Economia
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Por — Rio de Janeiro

O dólar fechou em R$ 5,66 nessa terça-feira, em uma alta de 0,22%, após novas falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a condução da política cambial pelo Banco Central. Foi o maior patamar desde janeiro de 2022, e, segundo especialistas, o aumento tem relação com posicionamentos polêmicos do presidente.

Na máxima do dia, no início da tarde de terça-feira, a moeda americana chegou a atingir R$ 5,70, mas perdeu força no fim do pregão. Nesta quarta-feira, abriu em queda, mantendo esta tendência pela manhã à espera da reunião entre Lula e Haddad à tarde.

Em entrevista à rádio Sociedade da Bahia, Lula voltou a dizer que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, tem viés ideológico. Além disso, afirmou que a instituição é do Estado e não pode estar a serviço do sistema financeiro.

— A gente precisa manter o Banco Central funcionando de forma correta, com autonomia, para que seu presidente não fique vulnerável às pressões políticas. Se você é democrata, permite que isso aconteça. Quando é autoritário você resolve fazer com que o mercado se apodere da instituição — disse o presidente.

Lula também afirmou que o real era alvo de "um jogo especulativo" e que governo precisava "fazer alguma coisa". Como o presidente tinha reunião marcada com a equipe econômica hoje para tratar de assuntos fiscais, especula-se que medidas para aliviar a escalada da moeda americana também sejam discutidas.

Declarações polêmicas

Nos últimos 60 dias, durante os meses de junho e julho, Lula fez ao menos 14 comentários públicos sobre política fiscal e monetária. Dentre as falas, ele criticou a autonomia do Banco Central, atacou o presidente da instituição e colocou em dúvida a intenção do governo de cortar gastos.

Após as declarações do presidente na terça-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou que o governo vá adotar medidas para controlar a moeda americana, como aumentar o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) nas operações de câmbio, possibilidade que havia sido levantada entre operadores. Analistas de mercado também especulam se haverá intervenção no câmbio pelo Banco Central.

Em 2024, a moeda americana já acumula valorização superior a 16%. Veja abaixo algumas declarações do presidente que contribuíram para a alta do dólar.

Veja 5 falas do presidente que afetaram a cotação:

12 de junho | Dólar chega a R$ 5,41

"O aumento da arrecadação e a queda da taxa de juros permitirão a redução do déficit sem comprometer a capacidade de investimento público."

20 de junho | Dólar chega a R$ 5,46

"A decisão do Banco Central foi investir no sistema financeiro. E nós queremos investir na produção".

26 de junho | Dólar chega a R$ 5,52

"Problema é saber se precisa efetivamente cortar ou se precisa aumentar a arrecadação".

1º de julho | Dólar chega a R$ 5,65

"Eu estou há dois anos com o presidente do Banco Central do (ex-presidente) Bolsonaro. Não é correto isso."

2 de julho | Dólar chega a R$ 5,66

"O Banco Central é uma instituição do Estado, não pode estar a serviço do sistema financeiro, do mercado".

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