O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou nesta quarta-feira o acordo entre a Oi e Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) que prevê a continuidade da prestação de serviços de telefonia fixa até 2028. Foi acordado que a tele carioca, que está em sua segunda recuperação judicial, deve investir R$ 5,8 bilhões, sendo que a maior parte será bancada pela V.tal, empresa de infraestrutura de redes controlada pelo BTG Pactual em que a Oi hoje tem participação minoritária.
A solução sobre o serviço de telefonia fixa é parte fundamental do segundo plano de recuperação judicial da tele carioca, aprovado pelos credores em abril, que busca solucionar uma dívida de mais de R$ 44 bilhões.
Mesmo com a manifestação contrária da área técnica do TCU e do Ministério Público junto à corte, o relator do caso, ministro Jorge Oliveira, disse em seu voto favorável que procurou considerar a complexidade do caso. A avaliação do relator foi seguida pelo restante do plenário da corte.
- Veja quais: mais 168 cidades podem ter internet 5G
“O Ministro relator expressa sua concordância com a proposta de solução consensual, considerando-a razoável diante da realidade dos fatos”, disse Oliveira no resumo de seu voto. “O voto reconhece a complexidade do caso e a necessidade de uma solução que atenda tanto aos interesses públicos quanto à situação financeira da Oi.”
A efetividade do acordo depende, porém, da anuência da Advocacia-Geral da União (AGU), que atualmente cobra R$ 7,4 bilhões em dívidas da tele. A Oi também terá que apresentar uma garantia em relação à manutenção da prestação do serviço de telefonia fixa.
Samsung lança a nova linha Galaxy S24 com inteligência artificial
![Samsung lança linha S24 com recursos de IA que permite tradução em tempo real — Foto: Divulgação](https://s2-oglobo.glbimg.com/JMO8O9ai1uBalLrCe1Svj03iygg=/0x0:1600x1066/648x248/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/E/N/heDErPSY2QZBlGxyLjAA/whatsapp-image-2024-01-17-at-16.04.00.jpeg)
![Samsung lança linha S24 com recursos de IA que permite tradução em tempo real — Foto: Divulgação](https://s2-oglobo.glbimg.com/FXCTg-SmS0A9b8KdH1jlTv3q3a0=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/E/N/heDErPSY2QZBlGxyLjAA/whatsapp-image-2024-01-17-at-16.04.00.jpeg)
Samsung lança linha S24 com recursos de IA que permite tradução em tempo real — Foto: Divulgação
![Samsung lança novos celulares da família Galaxy S24 com opção de edição generativa na câmera— Foto: Divulgação](https://s2-oglobo.glbimg.com/iaU25iFu7PHsgTF4izIqZk5IzRo=/0x0:1600x1066/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/6/p/iAXJvSTK2EK01nzvkKAg/whatsapp-image-2024-01-17-at-16.04.01-1-.jpeg)
![Samsung lança novos celulares da família Galaxy S24 com opção de edição generativa na câmera— Foto: Divulgação](https://s2-oglobo.glbimg.com/05Vudq1i_QG4m-lq7wvwgsDIlqs=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/6/p/iAXJvSTK2EK01nzvkKAg/whatsapp-image-2024-01-17-at-16.04.01-1-.jpeg)
Samsung lança novos celulares da família Galaxy S24 com opção de edição generativa na câmera— Foto: Divulgação
Publicidade
![Samsung lança nova linha S 24 com três versões, de 6,2 a 6,8 polegadas — Foto: Divulgação](https://s2-oglobo.glbimg.com/HI0fk-lPss0k-toQwD7MPmMhEu0=/0x0:1280x852/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/v/F/iq8DPFTK6FtYA8IBCk3w/whatsapp-image-2024-01-17-at-14.52.15.jpeg)
![Samsung lança nova linha S 24 com três versões, de 6,2 a 6,8 polegadas — Foto: Divulgação](https://s2-oglobo.glbimg.com/yw3S0RfHNMqbSDno_Ay8_WAVZpo=/1280x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/v/F/iq8DPFTK6FtYA8IBCk3w/whatsapp-image-2024-01-17-at-14.52.15.jpeg)
