Economia
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Por , Em Globo Rural — São Paulo

Mesmo com indefinições nas regras sobre o uso de drones agrícolas, esses equipamentos têm se multiplicado no Brasil. De pilotagem simples, eles costumam ter mais facilidade para acessar áreas inclinadas e aplicar insumos, como fertilizantes e agrotóxicos, do que os tratores usados nessas tarefas. Os entusiastas das máquinas voadoras também elogiam sua precisão.

Segundo dados oficiais do Sistema de Aeronaves Não-Tripuladas (Sisant), órgão vinculado à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), existem hoje 5.269 drones agrícolas em operação no país. O número é 375% maior do que o de dois anos atrás, quando a frota contava com 1.109 unidades.

Mas, de acordo com fontes do setor, o contingente é até maior. “Segundo estimativas extraoficiais, mais de 12 mil drones participam hoje do trabalho de pulverização no campo no Brasil”, relata Emerson Granemann, diretor executivo da MundoGEO, empresa que realiza eventos na área de drones e robótica autônoma.

As culturas de milho e soja representam mais de 50% das operações de pulverização com uso de drones, diz Granemann, seguidas por pastagens, cana-de-açúcar e trigo. Produtores de arroz, café, limão, banana e algodão também utilizam o equipamento, mas em proporção menor.

A China produz a maior parte dos drones agrícolas que sobrevoam as plantações brasileiras. O número de equipamentos montados no Brasil, no entanto, tem crescido. “Finalizar o produto no país vai nos ajudar a melhorar os drones” diz o gerente de marketing da Eavision, Alex Floriano.

Entre as companhias que montam os equipamentos no Brasil, a Sky Drones, que começou a produzir em 2008, é a pioneira — Foto: Divulgação
Entre as companhias que montam os equipamentos no Brasil, a Sky Drones, que começou a produzir em 2008, é a pioneira — Foto: Divulgação

A empresa de origem coreana Eavision, uma das três maiores do segmento no mundo, é a mais recente integrante dessa indústria no Brasil. A companhia investiu R$ 20 milhões para construir sua primeira fábrica no país, que acaba de entrar em operação. Localizada em Cravinhos (SP), a planta tem capacidade de produzir entre dez e 12 drones por mês.

Assim como outras montadoras que atuam no país, a companhia importa as peças da China e monta o produto no Brasil, seguindo as demandas dos clientes locais. “Teremos um centro de pesquisa e desenvolvimento no Brasil e pretendemos, na área de softwares, desenvolver produtos específicos para culturas como café, banana e cana-de-açúcar”, afirma Luís Almeida, engenheiro aeroespacial e gerente de produção da empresa.

Entre as companhias que montam os equipamentos no Brasil, a Sky Drones, que começou a produzir em 2008, é a pioneira. Com mais de uma década e meia de atuação, ela tem testemunhado tanto o crescimento quanto as lacunas desse mercado.

Ulf Bogdawa, diretor executivo da companhia, critica o uso do equipamento sem os cuidados necessários. “As pessoas estão enxergando o drone de pulverização como uma fonte de renda. Elas compram e saem pulverizando”, diz. “Pilotar um drone é a parte mais simples. Isso se aprende em um dia. Mas o conhecimento agronômico leva cinco anos”.

Psyche Aerospace, de São José dos Campos (SP), informou que vai fabricar no Brasil o Harpia P-71, um dos maiores drones agrícolas do mundo — Foto: Divulgação
Psyche Aerospace, de São José dos Campos (SP), informou que vai fabricar no Brasil o Harpia P-71, um dos maiores drones agrícolas do mundo — Foto: Divulgação

Segundo as normas que vigoram no país, somente engenheiros agrônomos ou florestais podem ser responsáveis pela aplicação de agrotóxicos no Brasil. Entretanto, muitos produtores ignoram a exigência e cuidam eles próprios desse trabalho, ou o delegam a funcionários das propriedades que nem sempre se enquadram no perfil que a regulamentação exige.

Mesmo com flexibilizações recentes nas normas, empresas que prestam serviços de plantio e pulverização de fertilizantes e defensivos com o uso de drones têm exigido que os pilotos tenham formação no Curso para Aplicação Aeroagrícola Remota (CAAR), oferecido por instituições de ensino que têm registro no Ministério da Agricultura.

“Os pilotos desse tipo de aeronave precisam ter diversos conhecimentos, em especial sobre agricultura de precisão”, explica Antonio Mendes, engenheiro agrônomo e gestor de vendas da Arpac Drones. A empresa, que oferece serviços de pulverização agrícola para os segmentos sucroenergético e de grãos e citros, só trabalha com pilotos que têm essa formação.

Brechas nas normas à parte, a indústria deve seguir em expansão. Emerson Granemann, da MundoGEO, estima que o Brasil tem potencial para contar com uma frota de 50 mil drones agrícolas nos próximos anos.

Essas perspectivas levaram a Embraer a anunciar, em 2022, a decisão de investir para ter uma participação minoritária na XMobots, empresa de São Carlos (SP) que é considerada a maior do segmento de drones na América Latina.

Mais recentemente, a Psyche Aerospace, de São José dos Campos (SP), informou que vai fabricar no Brasil o Harpia P-71, um dos maiores drones agrícolas do mundo. “Isso nos permitirá ter mais controle sobre a tecnologia” diz Gabriel Leal, diretor executivo da empresa.

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