Economia

Pedidos de seguro-desemprego disparam e sobem 76% na primeira quinzena de maio

Com aumento do desemprego provocado pela crise do coronavírus, requisições para o benefício aumentaram 9,6% no acumulado do ano
Carteira de trabalho. Número de pedidos de seguro-desemprego se tornou dado relevante na crise Foto: Arquivo
Carteira de trabalho. Número de pedidos de seguro-desemprego se tornou dado relevante na crise Foto: Arquivo

BRASÍLIA — Os pedidos de seguro-desemprego dispararam na primeira quinzena de maio. Até agora, 504.313 trabalhadores que perderam seus empregos solicitaram o benefício, nos primeiros 15 dias do mês. O número representa uma alta de 76,2% em relação ao mesmo período do ano passado (286.272).

No período, os três estados com maior número de requerimentos foram São Paulo (149.289), Minas Gerais (53.105) e Rio de Janeiro (42.693). Os dados foram divulgados nesta quinta-feira pelo Ministério da Economia.

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O ministério destacou também o aumento de 58,7% das requisições feitas presencialmente em relação à segunda quinzena de abril. Isso é explicado, segundo o governo, por um decreto presidencial que definiu as atividades de processamento do seguro-desemprego como essenciais, o que contribuiu para a retomada do atendimento presencial.

No acumulado de janeiro até agora, foram contabilizados 2.841.451 pedidos de seguro-desemprego, na modalidade trabalhador formal. Isso representa um aumento de 9,6% em comparação com o acumulado no mesmo período de 2019.

O ministério estima que pelo menos outras 250 mil pessoas demitidas em maio têm direito ao benefício, mas ainda não solicitaram. Os requerimentos podem ser feitos até 120 dias após a demissão de forma totalmente digital e, segundo o governo, não há espera atualmente para concessão de benefício.

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As solicitações de acesso ao seguro-desemprego se tornaram um dado importante para saber o impacto causado pela pandemia do novo coronavírus no mercado de trabalho.

Um dos fatores que dificultam o debate sobre os rumos do mercado de trabalho é a ausência de dados estatísticos sobre o mercado de trabalho. A última divulgação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que mensura o nível de emprego com carteira assinada, foi feita em janeiro com dados relativos a dezembro.

Desde então, o indicador não foi mais atualizado em razão de mudanças feitas no sistema de informações e porque as empresas enfrentam dificuldade de repassar os dados no meio da pandemia.

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O IBGE, que produz indicadores sobre o mercado de trabalho como um todo, que inclui trabalhadores com direitos trabalhistas e informais, enfrenta dificuldades para fazer o levantamento após a suspensão da coleta presencial de dados em razão da pandemia. Em março, a taxa de desemprego subiu para 12,2%, atingindo 12,9 milhões de trabalhadores.

Como O GLOBO revelou na semana passada, o Ministério da Economia estima que o Brasil deve encerrar o ano com perda de 3 milhões de postos de trabalho formais.