Samsung lança nova linha S 24 com três versões, de 6,2 a 6,8 polegadas — Foto: Divulgação
![Samsung lança linha S24. Modelo mais top,o S24 Ultra, terá processador Snapdragon, da Qualcomm, com recursos de IA — Foto: Divulgação](https://s2-oglobo.glbimg.com/lxtderbZKclVmxt_8wLuMrEVcL8=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/u/v/JCeWxgTzuuVAXlGxIwvg/whatsapp-image-2024-01-17-at-15.58.18.jpeg)
Samsung lança linha S24. Modelo mais top,o S24 Ultra, terá processador Snapdragon, da Qualcomm, com recursos de IA — Foto: Divulgação
Publicidade
![Samsung lança S24 com sistema de três câmeras traseiras para os modelos básico e S24+ — Foto: Divulgação](https://s2-oglobo.glbimg.com/qTyYXTcVlrDjLm9K-QE-rCuF1mg=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/s/c/sBYHfdQByLRoMxA2osrw/whatsapp-image-2024-01-17-at-16.00.19.jpeg)
Samsung lança S24 com sistema de três câmeras traseiras para os modelos básico e S24+ — Foto: Divulgação
![Samsung faz parceria com Google para fazer buscas através de IA: basta selecionar uma parte da imagem — Foto: Divulgação](https://s2-oglobo.glbimg.com/ZBrEmyDfPigJuURAROPl881sJAk=/1541x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/W/T/VdM3vxQRmzZ5nPA8BsBA/whatsapp-image-2024-01-17-at-16.04.01-2-.jpeg)
Samsung faz parceria com Google para fazer buscas através de IA: basta selecionar uma parte da imagem — Foto: Divulgação
Publicidade
![](https://s2-oglobo.glbimg.com/OMyZf1o-l1nyM6nKilTyCZDVt7U=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/C/r/BquhuMSBKzjsvRPEMTlg/whatsapp-image-2024-01-17-at-16.04.01.jpeg)
Inicialmente, o acerto mediado pela área de conciliação previa a criação de uma conta sob titularidade da empresa com recursos hoje depositados judicialmente, com liberação de 10% do montante de forma semestral.
O relator do caso no TCU, contudo, concordou com a área técnica do tribunal e com o MP junto à corte que seria inapropriado a empresa gerir plenamente esta conta. Por isso, condicionou à assinatura do acordo à modificação nos termos para que a movimentação da conta dependa da autorização da Anatel.
Serviços essenciais
Atualmente, a Oi é a maior concessionária de telefonia fixa do país e tem obrigações até 2025. Os contratos de concessão de telefonia fixa não são mais adotados em novos serviços, mas há todo um legado dos antigos acordos que precisam ser equacionados.
- Veja se o seu está na lista: WhatsApp vai deixar de funcionar em mais de 15 modelos de smartphones a partir de julho
Segundo dados da Anatel, há 23,6 milhões de contratos desse tipo hoje em todo o Brasil, sendo que alguns deles tratam de serviços essenciais, como os telefones de emergência - 190 (polícia) e 193 (primeiros socorros). A conexão de boa parte da administração pública também depende do serviço hoje prestado pela Oi.
O processo analisado foi iniciado devido às discussões sobre a renovação da prestação do serviço a partir de 2026, mas havia controvérsias sobre a capacidade operacional da Oi e também sobre a necessidade de aportes da empresa.
- Qual se conecta primeiro, o celular ou o carregador na tomada? Veja a maneira correta e os riscos de inverter a ordem
Há ainda uma disputa bilionária entre Oi e Anatel. Em 2020, a Oi entrou com um processo de arbitragem contra a agência para reivindicar R$ 53 bilhões em virtude de prejuízos com a manutenção da oferta de telefonia fixa. O regulador, porém, afirmava que a operadora devia valores relacionados à migração da concessão para autorização.
A solução para encerrar as controvérsias entre a Oi e a Anatel foi mediada pela área de conciliação do TCU, criada em dezembro de 2022 por iniciativa do presidente do tribunal, Bruno Dantas, para tratar de conflitos que afetam a prestação de serviços à população.
