Com uma cobrança cada vez maior por uma agenda de corte de gastos, integrantes da equipe econômica passaram a defender nos bastidores mudanças em benefícios temporários pagos pelo INSS, como o auxílio-doença, o auxílio-reclusão (pago a dependentes de presos em regime fechado) e o auxílio por acidente de trabalho.
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O objetivo é levar esse assunto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sendo uma das ideias sobre a mesa a desvinculação desses benefícios dos reajustes do salário mínimo — o piso nacional é ajustado a cada ano considerando um ganho real, o que tem pressionado as despesas da Previdência.
Há uma avaliação de que desvincular as aposentadorias permanentes, do INSS, do mínimo seria muito difícil politicamente, com risco de derrubada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Por isso, a opção de desvincular benefícios temporários é vista como mais palatável. Integrantes do governo a par das discussões afirmam que isso não significa, porém, que os benefícios temporários não teriam ganho real, mas a regra de reajuste seria diferente dos demais.
Pela política de reajuste do salário mínimo, ressuscitada pelo atual governo, o piso nacional é corrigido pelo resultado do Produto Interno Bruto (PIB) e pela inflação.
Lama e destroços: água abaixa em algumas regiões do Rio Grande do Sul e revela imagens da destruição após enchentes
![Destruição provocada pelas enchentes na cidade de Lajeado, no Rio Grande do Sul — Foto: Nelson ALMEIDA / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/To3_a--r_4YhMsBbycvTsCazv-I=/0x0:6192x4128/648x248/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/g/N/YU8rCdSYyqjmDywjwhKg/106921154-topshot-an-aerial-view-shows-homes-destroyed-at-the-main-entrance-to-the-city-of-lajeado.jpg)
![Destruição provocada pelas enchentes na cidade de Lajeado, no Rio Grande do Sul — Foto: Nelson ALMEIDA / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/_EENUzv4mUBQTnHMXyX3Ezee2Iw=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/g/N/YU8rCdSYyqjmDywjwhKg/106921154-topshot-an-aerial-view-shows-homes-destroyed-at-the-main-entrance-to-the-city-of-lajeado.jpg)
Destruição provocada pelas enchentes na cidade de Lajeado, no Rio Grande do Sul — Foto: Nelson ALMEIDA / AFP
![Vista do bairro de São José coberto de lama após as enchentes devastadoras, em Lajeado, Rio Grande do Sul — Foto: Nelson ALMEIDA / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/JNLqRqHWpV2JnqJFTz6Xkpod834=/0x0:8056x5371/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/Q/s/PMBujOTBukh7cpyTrAHQ/106949307-view-of-the-mud-covered-sao-jose-neighbourhood-following-the-devastating-floods-in-lajeado.jpg)
![Vista do bairro de São José coberto de lama após as enchentes devastadoras, em Lajeado, Rio Grande do Sul — Foto: Nelson ALMEIDA / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/47jsdejH9GX0qKxDtGcqlt2gxeo=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/Q/s/PMBujOTBukh7cpyTrAHQ/106949307-view-of-the-mud-covered-sao-jose-neighbourhood-following-the-devastating-floods-in-lajeado.jpg)
Vista do bairro de São José coberto de lama após as enchentes devastadoras, em Lajeado, Rio Grande do Sul — Foto: Nelson ALMEIDA / AFP
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![Vista do bairro de São José coberto de lama após as enchentes devastadoras, em Lajeado, Rio Grande do Sul — Foto: Nelson ALMEIDA / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/WrX151tarzrJWRb8ivCmodJWyQQ=/0x0:8256x5504/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/z/K/dxqplIScAKeXOei7ShKw/106949263-view-of-the-the-mud-covered-sao-jose-neighbourhood-following-the-devastating-floods-in-laj.jpg)
![Vista do bairro de São José coberto de lama após as enchentes devastadoras, em Lajeado, Rio Grande do Sul — Foto: Nelson ALMEIDA / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/tQWrQqrldkeUpIYBAOGPlAjGFXw=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/z/K/dxqplIScAKeXOei7ShKw/106949263-view-of-the-the-mud-covered-sao-jose-neighbourhood-following-the-devastating-floods-in-laj.jpg)
Vista do bairro de São José coberto de lama após as enchentes devastadoras, em Lajeado, Rio Grande do Sul — Foto: Nelson ALMEIDA / AFP
![Rua no bairro de São José coberto de lama após as enchentes devastadoras, em Lajeado, Rio Grande do Sul — Foto: Nelson ALMEIDA / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/oP32JPKS1iuMXcY0oaNZi1qzabE=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/B/x/dHiiBSS0m1v7jOxrl52A/106949305-view-of-the-mud-covered-sao-jose-neighbourhood-following-the-devastating-floods-in-lajeado.jpg)
Rua no bairro de São José coberto de lama após as enchentes devastadoras, em Lajeado, Rio Grande do Sul — Foto: Nelson ALMEIDA / AFP
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![Vista aérea de Roca Sales, Rio Grande do Sul, Brasil, tirada em 15 de maio de 2024, após enchentes que devastaram a região. — Foto: Nelson ALMEIDA/AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/AhAtKWIfU1If5x5C2mQJlTgbchc=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/x/B/XChdSMS4GXerQPAFeRfg/106938011-topshot-aerial-view-of-roca-sales-rio-grande-do-sul-state-brazil-taken-on-may-15-2024-af.jpg)
Vista aérea de Roca Sales, Rio Grande do Sul, Brasil, tirada em 15 de maio de 2024, após enchentes que devastaram a região. — Foto: Nelson ALMEIDA/AFP
![Cachorros em meio a destroços da enchente em Eldorado do Sul — Foto: Nelson Almeida/AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/WFQdv7cT-iyJixJO4KS3UmRAGj8=/750x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/J/X/CATKeERJuCCixaAA2lRQ/cachorros-em-meio-a-destrocoes-da-enchente-em-eldorado-do-sul-1715860546483-v2-750x421.jpg.webp)
