A economia da China tem se apoiado na produção industrial para continuar crescendo este ano, e os dados desta semana fornecerão pistas sobre a força desse suporte. É, como dizem na linguagem da aviação, como se o país estivesse "operando com apenas um dos motores".
Os números das exportações, que serão divulgados na próxima quarta-feira, 7, podem mostrar algum fortalecimento em julho, destacando como o comércio tem sido um raro ponto positivo.
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O volume de embarques dos portos da China no primeiro semestre foi 8,5% maior do que em 2023, com as tarifas de frete de contêineres quadruplicando, de acordo com o índice de fretes marítimos NCFI. As exportações — desde carros até aço e bens de consumo — dispararam.
O panorama futuro, no entanto, parece menos claro. Os dados dos indicadores industriais têm sido instáveis, com uma queda na atividade geral das fábricas. O mais preocupante foi a retração do Caixin, um índice que dá maior peso às empresas privadas e exportadoras: ele contraiu inesperadamente pela primeira vez em nove meses.
O sinal é preocupante, ainda mais porque, no segundo trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) da China já havia ficado abaixo das expectativas. O crescimento foi de 4,7%, enquanto economistas ouvidos pela Bloomberg esperavam 5,1%.
Os exportadores também podem estar vendo retornos decrescentes. Embora os volumes de comércio estejam aumentando, as empresas chinesas não estão necessariamente lucrando, porque também estão reduzindo os preços. Como resultado, o valor total das exportações de mercadorias mal se alterou este ano, subindo apenas cerca de 0,4%.
Mais tarde na semana, os números da inflação devem continuar baixos, com os preços ao produtor caindo pelo 22º mês consecutivo.
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Os analistas estão atentos. Os economistas do Citi rebaixaram sua previsão para o crescimento chinês deste ano de 5% para 4,8%, enquanto o economista do UBS, Wang Tao, agora vê alguma probabilidade de reduzir a previsão de crescimento, hoje em 4,9%.
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Lojas de autoatendimento e cuidados com idosos
De olho na economia, o governo chinês anunciou no sábado medidas para estimular o consumo. São 20 pontos, que vão desde estimular lojas de autoatendimento a crédito para micro e pequenas empresas.
As medidas vão tentar explorar o potencial de expansão do consumo em áreas como alimentação, serviços domésticos e cuidados com idosos, de acordo com comunicado publicado no site do governo. Também haverá estímulos a novas formas de consumo, como lojas de autoatendimento e lockers de retirada de compras, além de apoio ao desenvolvimento de esportes eletrônicos e vendas no e-commerce por meio de lives.
O governo também dará suporte financeiro para micro e pequenas empresas do setor de serviços, além de ampliar as deduções tributárias para gastos com cuidados com crianças menores de 3 anos, além de despesas com idosos.
Pequim também pretende estimular o desenvolvimento de novas áreas de turismo, o que inclui cruzeiros, iates e carros voadores.