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Economia

Região da Calábria, na Itália, vai oferecer 28 mil euros a quem se mudar para seus vilarejos

Programa do governo local quer reviver as pequenas cidades de até 2 mil habitantes e renovar a economia local; candidatos devem ter entre 18 e 40 anos, além de estarem dispostos a empreender ou preencher as vagas de trabalho existentes
Programa e sua inscrição devem ser lançados nas próximas semanas e o investimento já passou de 700 mil euros Foto: Reprodução
Programa e sua inscrição devem ser lançados nas próximas semanas e o investimento já passou de 700 mil euros Foto: Reprodução

CALÁBRIA (ITÁLIA) - A região italiana da Calábria planeja oferecer até 28 mil euros (cerca de  R$ 168 mil) durante, no máximo, três anos, para quem se mudar para um de seus vilarejos. Com a iniciativa, o governo local quer reverter o declínio populacional das aldeias, que têm em torno de 2 mil habitantes cada.

Mas para viver próximo às ruínas históricas, montanhas e praias na Itália, é preciso preencher requisitos de idade e se comprometer a contribuir com a economia local.

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Ao todo, nove cidades participam do programa de estímulo e financiamento idealizado. São elas: Civita, Samo e Precacore, Aieta, Bova, Caccuri, Albidona, Sant'Agata del Bianco, Santa Severina e San Donato di Ninea. Para aplicar, segundo a CNN, é preciso ter entre 18 e 40 anos, além de se comprometer a lançar um pequeno negócio ou aceitar ofertas profissionais específicas já existentes na região.

Os candidatos também deverão estar dispostos a estabelecer residência em um dos vilarejos da Calábria, no Sul da Itália, e prontos para se mudar em até 90 dias após a aceitação. A expectativa é atrair jovens proativos que contribuam com o mercado de trabalho local.

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Uma vez aceito para o programa, a renda mensal pode variar entre 1000 e 800 euros em um período de dois a três anos, segundo um conselheiro regional, Gianluca Gallo. O candidato poderá receber, ainda, um financiamento único como incentivo para o lançamento de um restaurante, bar, loja ou outro tipo de empreendimento comercial novo.

— Estamos aprimorando os detalhes técnicos, o valor mensal exato e a duração dos fundos, e se incluiremos também vilas um pouco maiores com até 3.000 residentes. Tivemos até agora um grande interesse das aldeias e, esperançosamente, se este primeiro esquema funcionar, é provável que haja mais nos próximos anos. O objetivo é impulsionar a economia local e dar uma nova vida às comunidades de pequena escala — disse Gallo à CNN.

A demanda por trabalhadores já existe na região da Calábria, em forma de apelo para que as populações locais não desapareçam no futuro. A ideia é revitalizar as pequenas comunidades com uma abordagem mais ativa e direcionada, estimulando a chegada de novos moradores.

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O prefeito da cidade de Altomonte, Gianpietro Coppola, contou à CNN que a ideia é não só trazer pessoas para o trabalho, mas também para curtir a vida nas pacatas aldeias. Governante em uma das cidades da Calábria, ele é um dos que contribui com o programa.

— Queremos que isso seja um experimento de inclusão social. Atrair pessoas para a vida na região, para curtir o ambiente, fazer uso e enfeitar locais de trabalho como salas de conferência e conventos com internet de alta velocidade. Turismo incerto e ofertas de casas por um euro não são as melhores saídas para renovar o Sul da Itália — afirmou Coppola.

Cerca de 75% das cidades da Calábria - um número em torno de 320 - têm população menor que 5 mil habitantes, o que leva ao temor de que desapareçam no futuro. O programa e sua inscrição devem ser lançados nas próximas semanas e o investimento já passou de 700 mil euros.