Economia

Senado aprova MP que libera capital estrangeiro nas aéreas e mantém bagagem gratuita

Texto seguirá par sanção presidencial. Bolsonaro será aconselhado a vetar a franquia relativa às malas
Sessão de votação da MP das Aéreas no plenário do Senado Federal. Foto: Jorge William / Agência O Globo
Sessão de votação da MP das Aéreas no plenário do Senado Federal. Foto: Jorge William / Agência O Globo

BRASÍLIA - O Senado aprovou nesta quarta-feira a medida provisória (MP) 863 -  que amplia de 20% para 100% a participação do capital estrangeiro nas empresas aéreas nacionais. A proposta passou na Câmara dos Deputados na noite de terça-feira com uma importante modificação no texto original. Ela obriga as companhias a despacharem bagagens gratuitamente, revogando uma norma da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

O texto seguirá agora à  sanção presidencial. O presidente Jair Bolsonaro será aconselhado pelos órgãos responsáveis pela aviação civil a vetar a franquia de bagagem.

O governo teve que correr para evitar que a MP - editada em dezembro , logo após o pedido de recuperação judicial da Avianca, perdesse a validade. O prazo de vigência se esgotaria nesta quarta-feira.

Por isso, o Executivo decidiu apoiar o texto aprovado pela Câmara e fez um acordo para resgatar alguns pontos defendidos pelos senadores, como por exemplo, a exigência para que as empresas beneficiadas operem voos regionais  (aeroportos em municípios com mais de 600 mil habitantes e 800 mil habitantes no caso da Amazônia).

Segundo o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), o governo se comprometeu a tratar dessa questão no decreto que vai regulamentar a MP ou fazer uma modificação no projeto que trata da lei geral do turismo, fixando percentual de 5% da malha aérea das companhias para voos regionais.  O projeto passou pela Câmara e está no Senado.

Vetada : Governo revoga MP que criaria a NAV Brasil, nova estatal de navegação aérea

A comissão mista do  Congresso que aprovou a MP do capital estrangeiro nas aéreas inclui no texto original essa  obrigatoriedade, mas o dispositivo caiu na Câmara dos Deputados. O governo entende que a exigência pode reduzir  o interesse dos investidores no mercado brasileiro.

O tema, contudo, foi muito defendido pelos senadores durante o encaminhamento da matéria.

— Eles querem só o filé. Não querem comer carne de segunda — disse o senador Jayme Campos (DEM-MT), ao se referir à estratégia das companhias em concentrar a malha nas rotas de maior densidade.