Economia

Reforma tributária: proposta do governo é conciliatória, diz Guedes

No entanto, ministro não deixou claro se enviará texto próprio ou se encaminhará suas sugestões aos senadores
Ministro Paulo Guedes confirma que estuda reajustar tabela do IR pela inflação Foto: Amanda Perobelli / Reuters
Ministro Paulo Guedes confirma que estuda reajustar tabela do IR pela inflação Foto: Amanda Perobelli / Reuters

SÃO PAULO - O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse na noite desta segunda-feira que a reforma tributária que será proposta pelo governo federal pode ser aprovada até o final do ano pelo Congresso. Ele afirmou que tem havido confusão com outras propostas que já estão no Congresso e no Senado. Guedes disse que a proposta do governo é conciliatória com as demais e prevê a unificação de impostos federais, como PIS, Cofins e IPI, em um só Imposto de Valor Agregado (IVA).

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- Nossa proposta é conciliatória com a do economista Bernard Appy. Mais quatro ou cinco meses e ela pode ser aprovada. É pegar impostos federais como IPI, PIS, COFINS e transformar num só imposto federal. Se o Congresso aprovar e todos os municípios e estados quiserem participar, ok. Não haverá choque com as demais propostas - disse Guedes durante a cerimônia de premiação Melhores e Maiores promovida pela revista Exame, em São Paulo.

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Guedes afirmou que onde vai haver barulho é na proposta de "imposto único", nova versão da antiga CPMF. Esse tributo está sendo chamado de Contribuição sobre Pagamentos (CP) pelo governo e será uma compensação à desoneração da folha de pagamento das empresas. A alíquota ainda não está definida.

- Tributar a folha de pagamento das empresas é um crime. Com esse imposto vamos ter uma base arrecadatória forte. Mas ele é uma escolha. O que se prefere: 30 milhões de desempregados ou o 'imposto horroroso'? Com a mudança, mais de 10 milhões de empregos podem ser criados. Todo mundo vai pagar. A base é grande e o imposto é pequeno. Mas quem não gostar, vota contra e acabou - disse Guedes.

No entanto, o ministro não deixou claro se vai enviar uma proposta própria ao Congresso ou vai encaminhar suas sugestões para que sejam encaminhadas por senadores.

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O ministro disse ainda que haverá mudanças no Imposto de Renda, com a adoção de uma alíquota mais baixa para todos. Ele disse que a ideia é simplificar.

- A pessoa física paga 27%. A pessoa jurídica, 17%. Vamos chegar a um meio termo - afirmou.

À uma plateia de empresários, o ministro disse que ninguém precisa ficar com medo de investir em meio a estas mudanças.

- Hoje a carga tributária é de 36% do PIB. Nossa ideia é a terminar o governo com 30% - afirmou.