Economia Reforma administrativa

Reforma administrativa: deputados da base do governo sugerem mudar Constituição para beneficiar policiais

Parlamentar apresenta emenda à proposta de reestruturação de carreiras públicas que inclui direitos e deveres de agentes de segurança, como PMs e guardas municipais
A Câmara deve votar a reforma administrativa em agosto Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
A Câmara deve votar a reforma administrativa em agosto Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

BRASÍLIA — Deputados da base do governo querem beneficiar categorias, como policiais e guardas municipais, junto com as mudanças nas carreiras dos servidores públicos que são objeto da reforma administrativa em discussão no Congresso.

Em análise por uma comissão especial na Câmara, o relatório da proposta deve ser apresentado em agosto pelo deputado Arthur Maia (DEM-BA).

Ganhar para viver na Itália: Região da Calábria vai oferecer 28 mil euros a quem se mudar para seus vilarejos

O benefício para essas categorias surge em emendas ao texto apresentadas no âmbito da comissão. A primeira foi protocolada pelo deputado Nicoletti (PSL-RR), do partido pelo qual o presidente Jair Bolsonaro foi eleito, e teve apoio de 215 deputados.

Essa emenda propõe a inclusão de "um mínimo", segundo o próprio relator, de direitos e deveres de policiais na Constituição, como as regras para perda de cargo e para posse em outros cargos públicos.  Esses direitos seriam regulamentados no futuro pelo Congresso, espera o parlamentar.

Portugal: Cidade no interior tem milhares de vagas e poucos aparecem para trabalhar

Com essa mudança constitucional, eventuais alterações das regras no futuro ficariam mais difíceis porque precisariam de aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), o que demanda apoio de três quintos do Congresso em dois turnos de votação.

Policiais militares, federais e até rodoviários

A inclusão de direitos de policiais na Constituição engloba não só a Polícia Civil, Militar e Federal, mas os policiais rodoviários, a polícia científica, polícia penal, agentes de trânsito e guardas municipais.

Administrativa: Reforma que mexe com servidor permite ampliar terceirização do serviço público

Essa última categoria também é alvo de outras emendas entre as 62 apresentadas.  Uma delas é a do deputado Capitão Wagner (Pros-CE),  que foi apoiado pelo presidente em sua campanha para a prefeitura de Fortaleza em 2020. A proposta é transformar as guardas municipais em órgãos de natureza policial.

Analítico: O futuro de Guedes com a 'pequena reforma ministerial' de Bolsonaro

'Momento oportuno', justifica deputado

Na justificativa da emenda, o parlamentar defende que a atividade policial é peculiar e por isso seria necessário contemplar suas regras na Constituição.

Guedes: ‘Ninguém vai mexer no Simples, ninguém vai mexer no MEI’, afirma Guedes

“A Reforma Administrativa é o momento oportuno para que os ajustes nas carreiras policiais sejam realizados de forma que o Poder Judiciário não tenha que ser constantemente desafiado a interpretar a adequação ou não do que figura no capítulo dos servidores públicos (direitos e deveres) em relação aos profissionais de segurança pública, assim como o Legislador não tenha que fazer ajustes e contorcionismos redacionais para estabelecer um regime específico que atenda às características peculiares dos policiais”, diz a emenda.

Contas públicas: Veja o peso dos servidores nas contas de governos municipais, estaduais e da União

Na justificativa, o parlamentar argumenta ainda que, na prática. as guardas municipais já têm uma atuação ligada à diminuição de criminalidade. O objetivo da emenda é que, assim como os policiais,  as guardas municipais sejam considerados carreiras típicas de Estado e protegidas de mudanças, como a retirada da estabilidade.