Economia
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Por — Rio de Janeiro

RESUMO

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GERADO EM: 27/08/2024 - 11:49

Inflação desacelera em agosto por queda nos alimentos, mas combustíveis pressionam.

A prévia da inflação desacelerou em agosto para 0,19%, devido à queda nos preços dos alimentos. O IPCA-15 ficou próximo das expectativas de mercado. O setor de alimentação em domicílio teve intensa redução. Analistas preveem que a inflação fechará o ano próximo a 4,5%, impactando as decisões sobre os juros. O aumento nos preços dos combustíveis foi um dos fatores que impediram uma desaceleração maior.

Em agosto, o IPCA-15, considerado prévia da inflação, desacelerou e ficou em 0,19%, número próximo às expectativas de mercado, que calculavam alta de 0,17%. O preço dos alimentos, que já havia recuado 0,70% no mês anterior, continuou caindo e levou a uma intensa queda no setor de alimentação em domicílio (-1,30%), que puxou o número total para baixo. Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta terça-feira.

  • Em 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 4,35%, menor que os 4,45% calculados nos 12 meses imediatamente anteriores;
  • Com a desaceleração em 12 meses, a alta no período fica abaixo do teto da meta de inflação para o ano, que é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos;
  • Em agosto de 2023, a taxa foi de 0,28%.

O grupo de alimentação e bebidas recuou -0,80%, com queda puxada pela alimentação no domicílio (-1,30%). Alimentos como o tomate (-26,59%), a cenoura (-25,06%), a batata-inglesa (-13,13%) e a cebola (-11,22%) tiveram quedas consideráveis nos preços, influenciando o resultado do setor. Por outro lado, o café moído foi um dos subitens em alta (3,66%).

Já a alimentação fora do domicílio fez o movimento contrário e teve aceleração de 0,49%, contra 0,25% em julho. Foram destaques as altas do lanche (de 0,24% em julho para 0,76% em agosto) e da refeição (0,23% em julho para 0,37% em agosto).

O que dizem os analistas?

De acordo com Reginaldo Nogueira, economista e diretor nacional do Ibmec, a queda dos alimentos já era esperada, e veio até menor do que a estimativa, que calculava número próximo de 1%. Para ele, o crescimento do preço de combustíveis também acabou tendo um efeito final mais forte e segurando um pouco a redução total do IPCA-15.

— A gente tem um impacto sazonal sobre o preço de alimentos, que está explicando esse recuo, e mesmo que a gente continue tendo quedas, não é esperado que elas continuem tão fortes assim até o final do ano. E a alta dos combustíveis, embora tenha um impacto grande na vida das pessoas, ainda está dentro do que era esperado e não deve pressionar muito ao longo do tempo — explicou o economista.

Ele acresta que a expectativa é de que o IPCA fique um pouco abaixo de 4,5 no ano, seguindo na parte superior da meta de inflação.

— Nas últimas semanas, teve um aumento nas expectativas do IPCA. Há um tempo atrás, a gente estava falando de inflação abaixo de 4%, agora a gente já está falando de inflação perto de 4,2%, 4,3%, que já começa a ficar bem incômoda, bastante perto do limite de 4,5%. Esse IPCA 15, até por ter vindo um pouco acima da expectativa de mercado, ele não muda muito esse cenário no momento.

Já com relação aos juros, ele explica que não haverá mais cortes esse ano, e que o cenário da inflação não deve pressionar tanto a decisão do Banco Central, já que não há grandes mudanças do que já vinha sendo desenhado.

— As expectativas dizem que os juros devem ficar em 10,5 até o final desse ano, sem aumentos. Existem justificativas para aumento do juro agora, com a pressão do câmbio e a atividade econômica, que continua mais aquecida do que era esperado, mas o dólar tem se acomodado num nível um pouco menor. Então, eu acho que os juros vão ficar mais ou menos onde estão por um pouco mais de tempo.

Já para Claudia Moreno, economista do C6 Bank, a inflação deve voltar a subir até o final do ano, já que a inflação de serviços deve continuar em alta, e deve haver um crescimentos dos preços de bens industriais. Sua projeção é de que o IPCA feche o ano em 4,7%, e 5% em 2025. 

"O resultado do IPCA-15 reforça nossa visão de que a Selic deve ser mantida em 10,5% até o final do ano. Por ora, acreditamos que os fundamentos observados pelo Banco Central não indicam a necessidade de um aperto adicional na política monetária. Para 2025, nossa projeção é que a taxa básica de juros termine o ano em 9%", escreveu, em comentário.

Luis Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners, também acredita que o IPCA-15 de agosto veio em linha com as projeções do mercado, com uma leitura positiva, por não trazer mais volatilidade. Mas ele ressalva que, por conta disso, também não há espaço para grandes mudanças nas percepções para setembro.

"Quem estava com um cenário de alta dos juros na reunião de setembro não teve motivos para mudar, e o mesmo ocorre com àqueles que esperavam a manutenção. Por isso, mantemos a nossa projeção de que a Selic seja elevada em 0,25 p.p. na reunião do dia 18 de setembro, seguida de mais duas altas nas reuniões de novembro e dezembro. Para o IPCA fechado de agosto, esperamos algo ao redor de 0,16%. Para 2024, a nossa estimativa está em 4,20%, mas com viés de alta", comentou.

Aumento no preço dos combustíveis

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em agosto. Um deles, que impediu maior desaceleração da prévia da inflação, foi o de transportes, com alta no preço combustíveis (3,47%), sobretudo da gasolina (3,33%). O Etanol (5,81%), o gás veicular (1,31%) e o óleo diesel (0,85%) também tiveram altas. Já as passagens aéreas foram o subitem do grupo que registrou queda nos preços (-4,63%).

No grupo de educação (0,75%), os cursos regulares subiram 0,77%, puxados pelos subitens ensino superior (1,13%) e ensino fundamental (0,57%). Os cursos diversos também tiveram alta (0,47%). influenciada pelos cursos de idiomas (0,96%).

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