Economia

Quem é o chef que alimenta vítimas de desastres e ganhou US$ 100 milhões de Bezos após o bilionário voltar do espaço

Ação marca o começo do Prêmio de Coragem e Civilidade, patrocinado pelo dono da Amazon, para reconhecer esforços para resolver problemas globais
Depois do voo da Blue Origin, Bezos doou US$ 100 milhões para o chef filântropo José Andrés e para o colaborador político da CNN, Van Jones Foto: JOE SKIPPER / REUTERS
Depois do voo da Blue Origin, Bezos doou US$ 100 milhões para o chef filântropo José Andrés e para o colaborador político da CNN, Van Jones Foto: JOE SKIPPER / REUTERS

TEXAS — O bilionário Jeff Bezos realizou um segundo feito importante nesta terça-feira, depois de aterrissar do voo de 11 minutos pela Blue Origin . Em coletiva de imprensa para falar sobre o marco histórico no espaço, o dono da Amazon decidiu doar US$ 100 milhões, equivalente a R$ 520 milhões, a José Andrés, chef de cozinha indicado ao Prêmio Nobel da Paz e fundador da ONG World Central Kitchen, que alimenta pessoas que sobreviveram a desastres naturais

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A quantia recebida por Andrés será doada diretamente ao projeto World Central Kitchen, fundado em 2010 para "empoderar comunidades e fortalecer economias".

A doação marca o primeiro Prêmio de Coragem e Civilidade, para homenagear pessoas que lutam para obter soluções para problemas globais.

Viagem histórica da Blue Origin, de Bezos, marca turismo espacial, e NASA sinaliza acordos para desenvolvimento de naves Foto: JOE RAEDLE / AFP
Viagem histórica da Blue Origin, de Bezos, marca turismo espacial, e NASA sinaliza acordos para desenvolvimento de naves Foto: JOE RAEDLE / AFP

Dez anos depois, durante a pandemia da Covid-19, a ONG criada por Andrés e sua esposa, Patricia, desenvolveu o projeto #ChefsForAmerica, que, desde o começo de 2020, serviu 36 milhões de refeições em 400 cidades, ajudando mais de 2,5 mil restaurantes que sofreram com os impactos econômicos da pandemia.

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Entre as atuações mais relevantes da World Central Kitchen, estão o suporte a sobreviventes portoriquenhos do Furacão Maria , em 2017, e mais recentemente, a operação para ajudar a alimentar vítimas dos alagamentos na Alemanha nas duas últimas semanas.

Parceria com príncipe Harry e Meghan

Em dezembro de 2020, o príncipe Harry e a duquesa de Sussex, Meghan Markle, fizeram uma parceria com a ONG para construir quatro novos centros de ajuda, a começar pela nação caribenha da República Dominicana.

Além do chef filântropo, o colaborador sobre política da CNN, Van Jones, fundador da ONG Dream Corps, que atua em pela reforma do sistema de justiça criminal, pela construção de uma economia verde e pela equidade em acesso à tecnologia.

— Eles podem doar tudo para seus próprios projetos de caridade ou podem compartilhar sua riqueza. Tudo isso está a cargo deles — afirma Bezos.

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Durante sua carreira de chef, filantropo e educador, José Andrés foi eleito duas vezes uma das 100 pessoas mais influentes do mundo, segundo a Revista Time, em 2012 e 2018, além de ganhar o prêmio de "Chef de Destaque" e de "Humanitário do ano", pela Fundação James Beard.

Além do desenvolvimento de projetos para lutar contra a fome em diversas situações de estresse social, ele luta por uma reforma no sistema imigratório.

"Eu sou muito grato por esse prêmio e pelo suporte inacreditável de Jeff e de toda a família Bezos", afirmou, em nota. "A World Central Kitchen nasceu de uma simples ideia de que a comida tem o poder de criar um mundo melhor. Um prato de comida é um prato de esperança... É a forma mais rápida de reconstruir vidas e comunidades".

Meta de dobrar assistência alimentar no mundo

Em junho, ele e a World Central Kitchen receberam o prêmio Princesa das Astúrias da Concórdia, na Espanha, por atuar em apoio a causas humanitárias. Andrés pretente abrir mais dois restaurantes em Nova York neste ano, e planeja revolucionar a ajuda em casos de desastres e fome

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Uma de suas principais metas é dobrar o auxílio a alimentação pelo mundo e mudar a forma como 3 milhões de pessoas, que ele observa serem, em sua maior parte, mulheres, cozinham alimentos.

"Esse prêmio não pode alimentar o mundo sozinho. Mas esse é o começo de um novo capítulo para nós — isso nos vai permitir pensar para além do próximo furacão para pensar nos maiores desafios que enfrentamos. Pessoas do mundo: agora é o momento de pensar grande, de resolver a fome com a urgência do agora", completa.