Economia

Pandemia: Trump ameaça estender medidas de alívio mesmo sem aprovação do Congresso

Presidente americano diz que democratas estão emperrando as negociações
Trump ameaça estender medidas de alívio mesmo sem aprovação do Congresso Foto: Jonathan Ernst / Reuters
Trump ameaça estender medidas de alívio mesmo sem aprovação do Congresso Foto: Jonathan Ernst / Reuters

WASHINGTON – Com o impasse nas negociações no Congresso sobre um novo pacote de medidas contra a pandemia de coronavírus, o presidente americano, Donald Trump, ameaçou usar sua autoridade caso as discussões com os democratas continuem emperradas.

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Em discurso na noite desta sexta-feira, Trump se comprometeu a retomar a moratória sobre os despejos, estender a ampliação de benefícios a desempregados e a manter a cobrança de taxas sobre a folha de pagamento suspensas até o fim do ano. O pagamento de empréstimos por estudantes também continuará suspenso.

Segundo o presidente americano, os democratas insistem em tentar incluir medidas que nada têm a ver com a pandemia, o que está dificultando as negociações. A oposição tem maioria na Câmara e qualquer tentativa de votação sem o apoio democrata seria derrotada.

— Nancy Pelosi e Chuck Schumer continuam insistindo em políticas da esquerda radical que nada têm a ver com o “chinavirus” — afirmou Trump. — Então, existe um vírus e você tem pessoas no Congresso que não querem ajudar o nosso povo. Se os democratas continuarem mantendo as medidas de alívio reféns, eu vou agir sob minha autoridade como presidente para levar aos americanos o alívio que necessitam.

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Fontes informaram à agência Bloomberg que Trump deve estender o benefício adicional ao seguro desemprego, mas no valor de US$ 400 semanais, menor que os US$ 600 previstos no último pacote de alívio.

Mais cedo, após nova rodada de negociações com parlamentares democratas, o Secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, afirmou que recomendaria a Trump assinar uma ordem executiva para estender a validade das medidas.

— O presidente gostaria de fazer um acordo — afirmou Mnuchin, após reunião com a deputada democrata Nancy Pelosi e o líder democrata no Senado, Chuck Schumer.

Segundo Mnuchin, o presidente pode usar sua autoridade para restaurar algumas das medidas presentes no último pacote de alívio que já expiraram. Em seu discurso, Trump afirmou que pode assinar as ordens executivas antes do fim da semana.

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Negociações à beira do colapso

Tanto republicanos como democratas entendem que as medidas de alívio adotadas pelo governo americano são insuficientes, mas as discussões sobre um novo pacote estão emperradas. Segundo Schumer, a reunião desta sexta-feira foi “desapontadora”.

— Eu disse a eles para voltarem quando estiverem prontos para nos dar um número maior — afirmou Pelosi, após a reunião.

Pelosi e Schumer disseram ter ofertado ao governo corte de US$ 1 trilhão na proposta democrata de US$ 3,5 trilhões, mas apenas se os republicanos melhorarem seu plano em US$ 1 trilhão.

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Mnuchin, por sua vez, disse ter demandado aos democratas concessões no seguro desemprego e na ajuda a estados e governos locais. Os democratas pedem socorro de US$ 915 bilhões, mas os republicanos oferecem apenas US$ 150 bilhões. Os democratas também insistem na manutenção do benefício adicional ao seguro desemprego em US$ 600.

A disputa por valores é o maior entrave nas negociações. Segundo Schumer, a maioria dos democratas não aprovará um pacote de menos de US$ 2 trilhões. Pelo lado republicano, não há apoio para um acordo acima de US$ 2 trilhões.