Petrobras vende refinaria de Manaus, Reman, para Atem por US$ 189,5 milhões

Estatal, por outro lado, suspendeu o processo de venda da Rnest, em Pernambuco
Gasolina passa de R$ 7 Foto: Fábio Rossi / Agência O Globo

RIO - Após vender a refinaria da Bahia para o fundo árabe Mubadala,  a Petrobras anunciou que vai se desfazer de sua segunda unidade. A estatal assinou com a Ream Participações, que pertence à distribuidora Atem, contrato para vender a Refinaria Isaac Sabbá (Reman)  e seus ativos logísticos associados, no estado do Amazonas. Por outro lado, a estatal disse ainda que a venda da refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, não foi bem sucedida.

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O valor da venda é de US$ 189,5 milhões. Desse total, US$ 28,4 milhões serão pagos na assinatura do contrato e US$ 161,1 milhões restantes no momento do fechamento da operação.

Atem om cinco bases de distribuição e 300 revendedores. Foto: Divulgação

A Atem conta com cinco bases de distribuição e 300 postos franqueados. A empresa tem atuação nos estados do Amazonas, Acre, Roraima, Rondônia, Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná.

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Segundo a estatal, a operação está sujeita ao cumprimento de condições precedentes, tais como a aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Atualmente, a estatal tem ao todo oito refinarias em processo de venda.

Petrobras vendeu a Refinaria Landulpho Alves (RLAM), localizada no Recôncavo Baiano, e mais sete unidades de refino, para para fundo árabe por US$ 1,6 bi. Foto: Geraldo Kosinski / Agência O Globo
Primeira refinaria do Brasil, a RLAM completou 70 anos prestes a ser vendida. A unidade tem capacidade de produção de 333 mil barris/dia. Foto: Saulo Cruz / MME
A Refinaria Isaac Sabbá (Reman) foi vendida em agosto para a Atem por US$ 189,5 milhões. A unidade foi inaugurada em 3 de janeiro de 1957 e está localizada à margem esquerda do Rio Negro, em Manaus, estado do Amazonas. Em 31 de maio de 1974, foi incorporada ao Sistema Petrobras Foto: Reprodução
A estatal suspendeu o processo de venda da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), e decidiu investir US$ 1 bi na unidade, que iniciou suas operações em 2014. Está localizada no Complexo Industrial Portuário de Suape, distante 45 km do Recife, em Pernambuco. Foto: Wilton Junior / Agência O Globo
A RNEST, que foi alvo da Lava-Jato, tem capacidade de processamento de 230 mil barris de petróleo por dia. Nesta unidade, são produzidos derivados de petróleo, como nafta, diesel e gás liquefeito de petróleo (GLP) Foto: Reprodução/Site da Petrobras
A Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, tem capacidade de processamento de 33 mil m³ de petróleo por dia. Segundo fontes, os grupos Ultra, dono dos postos Ipiranga, e Raízen, associação de Cosan e Shell, estão interessados na compra Foto: Silvio Aurichio / Agência O Globo
Localizada no município de Araucária, no Paraná, a Repar é responsável por aproximadamente 12% da produção nacional de derivados de petróleo, ente eles diesel, gasolina, GLP, coque, asfalto, e propeno Foto: Silvio Aurichio / Agência O Globo
Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) está instalada em uma área de 580 hectares no município gaúcho de Canoas (RS). Foto: Divulgação
A Petrobras também já vendeu a Unidade de Industrialização do Xisto (SIX) para o grupo F&M por R$ 178 milhões. A SIX fica localizada em São Mateus do Sul (PR) sobre uma das maiores reservas mundiais de xisto Foto: Divulgação
A Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, região metropolina de Belo Horizonte (MG), foi inaugurada em 30 de março de 1968, com capacidade inicial de 7.200 m³/dia. Hoje, sua capacidade de processamento é de 24 mil m³/dia ou 150 mil bbl/dia Foto: Ramon Bitencourt / O Tempo
Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), no Ceará, é uma das líderes na produção de asfalto no Brasil, sendo responsável por cerca de 10% da produção do produto no pais. Foto: Divulgação

Ainda na noite de quarta-feira, a estatal disse que vai avaliar o futuro da venda da Rnest, em Pernambuco. Os interessados no processo, disse a empresa, “declinaram formalmente de apresentar proposta vinculante para a compra da refinaria”, disse a companhia.

Não foi a primeira vez que a Petrobras recuou da venda de uma refinaria.  Em fevereiro, a compahia recebeu propostas abaixo do esperado e suspendeu a venda da unidade no Paraná. Segundo fontes, a companhia já retomou o processo de venda. 

A estatal se comprometeu, em acordo com o Cade, a vender metade de sua capacidade de refino para permitir a concorrência privada no setor. 

"Até o cumprimento das condições precedentes e o fechamento da transação, a Petrobras manterá normalmente a operação da refinaria e de todos os ativos associados", disse a estatal em nota.

Após o fechamento, a Petrobras informou ainda que vai continuar apoiando a Atem nas operações da Reman  de forma a preservar a segurança e continuidade operacional durante um período determinado, sob um contrato de transição.

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Em nota, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) disse que já avalia com seu Departamento Jurídico medidas para impedir a venda da Refinaria em Manaus.

Na avaliação da FUP, a venda das refinarias da Petrobras não é garantia de aumento da concorrência e queda nos preços.

Para a FUP, a venda é mais  “um movimento de destruição da maior empresa brasileira”.

Inauguração com JK

Petrobras vende refinaria de Manaus Foto: Divulgação

A refinaria em Manaus foi inaugurada em 1957 com a presença do então presidente Presidente Juscelino Kubitschek. A unidade tem uma capacidade de processamento é de 46 mil barris por dia. A refinaria atende aos estados do Pará, Amapá, Rondônia, Acre, Amazonas e Roraima.

Por outro lado, a estatal disse que a venda da refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, não foi bem sucedida. Os interessados no processo “declinaram formalmente de apresentar proposta vinculante para a compra da refinaria”, informou a companhia. conteúdo pop 1308