BRASÍLIA - O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira que o BC estima um resultado de PIB estável ou de ligeiro crescimento para o segundo trimestre. Ele disse ainda que, para os trimestres a frente, a autoridade monetária espera “alguma aceleração”, principalmente por conta da liberação de recursos pelo governo, como o das contas do FGTS. Ainda assim, Campos Neto avaliou que a retomada do ritmo de crescimento da economia deve ser gradual. O dado será divulgado oficialmente pelo IBGE na quinta-feira. No primeiro trimestre do ano, economia brasileira encolheu 0,2%.
— Com base nos dados disponíveis, estimamos que o PIB tenha ficado estável ou crescido ligeiramente. Para os trimestres seguintes esperamos alguma aceleração, que deve ser reforçada pelo efeito da liberação de recursos do FGTS e PIS-PASEP. Não obstante essa aceleração, nosso cenário básico supõe que o ritmo de crescimento subjacente da economia será gradual — afirmou Campos Neto em audiência pública da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
Campos Neto também sinalizou que, diante do atual cenário de inflação sob controle no país, o BC pode ajustar “o grau de estímulo monetário”. Isso pode significar um novo corte na taxa básica da economia, a Selic, hoje em 6%, seu menor patamar histórico. Ainda de acordo com o presidente do Banco Central, esse não será o único fator a ser levado em conta na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom):
— A consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir ajuste adicional no grau de estímulo monetário. É fundamental enfatizar que essa comunicação não restringe a próxima decisão do Copom e que os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação.
O presidente do BC voltou a reiterar a importância da continuidade de reformas e ajustes que deem sustentabilidade ao cenário fiscal brasileiro. Na avaliação de Campos Neto, ao mesmo tempo em que as reformas reduzem a necessidade de financiar o governo, abrem espaço para estimular o investimento privado:
— Ao reduzirem incertezas fundamentais sobre a economia brasileira, as reformas tendem a estimular o investimento privado — avaliou.