Economia

Recriação do Ministério do Trabalho não ameaça o 'coração' da política econômica, diz Guedes

Pasta será comandada por Onyx Lorenzoni
Onyx Lorenzoni, que vai para o Ministério do Trabalho, e o ministro da Economia, Paulo Guedes Foto: Edu Andrade / Ministério da Economia/24-02-21
Onyx Lorenzoni, que vai para o Ministério do Trabalho, e o ministro da Economia, Paulo Guedes Foto: Edu Andrade / Ministério da Economia/24-02-21

BRASÍLIA — O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira que a recriação do Ministério do Trabalho para abrigar Onyx Lorenzoni não ameaça o "coração" da política econômica. Lorenzoni está de saída da Secretaria de Governo e será acomodado numa pasta fruto do desmembramento do Ministério da Economia.

— Está havendo uma reorganização interna sem nenhuma ameaça ao coração da política econômica, zero ameaça. Zero — disse o ministro, após participar de evento no Ministério da Defesa.

Viu isso? Bolsonaro afirma que criação de Ministério do Emprego 'dá uma certa descompressão' em Guedes

Guedes participou das articulações para colocar um expoente do Centrão, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), no comando da Casa Civil. As mudanças foram confirmadas nesta quinta-feira.

No redesenho da Esplanada dos Ministérios, Onyx Lorenzoni, atualmente na Secretaria-Geral da Presidência, assumirá o novo Ministério do Trabalho e Previdência. Para seu lugar na Secretaria-Geral irá Luiz Eduardo Ramos, que hoje comanda a Casa Civil.

Guedes disse que o presidente Jair Bolsonaro não cedeu o espaço por "pressão política":

— O presidente não cedeu o coração da política econômica por pressão política para outros partidos. Não teve nada disso. (Vai ser nomeado) Um membro completamente alinhado com as nossas políticas, que é o Onyx.

Orçamento: Sem blindagem para gastos com salários, país corre risco de repetir crise no ano eleitoral

O ministro disse que há dificuldades na relação com o Senado e que as mudanças são naturais.

— Vocês sabem que isso (agenda econômica) tem andado muito bem na Câmara, que acelerou a reformas. E vocês sabem também que tem havido dificuldades com o Senado. Então, é natural que haja uma reacomodação de forças políticas. É natural que o presidente queira reforçar a sustentação parlamentar, particularmente no Senado — disse Guedes.

O chefe da economia no governo ressaltou que Lorenzoni fez parte da formulação das políticas da área, por ter coordenado o programa de campanha de Bolsonaro e que, por isso, a política do governo não será alterada.

— O presidente está fazendo um movimento político. Toda reforma ministerial tem um conteúdo político. Agora, ela é feita com cuidar de preservar a política econômica. Não vai mudar a orientação da política econômica. Ela é a mesma. Quando nos elaboramos o programa econômico, o Onyx estava lá — disse.

Na reforma ministerial: Guedes perde poder, mas tenta manter influência sobre nova pasta do Trabalho

Guedes comparou a troca de responsabilidade pela política de emprego — dele para Onyx —  ao time do Flamengo, do qual ele é torcedor.

— Estava comigo, passa para o Onyx, mas segue o mesmo jogo. Não muda nada. Sai o Gabigol e entra o Pedro. O jogo segue e vamos ganhar o jogo — disse o ministro, se referindo aos atacantes titular e reserva do time agora comandado por Renato Gaúcho.

O ministro ainda elogiou Ciro Nogueira, classificando ele como "grande apoiador" das pautas do governo e "profissional de política:

— Tem sido um grande apoiador, grande apoiador das nossas reformas, tem nos ajudado muito no Senado, e é um profissional de política. Ele estaria entrando na Casa Civil, que sempre foi, tradicionalmente, um cargo ocupado por políticos.