionado sobre como fazer cashback em áreas de risco ou em comunidades isoladas — como regiões ribeirinhas.

— O projeto que foi enviado para o Congresso prevê a possibilidade de, em vez de exigir a nota fiscal, possa ser feito um cálculo por estimativa de quanto a pessoa está pagando de imposto, isso é para localidades em que tem muita dificuldade de ter o comércio formal — afirmou.

Para quem está no mercado formal a devolução será muito mais simples, explica Appy:

— Na hora que ele estiver pagando a conta de água ou de luz, aí vem automaticamente, o preço sem imposto, quanto ele está recebendo de volta — afirmou. — Na compra de todo o resto (com exceção de gás, energia e água), vem na nota dizendo o imposto é tanto e vai ser muito transparente, e aí no mês seguinte a pessoa recebe de crédito num cartão ou na conta dela, se ela tiver conta aí. Esse cartão poderá ser usado para fazer compras.

Mais recente Próxima Secretário alerta que mudanças na regulamentação da Reforma Tributária pelo Congresso podem elevar imposto ao consumidor. Entenda
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