Tecnologia
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Por The New York Times — Nova York

Na última década, a empolgação em torno dos chatbots ilustra como Siri, Alexa e outros assistentes de voz — que antes provocavam entusiasmo semelhante — desperdiçaram sua liderança na corrida pela inteligência artificial (IA).

Na última década, esses produtos enfrentaram uma série de obstáculos. A Siri enfrentou questões tecnológicas, incluindo um código ruim que levou semanas para ser atualizado com recursos básicos, disse John Burkey, ex-engenheiro da Apple que trabalhou na assistente.

A Amazon e o Google calcularam mal como os assistentes de voz seriam usados, levando-os a investir em áreas de tecnologia que raramente compensavam, disseram ex-funcionários. Quando esses experimentos falharam, o entusiasmo pela tecnologia diminuiu nas empresas.

Os assistentes de voz são “burros como uma pedra”, disse Satya Nadella, executivo-chefe da Microsoft, em entrevista ao The Financial Times este mês. Ele contou que uma IA mais recente abriria o caminho. A Microsoft trabalhou em estreita colaboração com a OpenAI, investindo US$ 13 bilhões na startup e incorporando sua tecnologia ao mecanismo de busca Bing, bem como a outros produtos.

Capacidade limitada

A Apple se recusou a comentar sobre a Siri. O Google disse que estava comprometido em fornecer um ótimo assistente virtual para ajudar as pessoas em seus telefones e dentro de suas casas e carros; a empresa está testando separadamente um chatbot chamado Bard.

A Amazon informou que constatou aumento de 30% no envolvimento do cliente com a Alexa no ano passado e que estava otimista sobre sua missão de construir uma IA de classe mundial.

Os assistentes e os chatbots são baseados em diferentes tipos de IA. Os chatbots são alimentados por modelos de linguagem grandes, que são sistemas treinados para reconhecer e gerar texto com base em enormes conjuntos de dados extraídos da internet. Eles podem então sugerir palavras para completar uma frase.

Em contraste, Siri, Alexa e Google Assistant são essencialmente conhecidos como sistemas de comando e controle. Eles podem entender uma lista finita de perguntas e solicitações. Se um usuário pede ao assistente virtual para fazer algo que não está em seu código, o bot simplesmente diz que não pode ajudar.

Echo Dot, smart  speaker da Amazon, usado com a assistente virtual Alexa  — Foto: Patrick T. Fallon / Bloomberg
Echo Dot, smart speaker da Amazon, usado com a assistente virtual Alexa — Foto: Patrick T. Fallon / Bloomberg

A Siri também tinha um design pesado que consumia muito tempo para adicionar novos recursos, disse Burkey, que recebeu a tarefa de melhorar a Siri em 2014. O banco de dados da Siri contém uma lista gigantesca de palavras, incluindo nomes de artistas musicais e locais como restaurantes, em quase duas dezenas de idiomas.

Portanto, atualizações aparentemente simples, como adicionar algumas novas frases ao conjunto de dados, exigiriam a reconstrução de todo o banco de dados, o que poderia levar até seis semanas, segundo Burkey.

Apostas erradas

Adicionar recursos mais complexos, como novas ferramentas de pesquisa, pode levar quase um ano. Isso significava que não havia caminho para a Siri se tornar um assistente criativo como o ChatGPT, disse Burkey.

A Alexa e o Google Assistant contavam com uma tecnologia semelhante à da Siri, mas as empresas se esforçavam para gerar receita significativa com os assistentes, disseram ex-gerentes da Amazon e do Google. Em contrapartida, a Apple usou a Siri com sucesso para atrair compradores para seus iPhones.

Depois que a Amazon lançou o Echo, alto-falante inteligente, em 2014, a empresa esperava que o produto ajudasse a aumentar as vendas em sua loja on-line, permitindo que os consumidores falassem com a Alexa para fazer pedidos, disse um ex-líder da Amazon.

Mas enquanto as pessoas se divertiam brincando com a capacidade da Alexa de responder às solicitações do tempo e definir alarmes, poucos pediram à Alexa para fazer pedidos, acrescentou.

A Amazon pode ter investido demais na fabricação de novos tipos de hardware, como despertadores e micro-ondas, agora descontinuados, que funcionavam com a Alexa e eram vendidos a preço de custo ou abaixo dele, disse o ex-executivo.

A empresa também investiu pouco na criação de um ecossistema para as pessoas expandirem facilmente as habilidades da Alexa, da mesma forma que a Apple fez com sua Apple Store, que ajudou a despertar o interesse pelo iPhone, disse a pessoa. Embora a Amazon oferecesse uma loja de “habilidades” para fazer a Alexa controlar acessórios de terceiros, como interruptores de luz, era difícil para as pessoas encontrar e configurar habilidades para os alto-falantes — ao contrário da experiência de baixar aplicativos móveis.

“Esses produtos nunca funcionaram no passado porque nunca tivemos recursos de diálogo em nível humano”, disse Aravind Srinivas, fundador da Perplexity, uma startup de IA que oferece um mecanismo de busca baseado em chatbot.

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