BRASÍLIA - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta sexta-feira que as medidas para conter a crise hídrica estão afetando a inflação. Em um evento virtual afirmou que está "atento" ao problema e que o impacto nos preços é maior que o risco do racionamento.
Nesta semana o governo reajustou o preço da bandeira vermelha 2, renomeada para
"bandeira crise hídrica"
em 52%, o que deve elevar o preço da energia, ainda em setembro, em 6,78%. Este tipo de aumento tende a repercutir em toda a economia, devido ao caráter essencial da energia elétrica.
— Obviamente, o reajuste da eletricidade, com os diversos reajustes de bandeira vermelha, e essa última bandeira da crise hídrica, realmente têm impactando bastante (a inflação). A eletricidade tem o poder de disseminar na cadeia (produtiva) esse aumento. A gente tem olhado isso bastante de perto — disse o presidente do BC.
A inflação acumulada em 12 meses, de acordo com o IPCA-15, em 9,3%, está muito acima da meta do governo, de 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. No dia 9 sairá o resultado do IPCA de agosto.
— Vamos acompanhar, muito importante acompanhar essa parte hídrica nos próximos meses. Lembrando que a gente ainda entende que é mais um tema de preço do que de racionamento — disse ele.