Economia
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GERADO EM: 18/06/2024 - 10:34

Lula critica presidente do Banco Central e levanta incertezas sobre taxa Selic

O presidente Lula criticou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, comparando seu comportamento ao de Sergio Moro. Lula questionou a autonomia de Campos Neto e sua ligação política, além de criticar uma reunião com Tarcísio de Freitas. O presidente também destacou a taxa de juros do país e a influência do mercado.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira que o comportamento do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto está "desajustado". O presidente da República comparou o chefe da autoridade financeira ao ex-juiz e hoje senador Sergio Moro (União-PR), que foi o responsável por condená-lo na Lava-Jato. Segundo o petista, Campos Neto tem "lado político" e não demonstra "capacidade de autonomia".

Em entrevista à Rádio CBN nesta terça-feira, o presidente afirmou que o comando do BC é a única coisa "desajustada" na economia do país.

— Nós só temos uma coisa desajustada no Brasil nesse instante, é o comportamento do Banco Central, essa é uma coisa desajustada. Um presidente do BC que não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, que tem lado político e que na minha opinião trabalha muito mais para prejudicar o país do que ajudar, porque não tem explicação a taxa de juros do jeito que está — afirmou o presidente.

As declarações de Lula ocorrem na véspera da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que para definir a nova Selic. A taxa atual está em 10,5%, e boa parte de analistas avalia que será mantida. Caso seja, a decisão vai interromper uma sequência de redução nos juros iniciada em agosto de 2023 .

Compromisso com desenvolvimento

Lula disse ainda que indicará um novo presidente para o Banco Central - o mandato de Campos Neto termina no fim deste ano - que seja sério e que tenha compromisso com o desenvolvimento e que não pense só no controle da inflação. Para ele, "temos que pensar em uma meta de crescimento, porque é o crescimento econômico, da massa salarial, que vai permitir a gente controlar a inflação".

O presidente também criticou reunião de Campos Neto como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado de Jair Bolsonaro cotado para concorrer à Presidência em 2026. Na ocasião, segundo o jornal Folha de S.Paulo, o presidente do BC disse que aceitaria ser ministro da Fazenda em um eventual governo de Freitas.

— Não é que ele encontrou com o Tarcísio em uma festa. A festa foi para ele, foi uma homenagem que o governo de São Paulo fez para ele, certamente porque o governador de São Paulo está achando maravilhoso a taxa de juros de 10,50%.

Lula continuou:

— Então, quando ele se autolança para um cargo, eu fico imaginando, a gente vai repetir um Moro? O presidente do BC está disposto a fazer o mesmo papel que o Moro fez? Um paladino da Justiça, com rabo preso a compromissos políticos? Então o presidente do BC precisa ser uma figura séria, responsável e ele tem que ser imune aos nervosismos momentâneos do mercado.

Senador Sérgio Moro rebate críticas de Lula — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Senador Sérgio Moro rebate críticas de Lula — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo

Moro rebate Lula, e Lira defende autonomia do BC

Pouco depois da entrevista de Lula, Moro rebateu as críticas de Lula. Segundo ele, as declarações do presidente são uma "nuvem de fumaça" para a "incompetência" do governo na área da economia.

"Lula, ao atacar sem razão o Bacen (Banco Central) e Campos Neto, quer levantar uma nuvem de fumaça sobre a incompetência de seu governo na economia. É a mesma técnica que usou contra mim: quando me atacava queria esconder a corrupção de seus governos e da Petrobras. Há método na mentira lulista", escreveu o senador na rede social X (antigo Twitter).

— A Câmara tem apoiado reformas econômicas e impedido retrocessos. A autonomia do Banco Central, às vésperas do Copom, aumentou a credibilidade da nossa política monetária. O nosso arcabouço fiscal e a reforma tributária racionalizam a nossa política fiscal — disse Lira durante o evento CNN Talks.

Compras internacionais de até US$ 50 feitas nos sites Temu e Shein serão taxadas — Foto: Bloomberg e Fábio Rossi/Agência O Globo
Compras internacionais de até US$ 50 feitas nos sites Temu e Shein serão taxadas — Foto: Bloomberg e Fábio Rossi/Agência O Globo

'Por que taxar o pobre e não taxar o cara que vai no free shop?'

Lula também criticou a 'taxa da blusinha', como ficou conhecida a taxa de 20% sobre importados de até US$ 50 aprovada no Congresso e defendeu a exploração petrolífera da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial.

— São coisas que estão aí baratinhas, para cabelo, um monte de coisa, sabe US$ 50. Para que taxar US$ 50? Por que taxar o pobre e não taxar o cara que vai no free shop e gasta US$ 1.000? É apenas uma questão de consideração com o povo mais humilde desse país. As pessoas pagam US$ 50 e tem que pagar imposto, e o cara que gasta US$ 1.500 não paga. Essa foi minha divergência, por isso eu vetei.

Lula, indicou, no entanto, que não deve vetar o projeto, após ter selado um acordo sobre o tema e assumido um "compromisso" com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Foto do fundo do mar da Foz do Amazonas — Foto: Greenpeace
Foto do fundo do mar da Foz do Amazonas — Foto: Greenpeace

Defesa da exploração da Foz do Amazonas

Sobre a Foz do Amazonas, o presidente disse que "em algum momento" irá se reunir com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e com os presidentes do Ibama e da Petrobras para tomar uma decisão sobre a questão.

Na entrevista, ele afirmou ser natural que órgãos do governo tenham posições diferentes sobre a exploração na região, mas que o país não pode deixar de "ganhar dinheiro com esse petróleo".

— O que não dá é para a gente dizer a priori que vamos abrir mão de explorar de uma riqueza, que se for verdade as previsões é uma riqueza muito grande para o Brasil. É contraditório? É porque estamos apostando muito na transição energética. Mas enquanto transição energética não resolve o nosso problema o Brasil tem que ganhar dinheiro com esse petróleo.

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