Economia
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Por — Rio de Janeiro

Economistas estimam um impacto de 0,13 a 0,21 ponto percentual no IPCA após a Petrobras anunciar um reajuste de 7,11% nos preços da gasolina e do gás de cozinha (GLP). Analistas veem que isso deve reforçar ainda mais a cautela do Banco Central, que interrompeu o ciclo de cortes na taxa Selic na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e se depara com uma desancoragem cada vez maior das expectativas de inflação em relação à meta de 3% (que prevê uma tolerância de 1,5 p.p. para cima ou para baixo) e um câmbio mais alto do que o esperado.

Nesta segunda-feira boletim Focus, do Banco Central, mostrou que o mercado elevou sua projeção para o IPCA pela nona semana consecutiva, de 4,00% para 4,02%. Já o dólar encerrou as negociações em R$ 5,47, mas acumula uma alta de mais de 10% no ano até o momento e chegou a bater a máxima de R$ 5,70 na semana passada, com as incertezas do mercado com o cenário fiscal no Brasil.

André Braz, Coordenador dos Índices de Preços do FGV Ibre, estima um impacto de aproximadamente 0,13 ponto percentual no IPCA por conta do reajuste de preços da Petrobras. Segundo ele, cerca de dois terços desse aumento seriam refletidos na leitura da inflação de julho, enquanto o restante seria observado em agosto.

Para Braz, esse reajuste tem mais a ver com a desvalorização do real frente ao dólar nas últimas semanas ao invés da variação da cotação do petróleo no mercado internacional, apesar da correção da estatal ainda estar abaixo dos preços de referência no exterior.

— O Brasil importa muita gasolina, e importar com o câmbio nesse patamar é realmente muito mais caro. Mas cotação do dólar não deve se manter nesse patamar e tem espaço para cair, então não sabemos se para o final do ano, podemos ter uma revisão para baixo na gasolina. Tudo vai depender da variação do preço do barril de petróleo e da taxa de câmbio — ele diz.

Ele também explica que o real desvalorizado tende a pressionar a inflação porque muitas empresas compram matéria-prima importada. Logo, se o custo de produção está aumentando, isso tende a ser repassado para o consumidor.

Braz não descarta a possibilidade de isso pressionar o Copom a elevar a Selic, apesar de achar isso improvável. Para ele, a alta nos preços dos combustíveis não deve mudar a postura do Copom, que já se mostrou comprometido a manter os juros em patamar alto até a inflação convergir para a meta.

— Dado a escalada do câmbio, possibilidade (de elevar a Selic) há, mas a acho que a autoridade monetária está de olho em onde a inflação vem se espalhando. Recentemente, as coletas de preço mostram uma desaceleração na inflação de alimentos e a pressão vai ser menor do que a inicialmente prevista, então isso já diminui as chances de alguma alta de juros em 2024 — ele avalia.

O BTG Pactual elevou sua projeção para o IPCA em 2024 de 4,2% para 4,4% nesta segunda-feira, citando o impacto do aumento de preços de combustíveis anunciado pela Petrobras em nota. A estimativa para 2025 permanece inalterada em 4,00%.

Para os analistas do banco, o reajuste da gasolina terá um impacto direto de 0,13 ponto percentual na inflação, além de um impacto indireto de 0,04 p.p. via etanol. O aumento dos preços do gás de cozinha (GLP) adicionará cerca de 0,04 p.p. ao IPCA. No total, o impacto será de 0,21 p.p.

O Itaú Unibanco vê um aumento de 0,19 p.p. na inflação. Deste total, 0,13 p.p. seriam do aumento nos preços da gasolina e 0,03 p.p. do efeito disso sobre os preços do etanol, além de mais 0,03 p.p. do reajuste do GLP, que também foi anunciado hoje. O banco vê que cerca de 60% desse impacto será visto na leitura do IPCA de julho e 40% na de agosto.

Luciana Rabelo, economista do Itaú Unibanco, afirma que isso não muda o cenário-base do banco para a Selic em 2024, mas diz que o anúncio de hoje traz um viés de alta para a inflação:

— Nosso cenário ainda é de Selic 10,50% neste ano e no ano que vem. Mas o que podemos ver já na próxima semana é uma desancoragem (das expectativas de inflação) ainda maior no Focus, por conta dos efeitos desse reajuste da Petrobras, e pode ter um pouco de efeito para a inflação em 2025 — ela diz.

A XP Investimentos projeta um impacto de 0,21 ponto percentual no IPCA, sendo 0,14 p.p. na leitura de julho e 0,07 p.p. em agosto. A XP atualmente vê a inflação ao final do ano em 3,8%, mas considera incorporar a pressão do aumento dos preços da gasolina e do GLP, considerando a defasagem de preços entre o Brasil e o mercado internacional.

— No atual patamar que se encontra os preços de combustíveis no Brasil, devemos subir a projeção para 4%, mas vamos aguardar a divulgação do IPCA nesta semana — afirma Alexandre Maluf, economista da XP. Apesar disso, ele diz que o cenário para o Banco Central acaba se tornando mais desafiador, mas não a ponto de mudar sua visão para a Selic no ano.

Já a Ativa Investimentos vê um impacto de 0,17 p.p. no IPCA neste ano por conta do reajuste de preços na gasolina. Para o economista-chefe, Étore Sanchez, se a Petrobras zerar a defasagem do combustível, o impacto será de 0,25 p.p. Ele estima que isso irá chegar ao consumidor na segunda quinzena de julho, com impacto na leitura do IPCA consolidado deste mês.

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