Economia Pix

Pix poderá ter restrição à noite por segurança, diz presidente do Banco Central

Roberto Campos Neto diz que nova modalidade de pagamentos é segura, mas que BC estuda novas medidas para reduzir riscos
Pix, o sistema de transferências instantâneas do BC Foto: Infoglobo
Pix, o sistema de transferências instantâneas do BC Foto: Infoglobo

SÃO PAULO — O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta sexta-feira que o órgão vai anunciar uma série de medidas para coibir práticas criminosas realizadas por meio do Pix . Uma das novidades seria a possibilidade de restringir valores de transferências em horários específicos, como a madrugada.

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Campos Neto diz que a tecnologia do Pix é segura e rebateu críticas de que a instantaneidade do sistema de transferências bancárias incentive práticas criminosas. Segundo ele, a nova modalidade de pagamentos é mais segura e tem maior rastreabilidade que meios tradicionais de pagamento.

— O Pix foi um grande ganho para as pessoas de maneira geral, a gente vê novos modelos de negócio (que se viabilizaram com a ferramenta). Ele substitui outras formas de pagamento. A gente vê mais recentemente na mídia uma associação dele com formas de criminalidade, mas alguém sofrer sequestro relâmpago, pode (haver pedido de resgate) por DOC, por TED — disse.

O presidente do BC afirmou que o aumento da mobilidade em meio às medidas de relaxamento e fim de quarentena nos estados explica parte do aumento de golpes feitos por meio do PIX, especialmente devido ao aumento de movimento em bares e restaurantes à noite.

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— A gente deve anunciar um conjunto de medidas para fazer com que o Pix seja mais seguro, para que as pessoas possam decidir melhor como usar o Pix, bloquear em horários específicos (...) — afirmou, sem dar detalhes sobre quando as medidas serão implementadas.

— Quando alguém faz o Pix a uma outra pessoa, para obter o recurso ela precisa de uma conta . Pode ser para uma conta laranja, e temos feito medidas para fazer com que as contas laranjas não aconteçam, ou da própria pessoa. Se for da pessoa, a gente tem os dados de quem fez o crime — explicou Campos Neto.

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O presidente da autoridade monetária afirmou que é mais rápido rastrear destinatários de recursos com o Pix do que o de DOCs ou TEDs, por exemplo.

As declarações foram feitas em evento realizado pela Federação Brasileira de Bancos  (Febraban) e pela Esfera BR em São Paulo.