Nesse caso específico, o governo precisa manter o serviço em áreas isoladas, onde as opções de comunicação são limitadas, mas a empresa também tem necessidade de reduzir despesas e encerrar cobranças para manter sua viabilidade.
A Anatel já havia referendado o acordo. Ficou acertada a migração da Oi do regime de concessão para autorização na telefonia fixa, reduzindo obrigações contratuais hoje consideradas anacrônicas, como a manutenção de orelhões.
Desconto
Em troca, a companhia se comprometeu a investir R$ 5,8 bilhões, dos quais até R$ 5 bilhões ficariam a cargo da empresa V.tal. Esses investimentos abrangem a conectividade de escolas públicas, construção de rede de fibra ótica submarina na região Sul, construção de rede de fibra ótica submarina e subterrânea nas regiões Norte e Nordeste, desenvolvimento de competição em novos mercados por meio da construção de novos Centros de Dados (Data Centers) distribuídos pelo território brasileiro, e a manutenção do serviço de telefonia fixa em localidades sem alternativa de atendimento.
Há ainda a possibilidade de investir mais R$ 4,4 bilhões a depender do resultado da arbitragem. A discordância sobre esses valores está na raiz da recomendação pela rejeição do acerto pelo MP-TCU. Antes de o caso chegar à área de conciliação do tribunal de contas, a Anatel havia calculado que a Oi deveria devolver R$ 19 bilhões aos cofres públicos se devolvesse a concessão.
Segundo pessoas envolvidas na negociação, contudo, o valor foi atualizado para o ano de 2024 e considerou o gasto que a Anatel teria se tivesse que assumir o serviço até fazer outra licitação. Isso porque, sem o acerto, os credores da Oi poderiam desistir dos aportes previsto no plano de recuperação judicial da empresa, aumentando os riscos de falência.
---- A negativa em relação ao acordo resultará no naufrágio do plano de recuperação da empresa e, muito certamente, ante a inexistência de alternativas, acabará por determinar sua falência. Caso isso ocorra, o estado poderá ter que assumir, mesmo que temporariamente a prestação do serviço. essa situação é inadequada do ponto de vista do interesse público --- disse o ministro relator.
Oliveira reconheceu que a diferença ante o valor inicialmente estimado pela Anatel é grande, mas destacou as dificuldades e incertezas que envolvem a quantificação do montante, considerando que a empresa está em recuperação judicial. Além disso, ressaltou que os termos do acordo seguem as condições da Lei Geral de Telecomunicações.
— É claro que o montante de investimentos pactuados teve que respeitar em algum grau a capacidade econômica da empresa. Mas, apesar de o valor obtido ter seguido balizas de ordem pragmática, seu dimensionamento O advguarda razoabilidade com as premissas adotadas na modelagem econômica do negócio --- disse Oliveira, em seu voto.
Em nota, o presidente da Oi, Mateus Bandeira, destacou que a migração para o regime de autorização representa para a Oi uma redução de custos essencial para seu futuro. "“Os termos do acordo aprovado permitem buscar o equilíbrio econômico-financeiro da operação, garantem investimentos e resguardam os interesses sociais ligados à telecomunicação.”
Representando a tele e a V.tal no caso, Henrique Ávila, sócio do Sergio Bermudes Advogados, acrescentou que o TCU mostrou "sensibilidade" ao julgar o assunto "sob a ótica do interesse público e da prestação do serviço de telefonia por todo o Brasil, que seria prejudicada sem o acordo". A Anatel não se manifestou.
Consenso
O acordo entre Oi e Anatel é o sexto fechado com ajuda da nova área do tribunal. Os anteriores tratavam de conflitos com regulados da Agência Nacional de Aviação (ANAC), Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Segundo apurou o GLOBO, ainda estão sendo negociados no âmbito da câmara de conciliação processos referentes às concessões dos aeroportos de Guarulhos e Viracopos, que podem prever a inclusão de terminais regionais no contrato.
Em uma etapa anterior, sem instalação de comissão, também está prevista a discussão sobre a concessão do Galeão, mas, nesse caso, a solução é considerada mais complexa diante do valor da outorga.
Há também negociações sobre as concessões de rodovias federais, como a BR 101 no Rio de Janeiro, além de trechos rodoviários no Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Bahia.