SÃO PAULO - O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse na noite desta segunda-feira que a reforma tributária que será proposta pelo governo federal pode ser aprovada até o final do ano pelo Congresso. Ele afirmou que tem havido confusão com outras propostas que já estão no Congresso e no Senado. Guedes disse que a proposta do governo é conciliatória com as demais e prevê a unificação de impostos federais, como PIS, Cofins e IPI, em um só Imposto de Valor Agregado (IVA).
Tributos: Governo pode não encaminhar proposta formal de reforma ao Congresso
- Nossa proposta é conciliatória com a do economista Bernard Appy. Mais quatro ou cinco meses e ela pode ser aprovada. É pegar impostos federais como IPI, PIS, COFINS e transformar num só imposto federal. Se o Congresso aprovar e todos os municípios e estados quiserem participar, ok. Não haverá choque com as demais propostas - disse Guedes durante a cerimônia de premiação Melhores e Maiores promovida pela revista Exame, em São Paulo.
Propostas: Entenda as propostas de reforma tributária e que grupos elas afetam
Guedes afirmou que onde vai haver barulho é na proposta de "imposto único", nova versão da antiga CPMF. Esse tributo está sendo chamado de Contribuição sobre Pagamentos (CP) pelo governo e será uma compensação à desoneração da folha de pagamento das empresas. A alíquota ainda não está definida.
- Tributar a folha de pagamento das empresas é um crime. Com esse imposto vamos ter uma base arrecadatória forte. Mas ele é uma escolha. O que se prefere: 30 milhões de desempregados ou o 'imposto horroroso'? Com a mudança, mais de 10 milhões de empregos podem ser criados. Todo mundo vai pagar. A base é grande e o imposto é pequeno. Mas quem não gostar, vota contra e acabou - disse Guedes.
No entanto, o ministro não deixou claro se vai enviar uma proposta própria ao Congresso ou vai encaminhar suas sugestões para que sejam encaminhadas por senadores.
Guedes: Não vamos subir o teto de gastos. Vamos é quebrar o piso
O ministro disse ainda que haverá mudanças no Imposto de Renda, com a adoção de uma alíquota mais baixa para todos. Ele disse que a ideia é simplificar.
- A pessoa física paga 27%. A pessoa jurídica, 17%. Vamos chegar a um meio termo - afirmou.
À uma plateia de empresários, o ministro disse que ninguém precisa ficar com medo de investir em meio a estas mudanças.
- Hoje a carga tributária é de 36% do PIB. Nossa ideia é a terminar o governo com 30% - afirmou.