Economia
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Por — Rio

Com novas incertezas no radar, economistas avaliam que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) pode começar a começar a reduzir o ritmo de corte da taxa básica de juros do país, a Selic, nesta quarta.

Desde o início do atual ciclo de redução dos juros foram seis cortes consecutivos de 0,5 ponto percentual. Analistas de mercado avaliam que, diante da atual conjuntura, a reunião do Copom que termina hoje pode terminar com uma decisão um pouco diferente no fim do dia.

Atualmente, a taxa Selic está em 10,75% ao ano. De um total de 94 bancos e gestoras consultadas pelo Valor Data, 60 projetam um corte de 0,25 ponto percentual nesta reunião, enquanto o resto estima uma redução de 0,50, conforme sinalizado previamente pelo BC em março, no último encontro do Copom, formado pelos diretores do BC sob a liderança do presidente, Roberto Campos Neto.

No comunicado de março, o Banco Central se comprometeu com mais um corte de 0,5 ponto percentual na Selic para a próxima reunião, mas o mercado se questiona se será viável manter a promessa, com a mudança na meta fiscal do governo para os próximos anos, a alta no dólar e a incerteza em torno da política monetária nos Estados Unidos.

Todos são elementos que podem alimentar a inflação, sem falar no impacto que as chuvas no Rio Grande do Sul pode ter, por exemplo, no preço dos alimentos. O estado é o maior produtor de arroz do país e um relatório da XP Investimentos apontou risco de alta nos preços de carnes de frango e suína diante dos obstáculos ambientais e logísticos dos produtores locais.

"Se confirmado, esse movimento pode eventualmente pressionar a recuperação do poder de compra dos consumidores", diz o relatório.

Nesta segunda, a Pesquisa Focus do Banco Central, que consulta as projeções de analistas sobre os principais indicadores econômicos, mostrou que o mercado aposta na diminuição do ritmo de cortes na taxa Selic em 2024. A média das estimativas subiu de 9,50%, na semana passada, para 9,63%.

O que dizem os analistas

Rodolfo Margato, economista da XP Investimentos, explica que, no cenário internacional, os juros altos por mais tempo do que o previamente esperado nos Estados Unidos tendem a valorizar o dólar, o que pressiona a inflação no Brasil, principalmente os preços de industrializados e alimentos. Já na conjuntura doméstica, ele destaca que a economia permanece aquecida:

— Os últimos indicadores do mercado de trabalho surpreenderam para cima, com maior geração de vagas. O consumo das famílias também segue firme e vemos um viés expansionista da política fiscal do governo. Tudo isso pressiona a inflação — ele diz.

A XP Investimentos vê um corte de 0,25 ponto percentual na reunião desta quarta, mas afirma que pode haver desacordo entre os membros do comitê. O BTG Pactual e o Itaú Unibanco fazem a mesma projeção e também apontam que o Copom deve apresentar maior cautela diante dos últimos indicadores econômicos do Brasil e dos Estados Unidos.

O Itaú reconhece que uma diminuição de 0,25 ponto percentual difere da sinalização da última reunião do Copom, mas afirma que isso não seria uma surpresa, diante do que os membros do comitê têm comunicado.

Campos Neto vê mais incerteza

Em um evento do FMI em abril, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a mudança da meta para o resultado das contas públicas aumenta o cenário de incerteza sobre o controle fiscal no Brasil.

“Para as próximas reuniões, esperamos que o Copom mantenha um sinal de dependência dos dados, reafirmando que uma maior incerteza requer cautela nas decisões de política monetária”, escreveram os analistas do Itaú em relatório.

Sem forward guidance

Daqui para a frente, a XP espera que o comitê remova o forward guidance (a sinalização dos próximos passos na condução da taxa de juros) do comunicado nesta reunião, o que dá maior flexibilidade para o Banco Central no controle da inflação, diante das incertezas no cenário doméstico e global.

Uma pesquisa realizada pelo BTG Pactual com 82 economistas, operadores e gestores do mercado financeiro mostrou que 84% dos entrevistados também acreditam que o Copom não deixará pistas em relação aos seus próximos passos.

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