Economia

Senadores dos EUA questionam Apple e Google sobre domínio de lojas de aplicativos

Parlamentares questionaram abuso de poder das big techs ao excluir ou suprimir aplicativos que estejam competindo com seus próprios produtos
Na foto, logotipos de aplicativos como Google, Amazon, Facebook, Apple e Netflix Foto: Regis Duvignau / Reuters
Na foto, logotipos de aplicativos como Google, Amazon, Facebook, Apple e Netflix Foto: Regis Duvignau / Reuters

WASHINGTON - Senadores norte-americanos questionaram executivos da Apple e do Google nesta quarta-feira sobre o domínio de suas lojas de aplicativos e se as companhias abusam de seus poderes às custas de competidores menores.

Amy Klobuchar, principal senadora democrata envolvida em questões antitruste, disse que Apple e Google podem estar usando seus poderes para "excluir ou suprimir aplicativos que estejam competindo com seus próprios produtos" e "cobrar taxas excessivas que afetam a competição no setor de lojas de aplicativos".

A audiência acontece um dia após a Apple dizer que começaria a vender AirTags - que podem ser aplicados em itens como chaves de carros para ajudar usuários a encontrá-los casos sejam perdido - em competição direta com a Tile, que vende um dispositivo de rastreamento semelhante há mais de uma década.

Concentração de mercado: Entenda por que os EUA querem limitar o domínio das ‘big techs’

Antes da audiência, Klobuchar disse à Reuters que o anúncio é o tipo de conduta que o painel planejava discutir.

A Apple diz que seus AirTags são uma consequência de seu aplicativo "FindMy", usado para localizar dispositivos da Apple perdidos e compartilhar localizações dos usuários.

No mês passado, a Apple abriu seu sistema operacional para outros serviços rastreadores de itens e disse que a Chipolo, startup que compete tanto com a Tile quanto com os novos AirTags da Apple, está utilizando o sistema.

O diretor de compliance da Apple, Kyle Andeer, testemunhou na audiência assim como Kirsten Daru, conselheira geral da Tile.

Daru disse que o programa FindMy da Apple é instalado como parte padrão do sistema operacional de todos os telefones da Apple, e não pode ser deletado.

"A Apple mais uma vez explorou seu poder e dominância de mercado para condicionar o acesso dos nossos consumidores a dados e efetivamente romper a experiência dos nossos usuários, direcionando-os ao FindMy", disse.

Ranking global: Big techs e fabricantes de vacinas se destacam entre as 50 empresas mais inovadoras. Veja a lista

Outros na lista de testemunhas incluem o diretor sênior de Assuntos Governamentai do Google, Wilson White, o diretor jurídico do Spotify, Horacio Gutierrez, e o diretor jurídico do Match, Jared Sine.

Desenvolvedores de aplicativos como o Spotify e o serviço de encontros Match, dono do Tinder, há muito reclamam que o compartilhamento obrigatório de receita e as regras rígidas de inclusão definidas pela App Store da Apple para iPhones e iPads, além das exigências da Google Play para dispositivos Android, são um comportamento anti-competitivo.

Sine, da Match, disse que Google e Apple oneram 30% de qualquer transação digital, elevando preços para consumidores. A Match paga cerca de 500 milhões de dólares em taxas à loja de aplicativos anualmente, a maior despesa única da empresa.

CEO da Epic Games e diretor da Apple estarão em julgamento antitruste

O presidente-executivo da Epic Games, Tim Sweeney, e o diretor de App Store da fabricante do iPhone, Phil Schiller, comparecerão ao julgamento do processo antitruste contra a Apple, afirmaram advogados para ambas as empresas nesta quarta-feira.

A juíza norte-americana Yvonne Gonzalez Rogers disse, em conferência anterior, que não será permitida nenhuma câmera durante o julgamento, que começará no dia 3 de maio em Oakland, na Califórnia.

No ano passado, a Epic implementou seu próprio sistema de pagamento dentro do aplicativo nos iPhones para evitar taxas da Apple, uma violação das regras da loja de aplicativos da Apple, a Apple App Store.

A Apple então removeu aplicativos da Epic de sua loja, incluindo o Fortnite. Depois disso, a Epic abriu um processo antitruste alegando que a Apple abusa de sua dominância no mercado de aplicativos para celulares.

Uma transmissão em áudio será disponibilizada ao público, que terá acesso às exposições apresentadas durante o julgamento, disse a magistrada. Apenas um membro da imprensa poderá monitorar o julgamento do tribunal.