A contratação de imigrantes no Brasil cresceu cerca de 30% no ano passado, para 223,1 mil, segundo acompanhamento do Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra). Mais da metade (129,3 mil) foi na Região Sul, e parte dessas contratações pelas cooperativas agropecuárias.
Os números da Aurora Coop, central de cooperativas com sede em Chapecó (SC) e terceiro maior grupo no setor de proteína animal no país, mostram que, pelo menos, 22% de seus 46 mil empregados são imigrantes, com predominância de haitianos, senegaleses e, mais recentemente, de venezuelanos. Imigrantes são quase dez mil trabalhadores do quadro de funcionários da central, que processa aves, suínos e leite produzidos por 14 cooperativas associadas. Nelson Paulo Rossi, gestor corporativo de recursos humanos, tem se preocupado em inserir o imigrante:
— Houve um grande crescimento da imigração, que passou a incluir senegaleses, até por volta de 2016 ou 2017. Nos últimos cinco anos, intensificou-se a chegada de venezuelanos, num movimento que ganhou maior consistência em todo o Sul brasileiro.
A maior procura pelo Sul, afirma Rossi, pode ser explicada pela demanda por mão de obra em uma região que tem taxas de desemprego inferiores à média brasileira:
— Isso faz com que a migração se desloque para onde há demanda.