O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quarta-feira a indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central. A escolha do diretor de Política Monetária do BC já era esperada pelo mercado, pela proximidade dele com a equipe econômica.
— O presidente (Lula) me encarregou de anunciar que hoje indicará o Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central — disse Haddad, no Palácio do Planalto.
Galípolo assumirá a chefia do BC no lugar de Roberto Campos Neto, que deixará o cargo no fim do ano. Ele ainda precisará ser sabatinado e ter seu nome aprovado pelo Senado. Caso seja efetivamente nomeado, ficará no cargo por quatro anos, podendo ser reconduzido por mais quatro.
Em seu primeiro pronunciamento como escolhido para liderar o BC, Galípolo afirmou que a indicação era "uma honra, um prazer e uma imensa responsabilidade".
— A indicação ainda depende da aprovação do Senado, então vou ser breve para respeitar a institucionalidade. Mas quero dizer que, na mesma magnitude, é uma honra, um prazer e uma responsabilidade imensa ser indicado à presidência do BC pelo ministro Fernando Haddad e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É uma honra enorme, uma grande responsabilidade e estou muito contente — disse o diretor.
Atual composição do BC: Presidente e diretores do Banco Central
Haddad afirmou que o dia da sabatina depende do Senado e que o governo vai respeitar a "institucionalidade" da casa. O ministro disse que está tentando entrar em contato com o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para discutir o assunto.
— A sabatina é uma atribuição do Senado Federal. O presidente Lula chegou a conversar com o presidente Pacheco sobre a melhor oportunidade. Mas isso cabe ao Senado marcar e decidir. Mas quero crer que estão sintonizados os presidentes Pacheco e Lula sobre a importância dessa indicação — disse o ministro.
Poucos meses após ter assumido como secretário-executivo do Ministério da Fazenda do terceiro mandato do governo Lula, Galípolo deixou o cargo para integrar a diretoria do Banco Central, por indicação da Fazenda. Ele havia assumido o posto de número 2 de Haddad depois de integrar a equipe de transição e ser peça importante na campanha de Lula.
Galípolo acumula experiências no setor público e privado, sendo reconhecido por ser uma das figuras chaves para intermediar a relação entre a campanha do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva com atores do mercado financeiro, nas eleições de 2022.
O diretor atuou de 2017 a 2021 como presidente do Banco Fator. É formado em Ciências Econômicas e mestre em Economia Política pela PUC de São Paulo, instituição na qual também foi professor nos cursos de graduação, de 2006 a 2012. Além disso, lecionou no MBA de PPPs e Concessões da FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo).
Outros diretores
Com a saída de Galípolo da diretoria de Política Monetária para ocupar a presidência, Lula ainda terá de indicar outros três diretores para ocupar as cadeiras que ficarão vagas no fim deste ano. Os mandatos do diretor de Regulação, Otávio Damaso, e de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, Carolina Barros.
Segundo Haddad, a partir de agora, o governo vai começar a trabalhar a escolha dos diretores.
— A partir de agora nós vamos começar a trabalhar os três nomes que vão compor a diretoria, o que será feito como ato contínuo ao encaminhamento do nome do Gabriel para o Senado Federal, e oportunamente nós devemos, depois de entrevistar e tomar decisão junto ao presidente da República, indicar os três diretores que vão compor a nova diretoria.