Cachorros em meio a destroços da enchente em Eldorado do Sul — Foto: Nelson Almeida/AFP
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![Vista aérea de Arroio do Meio, Rio Grande do Sul, Brasil, tirada em 15 de maio de 2024, após enchentes que devastaram a região. — Foto: Nelson ALMEIDA/AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/VjYH__phuVMYpHrWaHP04tJBq9g=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/1/p/tHrHUtTBSD3RjtrANc5Q/106937871-topshot-aerial-view-of-arroio-do-meio-following-the-devastating-floods-that-hit-the-regi.jpg)
Vista aérea de Arroio do Meio, Rio Grande do Sul, Brasil, tirada em 15 de maio de 2024, após enchentes que devastaram a região. — Foto: Nelson ALMEIDA/AFP
![Casas destruídas e destroços são vistos em Cruzeiro do Sul. — Foto: Nelson ALMEIDA / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/y_V9lPPURUixbqI53aX2urz5pS0=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/C/J/6KrDBxTAm05EAs3RA4Dg/106924426-topshot-destroyed-houses-and-debris-are-seen-in-cruzeiro-do-sul-following-the-devastatin.jpg)
Casas destruídas e destroços são vistos em Cruzeiro do Sul. — Foto: Nelson ALMEIDA / AFP
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![Carros destruídos e destroços são vistos em Cruzeiro do Sul — Foto: Nelson ALMEIDA / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/BCGLMSDvQftSwzjSeAl36mAunro=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/p/V/djuNCsTOuEdEVMzk3nfQ/106924370-damaged-cars-branches-and-debris-are-seen-in-cruzeiro-do-sul-following-the-devastating-flo.jpg)
Carros destruídos e destroços são vistos em Cruzeiro do Sul — Foto: Nelson ALMEIDA / AFP
![Vista aérea: Casas destruídas e destroços são vistos em Cruzeiro do Sul — Foto: Nelson Almeida / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/H7LJJxkwf7B8uB_YBVi85HBTIqo=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/D/x/rX4pYYR0CRgfzbotYRvQ/106924160-aerial-view-of-cruzeiro-do-sul-following-the-devastating-floods-that-hit-the-region-in-rio.jpg)
Vista aérea: Casas destruídas e destroços são vistos em Cruzeiro do Sul — Foto: Nelson Almeida / AFP
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![Vista aérea de cemitério destruído no Rio Grande do Sul — Foto: Nelson ALMEIDA / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/LaetazG3kkMOv7P9-G338hTCCCI=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/4/N/NVVbfmS1W1TZ0ox4tGwQ/106942193-topshot-aerial-view-showing-the-destroyed-cemetery-in-mucum-rio-grande-do-sul-state-braz.jpg)
Vista aérea de cemitério destruído no Rio Grande do Sul — Foto: Nelson ALMEIDA / AFP
As propostas fazem parte do pacote de medidas de corte de gastos que contempla também revisão dos pisos (gastos mínimos) de educação e Saúde, em estudo na equipe econômica, no bojo de soluções alternativas para ajudar a fechar o Orçamento da União de 2025.
Antes do Orçamento
Ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que vai levar ao presidente Lula propostas sobre mudanças no atual formato desses pisos. Segundo ele, isso acontecerá “por ocasião da discussão do Orçamento” de 2025, cuja proposta tem de ser enviada ao Congresso Nacional até o fim de agosto deste ano.
— Nós vamos levar algumas propostas para o presidente, que pode aceitar ou não, dependendo da avaliação que ele fizer — declarou o ministro a jornalistas. — Tem vários cenários, são vários cenários que serão discutidos pela área técnica.
Os pisos de Saúde e Educação, definidos como um percentual da receita, crescem junto com a arrecadação, portanto, acima do limite de gastos previsto no arcabouço fiscal, aprovado no ano passado. Por isso, uma das ideias é equalizar esse crescimento para o mesmo intervalo de alta real permitido no arcabouço: entre 0,6% e 2,5%.
Sem isso, o governo precisará cortar, nos próximos anos, recursos de outras áreas, especialmente de manutenção da máquina pública e investimentos, para manter o limite à despesa agregada e, ao mesmo tempo, cumprir os pisos.
O ministro da Fazenda negou que uma medida para alterar as regras dos pisos possa levar a perdas de investimentos nas duas áreas:
— Não se trata disso, ninguém tem perda.
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Ainda não há decisão tomada. Caberá ao presidente bater o martelo, disse um técnico. Um dos argumentos da equipe econômica para convencer o presidente é que, diante do arrocho fiscal, não faz sentido repassar a todos os trabalhadores o mesmo ganho de produtividade garantido pelo salário mínimo.
Politicamente mais fácil
Quem está na ativa e aposentados continuariam sendo beneficiados pelo reajuste do salário mínimo, mas beneficiários de outras políticas, não. Cerca de 70% dos benefícios do INSS são atrelados ao piso nacional.
As equipes dos ministérios do Planejamento e da Fazenda argumentam ainda que, mexendo só nas regras dos benefícios temporários, já seria possível alcançar uma economia e, politicamente, seria uma medida mais fácil de aprovar no Congresso.
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Há certo consenso no governo de que a desvinculação das aposentadorias, ainda que passasse no Congresso, poderia cair no STF, diante do argumento de que seria cláusula pétrea — aquelas que não podem ser alteradas nem por emenda.
Também está no radar outra mudança, que seria ampliar de 15 para 30 dias o período em que o trabalhador afastado do trabalho tem o salário arcado pela empresa.